sexta-feira, 14 de março de 2014

GRANDE LUISÃO


 

BENFICA VENCE EM WHITE HART LANE
Um, dois, três, a conta que o Benfica fez
 

Antes falar sobre o jogo de hoje, em Londres, contra o Tottenham, convém fazer dois esclarecimentos, ambos relacionados com o treinador do Benfica, Jorge Jesus.

Em primeiro lugar, é verdade que durante as quase cinco épocas que o Benfica leva sob a orientação de Jesus, a equipa tem tido uma boa prestação na Liga Europa. Muito melhor do que aquilo que infelizmente vinha sendo hábito nos quinze anos anteriores à sua chegada ao Benfica. Esta prestação, porém, não pode nem de perto nem de longe comparar-se com as gloriosas jornadas europeias que o Benfica fez, no século passado, durante toda a década de sessenta e parte da de setenta, além naturalmente de duas brilhantes épocas no fim da década de oitenta. E não pode haver comparação possível porque as jornadas gloriosas do Benfica aconteceram na Taça dos Campeões Europeus, que é prova rainha do futebol europeu, e não na segunda divisão europeia que é, quer se queira quer não, a Liga Europa. Na Liga dos Campeões, Jesus nunca fez nada de assinalável. Pelo contrário, tem sido quase sempre eliminado. Ronald Koeman fez melhor do que ele.

Em segundo lugar, o Benfica, o grande Benfica, tem por tradição respeitar os seus adversários. Ora, já é a segunda vez que Jorge Jesus é apanhado como um vulgar rufia a provocar o treinador da equipa adversária sempre que o Benfica está a fazer uma grande exibição. Já fez isso com Manuel Machado e voltou a fazê-lo hoje com o treinador do Tottenham. O gesto de Jesus é antidesportivo e se há país no mundo onde tal gesto nunca se justificaria é exactamente na Inglaterra. Mais uma vez foi o seu adjunto que veio em seu socorro, adjunto que ele mais uma vez empurrou prepotentemente. Jesus nem sequer tem legitimidade para se tornar arrogante com as vitórias porque a ele também estão ligadas algumas das mais humilhantes derrotas do Benfica. Que se lembre disto e que não arranje desculpas esfarrapadas para o seu comportamento.

Dito isto, que nada tem a ver com o brilhantismo com que o Benfica se tem exibido desde que foi eliminado da Liga dos Campeões, tem de dizer-se que o Benfica fez uma notável exibição em Londres onde Luisão brilhou a grande altura.

O Tottenham é uma das melhores equipas inglesas logo a seguir aos quatro grandes, agora cinco desde que o M. City passou a estar nos lugares cimeiros da Premier League. E é sempre difícil vencer em Inglaterra. Aliás, há muitos, muitos jogos, que o Tottenham não perdia em casa para a Europa. Não terá sido um jogo tão emocionante como o de 1961, que o Benfica perdeu por 2-1, mas em que garantiu a passagem para a final da Taça dos Campeões Europeus, mas terá sido certamente ao nível da Liga Europa um grande jogo e uma excelente exibição.

De sublinhar o primeiro golo de Rodrigo, que também realizou uma excelente exibição, marcado com a técnica que somente um grande jogador tem. E sublinhar acima de todos, Luisão, que esteve imperial na defesa e excelente no ataque, onde fez dois golos. O terceiro golo do Benfica, o segundo de Luisão, é sem qualquer exagero um golo à Eusébio! Um golo muito parecido com o que Eusébio marcou ao Brasil no Mundial de 66.

Jesus deixou no banco Gaitan, Lima e Enzo Pérez, tendo posto a jogar Cardozo, Ruben Amorim e Sulejman, além de Sílvio ter substituído Maxi Pereira. Mas depois do golo do Tottenham fez entrar os habituais titulares. Cardozo não tem jogado, não tem ritmo nem está muito habilitado a este sistema de jogo. Enfim, uma vitória por 3-1 e uma grande noite em Londres.

No outro jogo de outra equipa portuguesa o Porto ganhou este ano pela primeira vez em casa para as competições europeias, derrotando o Nápoles por 1-0. Um resultado que nos jogos a eliminar em princípio chegará para passar, se o Porto estiver à sua altura…o que este ano raramente tem acontecido:

 

 

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