UM MAU RESULTADO
O Benfica defrontou na passada quarta-feira uma das grandes equipas europeias e
perdeu. Por direitas contas o Bayern poderia ter ido à final da Champions nas
duas últimas edições não fosse há 2 anos ter sido escandalosamente prejudicado
pela arbitragem contra o Real Madrid e o ano passado ter cometido dois erros
imperdoáveis em qualquer equipa. Fora isto, já ganhou por cinco vezes a prova,
como se sabe e há seis anos consecutivos que ganha a Bundesliga sempre com
apreciável diferença relativamente ao segundo classificado.
Que o Bayern tem desde há várias décadas melhor equipa do que
o Benfica, toda a gente sabe. Que o Benfica costuma fazer maus resultados
contra o Bayern nas nove vezes que já o defrontou, também todos sabemos. Que,
inclusive, nunca lhe ganhou e somente por três vezes empatou, também se sabe.
Mas o que também se sabe é que o Benfica perde na Liga dos
Campeões há nove jogos consecutivos e que o resultado de ontem é um mau
resultado, apesar da valia do adversário.
Sem pretensões de competência técnica em matéria futebolística,
que não é a minha área, mas valendo-me apenas da experiência de já ter visto
muitos jogos de futebol em diferentes fase de evolução da modalidade, parece-me
que, para o futebol que se joga hoje ao mais alto nível, o Benfica apresenta fragilidades de maior ou menor gravidade, consoante o valor do adversário, podendo algumas das quais ser corrigidas.
Em primeiro lugar, há muitos passes errados, umas vezes em
consequência da pressão exercida pelos adversários, outras por incompetência ou
desconcentração dos jogadores, erra-se passes em todas as áreas do campo, umas
vezes no começo das jogadas – o que é fatal quando se joga contra uma grande
equipa -, outras na área adversária, perdendo-se uma oportunidade de golo;
finalmente, outras em passes longos ou em zonas de menor perigo ou prejuízo,
mas tendo sempre como resultado a perda da bola;
Em segundo lugar, o Benfica tem pouca gente na área e o
avançado mais adiantado joga com grande mobilidade, o que faz desguarnecer
ainda mais a zona de remate; o Benfica
tem de jogar com dois avançados, um mais à frente, outro no apoio, ao estilo
Mitroglou/Jonas; para jogar com dois avançados tem de manter no meio campo
quatro médios – um jogando a seis (estilo Fedja) e os outros três como verdadeiros
jogadores do meio campo, dois deles a par e outro mais solto. O papel de alas
tem de ser desempenhado pelos defesas laterais, com o auxílio ocasional, dos
médios, sendo para tanto indispensável contar com dois laterais com grande
capacidade técnica e física, que saibam jogar atrás e à frente (como fazem, por
exemplo, os do Bayern);
Em terceiro lugar, o Benfica tem de saber pressionar o
adversário quando este tem a bola e tem que ter um jogador, pelo menos um, com
capacidade de remate a meia distância, o que já não acontece há muito tempo.
É de admitir que com o regresso de Jonas à frente de ataque e
com a escolha certa para “emparelhar” com ele o Benfica passe a marcar os golos
que hoje não marca; e é de crer também que, com o regresso de Krovinovik, com Gelson
e Gabriel, Benfica passe a ter o que até hoje lhe tem faltado ao mais alto nível.
Claro, que para jogar contra o Nacional da Madeira ou contra as equipas do
quarto lugar para baixo, o Benfica não precisa de nada disto. Mas para jogar ao
mais alto nível na Europa, seja contra o Bayern seja contra o Ajax ou contra o
AEK, precisa e muito. E quanto mais depressa melhor!
2 comentários:
Estamos outra vez no apito dourado. Como é possível aquele árbitro ser nomeado para Setúbal? Como é possível? Nem no tempo de Adriano Pinto ou de Lourença Pinto. Inacreditável o que se passou!
Agora só falta nomear o Manuel de Oliveira para apitar o Benfica-Porto na Luz. Que roubalheira! Que escândalo! Que vergonha! Como é possível tudo isto acontecer com VAR? Não há dúvida estamos outra vez no reino do Adriano Pinto, do Lourenço Pinto, do Pinto de Sousa!
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