AS DESCULPAS DE
LOPETEGUI
Mais uma vez o treinador do Porto se revela incapaz de
assumir as suas responsabilidades e de ver as coisas com elas aconteceram.
O Porto empatou em Kiev, o que até seria um bom resultado se
não se desse o caso de o golo do empate dos ucranianos ter sido marcado no octogésimo
nono minuto por culpa exclusiva do seu guarda-redes, Iker Casillas.
O facto de haver um jogador em fora de jogo posicional – que até
se afasta da jogada para nela não interferir – não invalida o golo marcado por
um jogador em posição legal. A defesa do Porto fez o que lhe competia na jogada
em causa: adiantou-se para atacar a bola e colocar os adversários em fora de
jogo. Só que Casillas não acompanhou a defesa, deixou-se ficar entre os postes
e depois não teve a rapidez suficiente para chegar à bola antes do adversário.
Lopetegui, que como todos já sabemos, não é uma pessoa séria,
nem corajosa, está-se a defender a ele e a Casillas quando imputa o empate a um
erro de arbitragem.
Casillas é aquilo que Mourinho disse dele. Uma lástima fora
dos postes, uma calamidade nos cruzamentos, uma desgraça com os pés. Casillas
apenas desempenha bem a função entre os postes onde por vezes até é brilhante.
No jogo desta noite, só por acaso, sorte, pura sorte, Casillas não sofreu um
golo logo aos três minutos por ter largado uma bola cruzada. Teve a sorte de
ter um defesa do Porto por perto que impediu o golo.
Em suma, Helton ainda hoje é muito melhor do que Casillas,
mas Lopetegui não gosta dele a ponto de na época passada ter preferido um
guarda-redes manifestamente inferior.
Ainda sobre Casillas não deixa de ser ridículo o
provincianismo dos jornalistas portugueses na promoção que fazem do
guarda-redes espanhol. Deles tudo há a esperar, de Pinto da Costa é que se
esperava mais lucidez. Todavia, a contratação de Casillas, pelos valores que
envolve, demonstra que a lucidez é algo que já não mora perto das Antas.
Quanto ao mais, o Porto poderia, com os jogadores que tem,
ter ganho o jogo se não tivesse uma equipa tão parecida com a da época passada.
Com excepção de Maxi, único que tem um jogo vertical, a equipa do Porto perde
demasiado tempo com a bola sem nada de relevante fazer com ela. Não fosse a
eficácia de Boubacar e o Porto estaria hoje a braços com um resultado bem
diferente, apesar de o Dínamos de Kiev não ser nada de especial. Pode dar-se por
satisfeito com o empate a duas bolas.
Na Luz, o Benfica não teve vida fácil, apesar de o Astana também
não ser uma grande equipa. No primeiro tempo o Benfica não foi capaz de
penetrar na defesa dos cazaques. A equipa pareceu na sua mobilidade sempre
insuficiente para chegar ao golo. Na segunda parte tudo poderia ter sido
diferente do que acabou por ser se o Astana tivesse marcado nos primeiros
minutos. Felizmente para o Benfica não marcou e acabou por ser Gaitan a
desbloquear o resultado com mais uma grande exibição. Dois zero reflecte a real
valia das equipas em confronto.
Ainda é cedo, todavia, para se perceber até onde poderá ir o Benfica
de Rui Vitória, tanto interna como internacionalmente. Muito provavelmente no
fim deste mês já haverá uma resposta mais fundamentada, depois dos jogos com o
Porto e com o Atlético de Madrid.
De sublinhar nesta jornada da Liga dos Campeões os maus
resultados das equipas inglesas, com excepção do Chelsea; a performance de dois
jovens portugueses (Cancelo e André Gomes), ex-jogadores do Benfica, que com Jesus quase não tiveram hipótese
de jogar na equipa principal; o golo de Florenzi (Roma) e os grandes golos de Hulk e Witsel na vitória do
Zénite sobre o Valencia.
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