A DERROTA NA LIGA DOS
CAMPEÕES
A numerosa falange de carpideiras sportinguistas que enxameia
os meios de comunicação social ainda não compreendeu, ou não quer
compreender, uma coisa muito simples. Que em futebol um golo pode ser
legalmente marcado com a mão ou com o braço e que pode ser invalidado um golo
marcado com a cabeça ou com os pés ou com qualquer outra parte do corpo que não
os membros superiores. Isto é básico.
O primeiro golo que o Sporting sofreu em Moscovo contra o
CSKA é absolutamente legal, apesar de muito provavelmente ter sido marcado com
o braço. As imagens vistas em tempo real, isto é, tal como aconteceram, não
deixam margem a dúvidas como dúvidas não deixam as imagens em câmara
lenta. Doumbia não tem a mínima intenção de jogar a bola com a mão. Ele desvia
a bola que havia sido desviada por um defesa do Sporting; Rui Patrício defende-a,
rechaçando para a frente; a bola embate em Doumbia, que está de lado
para a baliza, e entra. Só fracções de segundos depois o jogador do CSKA se
apercebe do que se passou, embora se perceba que ele tem a preocupação de
encolher o braço para a bola lhe não bater nele. Bateu-lhe no braço como lhe
teria batido no corpo se o braço não estivesse encostado ao tronco. Golo legal,
portanto. Só não seria a legal se a bola tivesse sido intencionalmente marcada
com o braço.
Quanto ao golo anulado ao Sporting não há disponível nenhuma
imagem esclarecedora. Se fosse um jogo transmitido em Portugal pela Sport TV
haveria todas as razões para supor que o golo era legal ou ilegal, conforme as
conveniências do canal, por aquela estaçãao televisiva ser useira e vezeira no escamoteamento
de imagens que não lhe convém mostrar. O mesmo se não poderá dizer da televisão
russa. Por uma razão muito simples: o realizador não se apercebeu da razão pela
qual o golo foi anulado. Não viu ou não interpretou correctamente o gesto do
árbitro. Essa a razão por que repetiu duas ou três vezes a jogada mostrando que
na área não houve qualquer falta. Ou seja, o realizador admitiu que a falta que
ditou a anulação o golo teria sido cometida na área, tendo-se esforçado por
demonstrar que essa falta não existiu. Assim, na falta de imagens que permitam
ter uma opinião minimamente fundamentada sobre a decisão do árbitro, tem de
aceitar-se o veredicto daquele que estava em melhores condições para julgar – o
fiscal de linha. E segundo ele a bola ultrapassou a linha de fundo, logo já não
estava em jogo quando Selimani a cabeceou. O máximo que se pode dizer com base
nas imagens visionadas é que a bola fez de facto uma curva à direita; se
ultrapassou ou não a linha de fundo apenas o juiz de linha o poderá dizer. E
ele já disse!
As carpideiras sportinguistas beneficiando do peso
desproporcionado que têm na comunicação social de Lisboa – mais de oitenta por
cento dos intervenientes nas televisões, rádios e jornais são adeptos do
Sporting – não têm qualquer problema em continuar a campanha que imputa aos
árbitros os desaires do Sporting, apesar de estarem a comunicar para uma
audiência que em cerca de oitenta por cento não é adepta do Sporting.
Por razões meramente tácticas é natural que, no actual
contexto de luta contra a arbitragem, com vista a fazê-la regressar aos tempos
de Adriano Pinto, Lourenço Pinto, Pinto de Sousa e outros, de que Pedro Proença
seria hoje o lídimo continuador, os comentadores do norte afectos ao FCP
alinhem no “choro” do Sporting, desde que tal “choro” não contenda com os seus
interesses. Todavia, logo que os seus objectivos estejam alcançados, o Sporting
deixará de ter qualquer importância.
Não deixa de ser curioso sublinhar que esses mesmos
comentadores que hoje tanto se esforçam por demonstrar que o Sporting marcou um
golo legal e sofreu outro ilegal não tenham dispensado uma palavra para
analisar o que se passou na última jogada do jogo do Benfica contra o Arouca.
Certamente, que o golo de Jonas foi marcado depois de o árbitro ter
interrompido o jogo. O que ninguém consegue explicar é a razão pela qual o
árbitro interrompeu o jogo. Há quem diga que Lisandro cometeu falta. Todavia o
que se vê no pouco que a Sport TV mostra é que a bola bateu no braço do defesa
do Arouca.
Mas quanto a isso já estamos habituados. Já estamos
habituados a que um dos maiores vigaristas do comentário desportivo apregoe a
verdade desportiva e estabeleça as suas classificações com base nas suas “isentíssimas”
avaliações e até nos teremos de habituar
a ouvir um ex-árbitro, adepto do Sporting – e que covardemente sempre se refugiou
no clube da Cruz de Cristo para não indicar a sua verdadeira filiação clubista –
insurgir-se por no jogo do passado domingo, em Aveiro, não ter sido marcado um
penalty contra o Benfica por (pretensa) falta de Luisão cometida na área do
Arouca!!!
Tudo isto é normal. Como normal é estar agora a ouvir o
sportinguista José Manuel Freitas afirmar que o Benfica não se dá bem com a
Liga dos Campeões. Nem mais. Quem se dá bem com essa competição é Jorge Jesus…
2 comentários:
Deus Nosso Senhor fê-los assim, o que é que o meu amigo quer? Olhe, peçamos a Ele por eles: perdoai-lhes Senhor que eles são umas lobas...
Ámen.
Nem subtis as personagens sao.
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