quinta-feira, 8 de julho de 2021

RUI COSTA

 

 

 O DESIGNADO SUCESSOR 


Numa altura em que tanto se fala em Rui Costa como presidente do Benfica, a única justificação que me ocorre para que tal acontece é ser actualmente um dos vice-presidentes da lista vencedora, a lista de Vieira.

Aparte isto não vejo mais nada que o possa justificar. E no que respeita à razão acima referida ela carece de legitimidade substancial porque os sócios, que votaram maioritariamente na lista de que Rui Costa fazia parte, votaram em Vieira contra Noronha Lopes. Isto para dizer que o que sob este ponto de vista se aplica a Rui Costa aplica-se por igualdade de razões a qualquer outro vice-presidente em funções.

Assim sendo, por esse lado o que os membros da lista vencedora, actualmente na direcção do Benfica, na presente situação devem fazer se Vieira se demitir ou ficar inibido de exercer funções é pedir a demissão em bloco e pedir eleições antecipadas, de preferência em Outubro.

Quanto ao mais, Rui Costa não reúne nada que o justifique como futuro presidente do Benfica. Não apenas por ter muito sono, como referia, durante a primeira passagem de Jesus pelo Benfica, com conhecimento de causa, um conhecido comentador desportivo, hoje no Canal 11, mas também por o seu tão apregoado benfiquismo ter muito que se lhe diga.

O Benfica não deve nada a Rui Costa, antes pelo contrário. É certo que Rui Costa fez a formação no Benfica e foi campeão do mundo de sub 18. É verdade, como outros a fizeram e alguns outros também foram campeões do mundo, alguns até por duas vezes, e não será apenas por isso que os seus clubes de então lhes ficaram eternamente gratos.

Depois desse êxito Rui Costa foi emprestado ao Desportivo de Fafe onde esteve uma época. No fim da época regressou ao Benfica, com Eriksson como treinador, primeiro, e depois com Toni. Esteve três épocas no Benfica. A última foi muito agitada. Esteve para rumar a Alvalade, como Paulo Sousa e Pacheco, lamentou-se publicamente de não ser como Paulo Sousa e fez muita pressão para sair para a Itália (se é que não ficou a troco de ter garantida a saída no fim da época), que era na altura o campeonato que estava na moda. Foi vendido por 1milhão e duzentos mil contos, aos preços nominais de hoje, cerca de 6 milhões de euros. Em conclusão: esteve três anos como sénior na equipa principal do Benfica.

Depois esteve sete épocas na Fiorentina (1994/ 2001) e mais cinco épocas no Milan (2001/2006), ao todo 12 épocas! Com mais três no Benfica e uma no Fafe, por empréstimo, Rui Costa completou esta fase da sua carreira fazendo 16 épocas!

É com esta idade, já com direito à “reforma”, que Rui Costa regressa ao Benfica, depois de esgotada a aventura milanesa, muito pela chegada em grande de Kaká, que Rui Costa se apresenta no Benfica para encerrar, bem pago, a sua carreira, ao fim de mais duas épocas.

Como se vê, se dúvidas houvesse não é o Benfica que tem qualquer dívida para com Rui Costa. Muito pelo contrário, é Rui Costa que tem perante o Benfica ma grande dívida, onde jogou apenas três épocas quando era muito jovem e mais duas quando já estava na idade da “reforma”.

Depois disso passou a ser tratado principescamente por Luís Filipe Vieira com salários milionários, primeiro em funções que nem ele sabia bem para o que serviam ou em que consistiam e depois em funções com retribuição híper inflacionada relativamente ao trabalho prestado. Desde há dois anos, mais ou menos, Rui Costa passou a ser o designado sucessor de Vieira como se o Benfica fosse uma monarquia de pandeireta.

Sem comentários: