NO "CIRCO" DE MOREIRA DE CÓNEGOS MONTADO PELO FCP
Para falarmos sobre o que se
passou em Moreira de Cónegos comecemos pelo que se passou dentro do campo,
tanto durante o jogo como depois deste terminado.
Na última década o Porto tem tido muitas
dificuldades em Moreira de Cónegos. Ou perde ou empata. Só ganhou uma vez. Como
toda a gente sabe, o Porto não aceita a arbitragem de nenhum árbitro cujo
desfecho termine num empate ou numa derrota. Ressuscitando velhos demónios, o
Porto volta a entender, depois de um jejum de vários anos, que os árbitros têm
a obrigação de lhes assegurar a vitória nos jogos em que o arbitram. Se a
vitória não acontece, o árbitro vai sofrer as consequências. No passado as
consequências eram conhecidas, além das ameaças e até das agressões de que
nunca se descobria o autor, o Porto boicotava completamente a carreira desse
árbitro. Não o deixava arbitrar a maior parte das vezes e se continuasse a dar provas
de que não estava regenerado era rebaixado para o escalão inferior.
Hoje, as coisas são diferentes e
o Porto tem de levar com os árbitros de que gosta e de que não gosta. Os que
não gosta passam a estar sujeitos ao repetido e reiterado enxovalho no fim de
cada jogo na presença seja de quem for, sempre que o resultado não for uma
vitória. Chamam-lhes ladrões, insultam-nos com todos os nomes que lhes ocorre
de ameaçam-nos quanto mais não seja por interpostas pessoas, vendo-se os árbitros na necessidade de circular
nos pais com a protecção de um guarda-costas, normalmente um agente policial.
Na passada segunda-feira,
antevendo as dificuldades do jogo, eles montaram uma estratégia que tinha em
vista obrigar o árbitro, mediante pressões sucessivas e sempre muito
espectaculares, a marcar uma ou várias grandes penalidades que lhes assegurasse
a vitória no jogo.
Ao rever o jogo com cautela e
inteligência, percebe-se perfeitamente qual foi a estratégia: como o campo do
Moreirense é de dimensões reduzidas, o treinador do Porto durante toda a semana
treinou os seus jogadores para sucessivas incursões individuais na área do
Moreirense com vista a provocar contactos dos quais haveriam de sair, com simulações
mais ou menos credíveis, as desejadas grandes penalidades. No fim de cada uma
destas jogada, se o árbitro não assinalasse o desejado penalty, montava-se o
habitual coro de protestos em consequência dos quais mais tarde ou mais cedo
haveria de resultar o inevitável penalty.
É difícil encontrar no campeonato
português ou em qualquer outro um jogo com tantas jogadas pretensamente
polémicas dentro da área, todas elas construídas com o objectivo de levar o
árbitro à marcação dos famigerados penalties. À medida que o tempo passava e a
vantagem do Moreirense se consolidava, o nervosismo aumentava e as simulações eram
cada vez mais toscas e desesperadas.
Sem as enumerar todas, podemos começar
por uma palhaçada de Pepe que tenta desesperadamente um contacto com o jogador
do Moreirense, metendo-lhe a perna à frente para o impedir de despachar a bola e
logo que sente de raspão um ínfimo toque na meia, deita-se desengonçadamente para
o chão a berrar que nem uma vitela recém-nascida. Este é o primeiro penalty que
eles reclamam.
Depois é o Martinez, que até não
tinha esta prática, tanto em Espanha como no Famalicão, mas que rapidamente a
adquiriu no Porto para poder ombrear com Taremi na disputa de um lugar na
frente de ataque, que consegue, finalmente, por ingenuidade do jogador do
Moreirense o desejado contacto, que ele agravou, com receio que não fosse
marcado, arrastando a perna direita para a direita da sua marcha para ter a
certeza que dessa vez o jogador do Moreirense haveria de tropeçar nela. Hugo
Miguel assinalou penalty que deu golo e o empate.
Logo a seguir, o miúdo Porto,
muito franzino, mas já com uma considerável dose de manha no corpo, não aguentou
o contacto com um jogador fisicamente muito mais forte e projecta-se para o ar
chiar que nem uma gata. Hugo Miguel, como é óbvio, mandou seguir. E este é
outro penalty que eles reclamam. Na sequência desta jogada o superbatoteiro
Taremi faz uma simulação tosca e levou o cartão amarelo. Desta vez não tiveram lata para pedir penalty
Ainda houve mais uma cena deste
teatro feito pelo Porto que foi o derrube de Luís Diaz fora da área, mas perto
da linha. Mais uma vez os restantes jogadores do Porto queriam penálty, quando
é óbvio para toda e qualquer pessoa que veja as imagens que o pé que é atingido
e do qual resulta o derrube do jogador é o pé direito que está fora da área. E
este era mais um penalty que eles queriam.
O jogo terminou a seguir, mas
depois seguiu-se o que já é habitual nestas circunstâncias com o Porto. Alguns
jogadores rodearam a equipa de arbitragem a pedir satisfações e a protestar, a
que se juntaram logo a seguir os arruaceiros vindos do banco comandados pelo
treinador, que insultou o árbitro com ar agressivo, tendo desta vez sido
acompanhado pelo assessor de imprensa que, de cabeça completamente perdida, deixou a impressão de queria agredir o árbitro e só não o terá feito porque o director
de futebol do Porto, com muita dificuldade, o impediu de prosseguir o seu
propósito agressivo.
Hugo Miguel em condições dificílimas
fez um excelente trabalho, sabendo resistir à batota das simulações
1 comentário:
Lamentável é que os colegas dos árbitros, na reserva, como esse covarde do Duarte Gomes, em vez de defender o Hugo Miguel num jogo dificilimo e cheio de truques, foi enterrá-lo na Bola. Fez isso porque é um lacaio do Porto. Tens-lhes medo. É covarde.
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