terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A IGNORÂNCIA E O FANATISMO DE EDUARDO BARROSO


 

EDUARDO BARROSO, UMA VERDADEIRA MÁQUINA DE ANTI-SPORTINGUISMO
 É difícil encontrar no futebol alguém tão sectário, tão parcial e simultaneamente tão ignorante como Eduardo Barroso.

As pessoas comuns que o ouvem na televisão chegam a pensar que não se trata de uma pessoa normal ou então que é alguém completamente transformado quando fala de futebol, porventura por ter acumulado décadas e décadas de frustrações futebolísticas de que já não tem idade para se libertar.

Num programa onde está acompanhado por um provocador nato, que se está positivamente nas tintas para a repercussão que as suas palavras possam ter fora da sua tribo e por um sonso, que apenas procura tirar vantagens de outra ordem, nomeadamente políticas, da sua participação num programa em que o Benfica desempenha um papel meramente instrumental, Barroso pode dar livre curso às suas frustrações, provocações e ódios de estimação porque nenhum dos outros dois está verdadeiramente interessado em o contrariar.

Essa pretensa vantagem de Barroso acaba por ser o seu principal inimigo. Falando como fala, sem contenção, fanaticamente, ele é uma verdadeira máquina de fazer anti-sportinguistas. Pessoas que não sendo adeptas do Sporting e não tendo nenhuma especial antipatia pelo clube tornar-se-ão com muita facilidade anti-sportinguistas militantes depois de ouvirem Barroso no Programa “Prolongamento”.

É caso para dizer que intelectual e emocionalmente ele está ao nível de Dias Ferreira e a léguas da “perspicácia política” de Oliveira e Costa.

No começo do programa da noite passada – e só essa pequena parte tive paciência para ver – disse Barroso que essa coisa de o Eusébio ser um homem da selecção não passa de uma treta. O Eusébio é um símbolo do Benfica e na selecção não fez nada de importante com excepção desses jogos de 66 em que a equipa da selecção era o Benfica mais dois!

Barroso, além de ser “politicamente” uma desgraça, é muito ignorante em coisas do futebol. O que é mais uma prova do seu irreprimível fanatismo, pois, dedicando ele tanto tempo à modalidade, de futebol só “conhece” as fantasias com se deleita recriando a história do “seu Sporting”.

Para sua informação futura: Para participar no campeonato do Mundo de 66 foram convocados 22 jogadores (só mais tarde a FIFA permitiu a escalação de 23 para que as equipas pudessem contar com três guarda redes sem desguarnecer o princípio de haver dois jogadores para cada lugar).

Desses 22 jogadores convocados, 9 eram do Sporting: Carvalho, Peres, Figueiredo, Lourenço, Hilário, Manuel Duarte, Morais, Alexandre Baptista e José Carlos; 7 eram do Benfica: Germano, Cruz, Coluna, José Augusto, Eusébio, Torres e Simões; do Porto, 3: Américo, Custódio Pinto e Festa; do Belenenses, 2: José Pereira e Vicente; e do Vitória de Setúbal,1: Jaime Graça.

Portanto, o Sporting foi o clube que mais jogadores deu à selecção de 66. Certamente que nem todos jogaram, já que, alguns, para jogar, teriam de deixar de fora outros jogadores do Sporting (como era o caso de José Carlos) e outros, os avançados, teriam de colocar na reserva algum ou alguns dos cinco titulares do Benfica. Mas haveria alguém no lote dos 22 que pudesse pôr em causa a titularidade de Coluna, José Augusto, Eusébio, Torres e Simões? Só por incapacidade física de algum deles poderiam os outros atacantes aspirar à titularidade, já que à época – provavelmente Barroso não sabe – não havia substituições. Do Sporting, jogou Carvalho o primeiro jogo e jogaram regularmente Alexandre Baptista, Hilário e Morais, tendo este, tal como Vicente, falhado o jogo contra a Inglaterra por lesão.

Em conclusão: a equipa era constituída por 5 jogadores do Benfica (dos melhores da História do Benfica e dos melhores que havia na Europa, à época); por 3 do Sporting; 2 do Belenenses e um do Vitória de Setúbal.

Ao desqualificar ou, pelo menos, tentar diminuir, o papel de Eusébio na selecção de 66, Barroso demonstra mais uma vez que tem a “inteligência” completamente embotada pelo fanatismo, pois se há algo sobre o qual há um consenso mundial em matéria de futebol esse algo é certamente o papel de Eusébio no Mundial de Inglaterra: as suas exibições fazem parte da História do Futebol!

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