A HOMENAGEM QUE EUSÉBIO
QUERIA
Ainda mal tinha chegado a casa, depois de ter assistido, no Estádio da Luz, a uma
indiscutível vitória do Benfica sobre o Porto por 2-0, e já na TVI 24 um conhecido ex- jogador, especialista em boîtes e em noitadas por
todos os clubes por onde passou, comentava, irado, a arbitragem por ter
prejudicado o FCP numa fase crucial do jogo, afirmando mesmo que tais erros
foram fatais para o Porto e para o resultado final da partida. O mais curioso é
que o dito comentador é um conhecido sportinguista nado e criado em Alvalade! Conclusão:
a fúria com que falava da arbitragem num programa onde somente um ex-árbitro
costuma opinar sobre esse tema mais não significa do que a continuação, por
outra via, das “parvoíces” que Presidente do Sporting não se cansa de exibir
sempre que lhe põem um microfone na frente.
Este triste e lamentável exemplo, ocorrido como comentário a
um jogo, em que desde a claque do Porto ao mais descontraído adepto do Benfica
a ninguém ficou dúvidas sobre a supremacia do Benfica durante toda a partida, é
um indício, mas um indício muito elucidativo, do que vão ser até ao fim da
época os comentários dos sportinguistas que nas várias estações de televisão
actuam disfarçados de comentadores.
E a propósito deste lamentável exemplo ocorre-nos recordar
mais uma vez o jogo entre Portugal e a Coreia do Norte que na última quarta-feira
aquela mesma estação de televisão transmitiu. Que saudade dos jogos em que não
havia repetições e em que quem estava a ver pela TV tinha uma percepção do jogo
semelhante à de quem está no estádio situado no mesmo ângulo da câmara!
Deixando de parte essas excrescências, que nada adiantam nem
atrasam relativamente ao jogo que realmente se jogou, o que todos vimos na Luz foi, para
começar, uma sentida e espectacular homenagem a Eusébio. Aparte alguns, muito poucos,
elementos da claque do Porto que não respeitaram o minuto de silêncio, pode
dizer-se que tanto fora como dentro do campo tudo correu com aceitável
desportivismo. Mesmo algumas decisões da arbitragem eventualmente mais
discutíveis foram aceites pelos jogadores sem protestos. Para isto muito
contribuiu a supremacia que o Benfica demonstrou desde o primeiro minuto.
O Benfica esteve, na verdade, muito forte na contenção do jogo do Porto e
sempre muito perigoso no contra-ataque. O facto de o Benfica ter jogado com
Lima e com Rodrigo, contrariamente ao que o treinador do Porto esperava, de
forma alguma significou que tivesse jogado no sistema habitual de Jorge Jesus. O
Benfica esteve sempre muito forte no meio-campo, que nunca desguarneceu, e soube
sempre partir com muito perigo para o ataque, deixando frequentemente desequilibrada
a equipa do Porto.
O primeiro golo, de Rodrigo – um golo à Eusébio – foi disso a
prova. Dois jogadores do Benfica chegaram para desequilibrar toda a defensiva
portista. E o mesmo Rodrigo poderia ter marcado o terceiro num lance idêntico.
Enfim, para terminar uma referência especial a Garay que
marcou o segundo golo na sequência de um canto e também a Oblak, muito
acarinhado pelos adeptos do Benfica, que mais uma vez deixou o adversário a
zero. É obra ter na baliza de um clube como o Benfica um guarda-redes tão jovem!
Que o exemplo de Oblak ilumine Jorge Jesus e faça com que outros jovens de
muito valor que no Benfica existem possam ter as mesma oportunidades.
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