O PRESIDENTE DO
SPORTING É “CASCA GROSSA”
Grande jogo de futebol na Luz como há muito se não via entre
os grandes rivais de Lisboa. Um jogo de Taça com incerteza no resultado até
final, apesar de na primeira meia hora ter parecido que o jogo estava
definitivamente resolvido a favor do Benfica.
Notável recuperação do Sporting, com um primeiro golo
espectacular e mais dois de bola parada em mais dois inacreditáveis erros
defensivos do Benfica. Erros que põem definitivamente à prova a defesa à zona em
que Jorge Jesus insiste apesar da evidência da recorrência dos erros em que a
defesa do Benfica frequentemente incorre a ponto de tais erros poderem pôr em
causa o desempenho da equipa em jogos da máxima importância.
Jorge Jesus não pode nem deve esperar mais para mudar. A derrota
em Atenas pôs o Benfica praticamente fora da Liga dos Campeões. Só mesmo um
milagre o pode salvar. O segundo e o terceiro golos do Sporting só por acaso
não puseram o Benfica fora da Taça de Portugal. O golo do Belenenses pode ter
sido fatal para as aspirações do Benfica no Campeonato – a perda de pontos em
casa é normalmente irrecuperável.
Se Jesus, ao fazer entrar para o meio campo Ruben Amorim para
apoiar os esforços de Matic e Enzo Pérez, tornando a equipa mais compacta e
mais competitiva, já foi capaz de demonstrar que era capaz de mudar o sistema
de jogo em que insistia fazer jogar a equipa, descurando durante jogos
sucessivos o meio campo, deixando sistematicamente um dos dois alas alheado do
jogo num completo desperdício da capacidade da totalidade dos elementos em
campo, também tem que ser capaz de mudar o sistema da marcação à zona nas bolas
paradas, principalmente nos cantos, nem que seja por um sistema misto que
simultaneamente guarneça a baliza, defenda homem a homem relativamente aos
elementos mais perigosos da equipa adversária, nomeadamente ao segundo poste e
mantenha a zona quanto à parte restante da equipa.
Enfim, é inevitável nesta pequena alusão ao que se passou
ontem não referir a extraordinária exibição de Cardozo com três magníficos
golos marcados no primeiro tempo. Cardozo pelo que já fez desde que recomeçou a
jogar é, fora de qualquer dúvida, o elemento mais fundamental da equipa até
esta fase da época.
Como já vem sendo hábito com o Sporting, mais uma vez ontem
os principais responsáveis culparam o árbitro pela derrota. Antes de mais num
jogo tão espectacular como o que ontem se jogou na Luz constitui uma prova de
covardia desportiva imputar ao árbitro um resultado que poderia ter pendido
para qualquer dos lados. Pode ter havido um ou outro erro da equipa de
arbitragem, mas nenhum deles teve qualquer influência no desfecho do jogo. Importância
tiveram ou poderiam ter tido os erros defensivos do Benfica nas bolas paradas,
dos quais resultaram dois golos para o Sporting e o erro fatal de Rui Patrício que, mais uma vez,
brindou os espectadores com um monumental “frango” como há muito não se via em
jogos desta importância.
Não desculpa Rui Patrício o facto de o golo ter sido antecedido
de uma falta da sua equipa punível com a marcação de uma grande penalidade,
porque ninguém poderá assegurar que o árbitro a marcaria e menos ainda alguém poderá garantir
que, marcando-a, o Benfica a convertesse.
Procurar justificar uma derrota com um invisível – em bola
corrida – off side de Cardozo ou hipotético
e, se real, milimétrico, em imagem parada (segundo o critério de quem a pára) é
uma imbecilidade que uma inteligência normal tem muita dificuldade em aceitar.
Além de que Cardozo não tira nenhuma vantagem dessa hipotética (e, se real,
milimétrica) posição, antes pelo contrário. Ou seja, nem sequer os pressupostos
racionais da justificação do fora de jogo estão presentes na jogada em causa.
Fora isso parece haver uma falta de um jogador do Sporting
sobre Luisão, que os responsáveis leoninos querem transformar em penalty a
favor do Sporting. E depois apenas sobra um eventual raspão da bola num
braço do jogador do Benfica, sem qualquer intencionalidade, num remate à
queima, a curtíssima distância.
Infelizmente, os responsáveis pelo Sporting, a começar pelo
treinador que “jurou” não falar sobre arbitragens, pelos vistos apenas quando o
beneficiam, passando por alguns jogadores e terminando no presidente não
encontraram outra justificação para a derrota que não fosse o árbitro! O
presidente mais uma vez passou as marcas e revelou ser aquilo que desde o
início da sua presidência se antevia: um “casca grossa”, perigoso pelo clima
que cria antes, durante e depois dos jogos, que se assume mais como membro de
uma claque composta, como praticamente todas, pelo que de mais negativo existe
no futebol, do que como o primeiro responsável por um dos clubes mais prestigiados
de Portugal.
1 comentário:
É lamentável o que se passa com o futebol em Portugal. A continuar assim vai acabar ou, se continuar, ficará ao nível de um dos mais incipientes países do mundo no plano desportivo. A campanha que os responsáveis do Sporting fazem contra o futebol é miserável. Eles é que fazem uma campanha miserável. Não são as arbitragens que são miseráveis. Há arbitragens boas, arbitragens más e arbitragens assim-assim. Como os treinadores, como os jogadores, como os dirigentes.
Por que não fazem os dirigentes do Sporting uma campanha contra os golos que por via de erros de arbitragem têm favorecido este ano a sua equipa? Por exemplo, o golo contra o Benfica para o campeonato; a grande penalidade contra o Marítimo no jogo de domingo passado e a consequente expulsão do jogador maritimista? A grande penalidade não assinalada contra o Sporting mesmo no fim do jogo contra o Marítimo? Enfim, um jogo que o Sporting ganhou à custa de erros de arbitragem. E por que não referem o fora de jogo mal assinalado a Sílvio que, muito provavelmente, resultaria no quarto golo de Cardozo? E por que se não viram contra Rui Patrício que está farto de fazer asneiras fatais para o Sporting?
A ideia que fica é que essa gente do Sporting que quer incendiar o futebol não é séria. Infelizmente, o Sporting fica impune apesar de tudo o que faz e diz, como já ficou por assuntos bem mais graves como os do Sr. Pereira Cristóvão. Se fosse na Inglaterra – ou até na Itália - o Sporting teria descido de divisão
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