quinta-feira, 16 de junho de 2016

SELECÇÃO: AS MUDANÇAS QUE SE IMPÕEM


 

SÁBADO, CONTRA A ÁUSTRIA
Crossed-Flag-Pins Portugal-Austria

 

Vai haver mudanças no jogo contra a Áustria do próximo sábado. O seleccionador já o admitiu. Falta saber que mudanças. E se são as que se impõem, depois do que se viu contra a Islândia, ou se serão meramente cosméticas para atender aa alguns interesses de ocasião.

Não tenho ouvido os comentários da SIC nem da TVI, nem mesmo os da Sport TV e da BTV, se é que esta última os faz, pelo não posso comentar o que nestas estações tem sido dito sobre o jogo da selecção. Apenas tenho seguido os comentários da RTP. E confesso que não posso deixar de manifestar a minha surpresa pelo que tenho ouvido. A seguir ao jogo contra a Islândia, dois dos comentadores mais influentes (Carvalhal e Carlos Daniel) deram a entender (ou mais do que isso) que o problema da selecção não estava nos jogadores, deixando subentendido que o “falhanço” era do treinador. Marco Silva, mais cauteloso, “politicamente correcto”, foi tendo aquela conversa que de nada serve: “O treinador é que sabe o que pediu aos jogadores e a situação em que os mesmos se encontram”. Todavia, à medida que o programa decorria começou a ser evidente que a responsabilidade do acontecido também não era do seleccionador. Se não era do seleccionador nem dos jogadores, de quem seria afinal? No dia seguinte, no mesmo programa, Manuel José, sempre tão directo, também alinhou mais ou menos na mesma conversa, salvo no que respeita a Ronaldo. Com a agravante de este segundo programa pós jogo ter a presença de Miguel Guedes – o execrável Guedes do Trio de Ataque. Antes de mais, é caso para pergunta: Que faz Guedes no programa? Se o programa é para falar tecnicamente de futebol, o que faz lá Guedes? Só se for para denegrir Renato Sanches ou qualquer outra coisa que “cheire” a Benfica…

Deixando de lado o que pensam ou dizem estes comentadores, que se têm a si próprios como o supra-sumo do comentário futebolístico, vamos então abordar aas mudanças que se impõem.

Na defesa, a única alteração que poderia justificar-se era a de Pepe por José Fonte. Pepe tem causado muitos problemas à selecção. É um jogador, a justo título, marcado pelos árbitros, perde com relativa facilidade a compostura e muito facilmente compromete a selecção, como aconteceu no último Mundial. A selecção só ficaria a ganhar se fosse substituído. Vieirinha pode ser substituído por Cedric mas a selecção não ganha nada com isso. Perde um atacante razoável e não ganha nada na defesa.

Na linha média terá de haver profundas alterações. Seja por culpa do seleccionador ou dos jogadores, é óbvio que o sector esteve muito aquém do pretendido. E como o seleccionador não pode ser mudado, as mudanças terão de recair sobre os jogadores. Assim, Danilo vai ser um dos sacrificados. Provavelmente vai entrar para o seu lugar William Carvalho. Provavelmente, não se ganhará nada com a mudança, mas é uma alteração que terá de acontecer depois de tudo o que se disse de Danilo. Moutinho tem de ser substituído por Renato Sanches. É mais que óbvio que Renato é hoje um jogador imprescindível no meio campo. Quanto aos alas, João Mário deve continuar. Deve ter mais uma chance, podendo do outro lado manter-se André Gomes ou ser chamado Rafa.

Na frente só podem jogar dois. Se Quaresma está em forma e com muita vontade de jogar, como parece que está, talvez seja de lhe conferir a titularidade, em detrimento de Ronaldo que não está bem, precisa de descansar, não sendo nada conveniente a sua utilizaação nas condições em que se eencontra, como se viu há dois anos no Brasil. E do outro lado começar com Nani.

Estas seriam as alterações que um treinador independente, que pensasse pela sua própria cabeça, muito provavelmente faria. Mas não é o caso, Fernando Santos, como outros antes dele, tem um raio de acção muito limitado. Não pode tocar em Ronaldo nem em nenhum daqueles jogadores que proclame aos quatro ventos que “Ronaldo é o melhor do mundo”. Essa a razão por que as alterações vão ser meramente cosméticas. Provavelmente sairá Danilo, talvez também Vieirinha e na linha média João Mário ou André Gomes para entrar Quaresma, alterando-se a estrutura da equipa tal como foi concebida pelo próprio seleccionador.

Esperemos para ver…

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