SÁBADO, CONTRA A ÁUSTRIA
Vai haver mudanças no jogo contra a Áustria do próximo
sábado. O seleccionador já o admitiu. Falta saber que mudanças. E se são as que
se impõem, depois do que se viu contra a Islândia, ou se serão meramente
cosméticas para atender aa alguns interesses de ocasião.
Não tenho ouvido os comentários da SIC nem da TVI, nem mesmo
os da Sport TV e da BTV, se é que esta última os faz, pelo não posso comentar o
que nestas estações tem sido dito sobre o jogo da selecção. Apenas tenho
seguido os comentários da RTP. E confesso que não posso deixar de manifestar a
minha surpresa pelo que tenho ouvido. A seguir ao jogo contra a Islândia, dois
dos comentadores mais influentes (Carvalhal e Carlos Daniel) deram a entender (ou
mais do que isso) que o problema da selecção não estava nos jogadores, deixando
subentendido que o “falhanço” era do treinador. Marco Silva, mais cauteloso, “politicamente
correcto”, foi tendo aquela conversa que de nada serve: “O treinador é que sabe o que pediu aos jogadores e a situação em que os
mesmos se encontram”. Todavia, à medida que o programa decorria começou a
ser evidente que a responsabilidade do acontecido também não era do
seleccionador. Se não era do seleccionador nem dos jogadores, de quem seria
afinal? No dia seguinte, no mesmo programa, Manuel José, sempre tão directo,
também alinhou mais ou menos na mesma conversa, salvo no que respeita a
Ronaldo. Com a agravante de este segundo programa pós jogo ter a presença de
Miguel Guedes – o execrável Guedes do Trio de Ataque. Antes de mais, é caso
para pergunta: Que faz Guedes no programa? Se o programa é para falar
tecnicamente de futebol, o que faz lá Guedes? Só se for para denegrir Renato
Sanches ou qualquer outra coisa que “cheire” a Benfica…
Deixando de lado o que pensam ou dizem estes comentadores,
que se têm a si próprios como o supra-sumo do comentário futebolístico, vamos
então abordar aas mudanças que se impõem.
Na defesa, a única alteração que poderia justificar-se era a
de Pepe por José Fonte. Pepe tem causado muitos problemas à selecção. É um
jogador, a justo título, marcado pelos árbitros, perde com relativa facilidade
a compostura e muito facilmente compromete a selecção, como aconteceu no último
Mundial. A selecção só ficaria a ganhar se fosse substituído. Vieirinha pode
ser substituído por Cedric mas a selecção não ganha nada com isso. Perde um
atacante razoável e não ganha nada na defesa.
Na linha média terá de haver profundas alterações. Seja por culpa
do seleccionador ou dos jogadores, é óbvio que o sector esteve muito aquém do
pretendido. E como o seleccionador não pode ser mudado, as mudanças terão de recair
sobre os jogadores. Assim, Danilo vai ser um dos sacrificados. Provavelmente vai
entrar para o seu lugar William Carvalho. Provavelmente, não se ganhará nada
com a mudança, mas é uma alteração que terá de acontecer depois de tudo o que
se disse de Danilo. Moutinho tem de ser substituído por Renato Sanches. É mais
que óbvio que Renato é hoje um jogador imprescindível no meio campo. Quanto aos
alas, João Mário deve continuar. Deve ter mais uma chance, podendo do outro lado manter-se André Gomes ou ser chamado
Rafa.
Na frente só podem jogar dois. Se Quaresma está em forma e
com muita vontade de jogar, como parece que está, talvez seja de lhe conferir a
titularidade, em detrimento de Ronaldo que não está bem, precisa de descansar, não sendo nada conveniente a sua utilizaação nas condições em que se eencontra, como se viu há dois anos no Brasil. E do outro lado começar
com Nani.
Estas seriam as alterações que um treinador independente, que
pensasse pela sua própria cabeça, muito provavelmente faria. Mas não é o caso,
Fernando Santos, como outros antes dele, tem um raio de acção muito limitado. Não
pode tocar em Ronaldo nem em nenhum daqueles jogadores que proclame aos quatro
ventos que “Ronaldo é o melhor do mundo”.
Essa a razão por que as alterações vão ser meramente cosméticas. Provavelmente
sairá Danilo, talvez também Vieirinha e na linha média João Mário ou André
Gomes para entrar Quaresma, alterando-se a estrutura da equipa tal como foi concebida
pelo próprio seleccionador.
Esperemos para ver…
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