JORGE JESUS
Nas seis épocas em que esteve ao serviço do Benfica, Jorge
Jesus foi o treinador que beneficiou dos maiores investimentos da história do
Benfica. E teve por isso plantéis excelentes, que fariam a inveja de qualquer
clube de topo das grandes ligas europeias. Com os grandes recursos que o clube lhe proporcionou ganhou 3
campeonatos, perdeu 2 por incompetência e 1 em que ficou a 27 pontos do Porto
de Villas-Boas.
À parte a Taça da Liga – a mais desprestigiada prova do
calendário futebolístico português – que venceu por 5 vezes, apenas ganhou uma Taça de Portugal e uma Supertaça.
Na Europa, os resultados foram decepcionantes. Nada ganhou.
Mesmo na Liga Europa, que é segunda divisão do futebol do futebol europeu e a
que o Benfica acedeu por ter sido eliminado da Liga dos Campeões, Jesus com
planteis de excelência perdeu duas finais.
Na Liga dos Campeões foi o descalabro. É por isso conveniente
recordar: Em 2010/2011, foi eliminado na fase de
grupos pelo Schalke 04 e pelo Lyon. O mesmo aconteceu em 2012/2013, também
eliminado na fase de grupos, com 8 pontos, pelo Barcelona e pelo Celtic de
Glasgow, tendo transitado para a Liga Europa, na qual chegou à final, sendo
derrotado pelo Chelsea por 2-1. Em 2013/2014, o Benfica voltou a ser eliminado,
na fase de Grupos, pelo PSG e pelo Olympiakos, desta vez com 10
pontos, tendo novamente transitado para a Liga Europa, onde teve o
desfecho que se conhece contra o Sevilha. Em 2014/2015, o Benfica de Jesus
classificou-se em último lugar na fase de grupos, com apenas 4 pontos, atrás do
Bayer de Leverkusen, do Mónaco e do Zenit de San Petersburgo. O Benfica apenas marcou
dois golos e sofreu seis. Somente em 2011/2012 o Benfica passou a fase de
grupos e superou a primeira eliminatória, tendo sido eliminado na seguinte
(quartos-de-final), devendo esta considerar-se a melhor participação
internacional da equipa na era Jorge Jesus.
Em
conclusão, nas seis épocas de Jesus no Benfica, em cinco participações na Liga
dos Campeões, somente por uma vez o Benfica passou a fase de grupos, enquanto
na Liga Europa, em quatro participações, o Benfica foi por duas vezes à final,
atingiu a meia-final uma vez (tendo sido eliminado pelo Braga) e ficou uma
outra pelos quartos-de-final (eliminado pelo Liverpool). Donde se conclui que o
Benfica de Jesus estava mais vocacionado para jogar a Liga Europa do que a
prova rainha do futebol europeu.
Internamente,
o Benfica com Jesus ganhou 3 campeonatos como se já disse, mas o Benfica perdeu
sempre muitos pontos, mesmo nos anos em que foi campeão. Senão vejamos:
2009/10 – 17 Pontos perdidos
2010/11
– 27 Pontos perdidos
2011/12
– 21 Pontos perdidos
2012/13
– 13 Pontos perdidos
2013/14
– 16 Pontos perdidos
2014/15
– 17 Pontos perdidos
Média
por época 18,5.
Finalmente,
o principal defeito que se aponta a Jesus como treinador é o de que é forte
contra os fracos e fraco contra os fortes. Quem analisar um por um todos os
jogos de Jesus à frente do Benfica chegará à inevitável conclusão de que no plano
interno perdeu duelos decisivos com equipas da envergadura do Benfica e no
plano internacional não ganhou um único jogo a uma grande equipa nem tão-pouco
ganhou nenhuma final.
Dir-se-á:
mesmo assim Jesus alcançou resultados muito superiores aos seus antecessores nas
duas últimas décadas. Certamente que sim. Mas também é inegável que nenhum dos
seus antecessores beneficiou sequer de um quinto dos recursos que Jesus teve à
sua disposição em qualquer das épocas que passou pelo Benfica.
A
seu favor Jesus tem inegavelmente a prática de um futebol atraente, por vezes
empolgante, embora mais empolgante e mais atraente contra equipas fracas do que
contra equipas fortes.
Em
conclusão: o que o Benfica precisa é de bons plantéis. Com plantéis semelhantes
aos que Jesus teve à sua disposição, o Benfica, com um treinador razoavelmente
competente, continuará a ganhar porventura até mais do que com Jesus.
A
escolha do treinador é importante. E parece não haver muitas dúvidas sobre quem
essa escolha deveria recair: sobre o treinador mais competente da Primeira Liga
Portuguesa – Marco Silva!
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