quinta-feira, 4 de junho de 2015

BENFIQUISTAS


 

JORGE JESUS
 

 

Nas seis épocas em que esteve ao serviço do Benfica, Jorge Jesus foi o treinador que beneficiou dos maiores investimentos da história do Benfica. E teve por isso plantéis excelentes, que fariam a inveja de qualquer clube de topo das grandes ligas europeias. Com os grandes recursos que o clube lhe proporcionou ganhou 3 campeonatos, perdeu 2 por incompetência e 1 em que ficou a 27 pontos do Porto de Villas-Boas.

À parte a Taça da Liga – a mais desprestigiada prova do calendário futebolístico português – que venceu por 5 vezes,  apenas ganhou uma Taça de Portugal e uma Supertaça.

Na Europa, os resultados foram decepcionantes. Nada ganhou. Mesmo na Liga Europa, que é segunda divisão do futebol do futebol europeu e a que o Benfica acedeu por ter sido eliminado da Liga dos Campeões, Jesus com planteis de excelência perdeu duas finais.

Na Liga dos Campeões foi o descalabro. É por isso conveniente recordar: Em 2010/2011, foi eliminado na fase de grupos pelo Schalke 04 e pelo Lyon. O mesmo aconteceu em 2012/2013, também eliminado na fase de grupos, com 8 pontos, pelo Barcelona e pelo Celtic de Glasgow, tendo transitado para a Liga Europa, na qual chegou à final, sendo derrotado pelo Chelsea por 2-1. Em 2013/2014, o Benfica voltou a ser eliminado, na fase de Grupos, pelo PSG e pelo Olympiakos, desta vez com 10 pontos, tendo novamente transitado para a Liga Europa, onde teve o desfecho que se conhece contra o Sevilha. Em 2014/2015, o Benfica de Jesus classificou-se em último lugar na fase de grupos, com apenas 4 pontos, atrás do Bayer de Leverkusen, do Mónaco e do Zenit de San Petersburgo. O Benfica apenas marcou dois golos e sofreu seis. Somente em 2011/2012 o Benfica passou a fase de grupos e superou a primeira eliminatória, tendo sido eliminado na seguinte (quartos-de-final), devendo esta considerar-se a melhor participação internacional da equipa na era Jorge Jesus.

Em conclusão, nas seis épocas de Jesus no Benfica, em cinco participações na Liga dos Campeões, somente por uma vez o Benfica passou a fase de grupos, enquanto na Liga Europa, em quatro participações, o Benfica foi por duas vezes à final, atingiu a meia-final uma vez (tendo sido eliminado pelo Braga) e ficou uma outra pelos quartos-de-final (eliminado pelo Liverpool). Donde se conclui que o Benfica de Jesus estava mais vocacionado para jogar a Liga Europa do que a prova rainha do futebol europeu.

Internamente, o Benfica com Jesus ganhou 3 campeonatos como se já disse, mas o Benfica perdeu sempre muitos pontos, mesmo nos anos em que foi campeão. Senão vejamos:

 2009/10 – 17 Pontos perdidos

2010/11 – 27 Pontos perdidos

2011/12 – 21 Pontos perdidos

2012/13 – 13 Pontos perdidos

2013/14 – 16 Pontos perdidos

2014/15 – 17 Pontos perdidos

Média por época 18,5.

Finalmente, o principal defeito que se aponta a Jesus como treinador é o de que é forte contra os fracos e fraco contra os fortes. Quem analisar um por um todos os jogos de Jesus à frente do Benfica chegará à inevitável conclusão de que no plano interno perdeu duelos decisivos com equipas da envergadura do Benfica e no plano internacional não ganhou um único jogo a uma grande equipa nem tão-pouco ganhou nenhuma final.

Dir-se-á: mesmo assim Jesus alcançou resultados muito superiores aos seus antecessores nas duas últimas décadas. Certamente que sim. Mas também é inegável que nenhum dos seus antecessores beneficiou sequer de um quinto dos recursos que Jesus teve à sua disposição em qualquer das épocas que passou pelo Benfica.

A seu favor Jesus tem inegavelmente a prática de um futebol atraente, por vezes empolgante, embora mais empolgante e mais atraente contra equipas fracas do que contra equipas fortes.

Em conclusão: o que o Benfica precisa é de bons plantéis. Com plantéis semelhantes aos que Jesus teve à sua disposição, o Benfica, com um treinador razoavelmente competente, continuará a ganhar porventura até mais do que com Jesus.

A escolha do treinador é importante. E parece não haver muitas dúvidas sobre quem essa escolha deveria recair: sobre o treinador mais competente da Primeira Liga Portuguesa – Marco Silva!

 

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