quinta-feira, 4 de junho de 2015

O BENFICA E JORGE JESUS


 

O QUE IMPORTA ASSEGURAR

 

As reacções à saída de Jorge Jesus por parte da denominada “estrutura” do Benfica não têm sido muito saudáveis. Diz-se – e certamente será verdade – que Jorge Jesus se portou mal com o clube. Que se recusou durante todo o dia de ontem a atender as chamadas de Luís Filipe Vieira. Que não avisou o Benfica de que estava em negociações com o Sporting. Que rompeu as negociações com base num motivo fútil.

Vamos dar por assente que tudo isto é verdade. Mais: que o comportamento de Jesus é ainda pior do que aquilo que corre nos meandros do futebol. Pois mesmo assim nem por isso o Benfica por respeito por si próprio, por respeito pela instituição, por respeito para com os sócios deveria ter actuado como está a actuar. O Benfica deveria ter autorizado Jesus a entrar no Seixal para levantar as suas coisas, embora o devesse fazer com horas marcadas e tempo delimitado. Também não deveria ter retirado a fotografia de Jesus do plantel do Benfica. Não fica bem.

O Benfica não perde a sua identidade nem o seu prestígio por mudar de treinador. Deveria ser com superioridade, sem ressentimentos, que o Benfica deveria ter encarado a partida de Jesus, alardeando altivamente a convicção de que Jesus precisará muito mais do Benfica do que o Benfica de Jesus.

Por outro lado, a ida de Jesus para o Sporting é o que se pode chamar um verdadeiro down grade ou antes, em bom português, passar de cavalo para burro. O que aliás também demonstra que, afinal, Jesus não tinha grande mercado.

Do lado do Sporting nada há a esperar diferente daquilo a que Bruno de Carvalho já nos habituou. E o que de mais significativo há a evidenciar é que o presidente do Sporting não honra os seus compromissos, não paga as suas contas, pelo que, dentro de pouco tempo, ninguém negociará com ele. O Sporting não cumpre as mais elementares regras contratuais. E quem não cumpre as regas contratuais também não cumpre as regras éticas. Foi isso o que Sporting fez com Marco Silva. E o que se diz do Sporting relativamente às regras éticas diga-se igualmente de Jesus: também Jesus demonstrou ter o mais profundo desprezo e desrespeito pelo seu colega de profissão – Marco Silva. De modo que, feitas as contas, Jesus e o presidente do Sporting estão bem um para o outro.

O Benfica, não por retaliação, mas por reconhecimento da necessidade de ter um treinador competente e com provas já dadas ao mais alto nível (com matéria prima de segunda categoria) deveria contratar Marco Silva e assegurar um plantel ao nível daqueles que proporcionou a Jesus. E se isso acontecer os benfiquistas poderão ficar ter a certeza de que não será nada difícil fazer melhor do que Jesus!

Marco Silva, já!

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