PINTO DA COSTA DEFENDE
O LUGAR
Como qualquer ditador, Pinto da Costa só largará o poder quando
a natureza o impossibilitar de continuar ou se for corrido do lugar que ocupa.
Não obstante o seu passado ao serviço do FC Porto, nunca esteve tão perto de
ser “expulso” do lugar que ocupa como este ano. São muitas as vozes que o
culpam dos sucessivos insucessos da equipa em três épocas consecutivas – que até
poderiam ter sido cinco se não tivesse acontecido o que todos sabemos…-, a
ponto de este ano considerarem indesculpável o fraco rendimento da equipa
depois de tão grande investimento.
Pinto da Costa sabe tudo isso. Sabe que “deu” a Paulo Fonseca
um dos piores plantéis do Porto contemporâneo; sabe que contratou um treinador incompetente
a quem concedeu, como a nenhum outro, o direito de escolher os jogadores que
quis (a “famosa armada espanhola”) e sabe também que está hoje muito longe de
poder desempenhar fora do campo o grande papel que noutros tempos soube com
muito êxito pôr em prática.
E como, não obstante a sua grande paixão clubista, sabe
perfeitamente que o Porto deste ano não vai longe, não apenas por ter começado
mal e ter sido incompetentemente dirigido, mas também porque lhe faltam, em zonas
nevrálgicas do campo, os artistas que noutras ocasiões já teve, é que Pinto da
Costa trata de valorizar os pequenos sucessos que a fortuna lhe concedeu para,
por antecipação, tentar atenuar os insucessos que ai vem. E para isso nada
melhor do que através de comparações que ele sabe serem falsas estar já a preparar
os adeptos para as derrotas que estão à porta.
Quando Pinto da Costa afirma que o Dortmund não é o Benfica,
apenas se limita a fazer uma constatação evidente. Mas quando além disso acrescenta
que só por brincadeira se poderia supor tal coisa, o que Pinto da Costa
pretende dizer é que o Borússia de Dortmund, não obstante as suas limitações,
não irá certamente desperdiçar as oportunidades de golo que o Benfica perdeu só
na primeira parte do seu confronto com o Porto.
Pinto da Costa sabe, como sabe qualquer outro espectador, que,
só na primeira parte do jogo contra o Benfica, o Porto, além do golo que
sofreu, poderia ter sofrido mais três e partir para o segundo tempo já goleado.
Bastava que Pizzi, Mitroglou e Samaris não tivessem falhado o que normalmente
não falham. Bem poderia Casillas ter feito a exibição que fez, defendendo os
remates de Jonas (primeiro tempo) e de Mitroglou, Gaitan e Martins Indi
(segunda parte) que ninguém tiraria ao Porto uma goleada.
Ora, é este espectro que Pinto da Costa tem em mente e cuja
concretização teme.
Aliás, há outros indícios da perturbação que actualmente
reina no Porto. A crítica à arbitragem no jogo contra o Arouca é digna dos psicopatas
do Sporting pelas ligações inverosímeis estabelecidas entre factos que não tem
entre si qualquer conexão. Sendo certo que o árbitro anulou ao Porto um golo válido, é
também indiscutível que quando tal aconteceu ainda faltava jogar muito jogo,
como certo é que depois desse evento o Arouca marcou. Ligar a anulação desse
golo ao facto de o árbitro ser irmão de um ex-árbitro pertencente à comissão de
arbitragem (ex-árbitro esse que o Porto gostaria de ver a dirigir a arbitragem
portuguesa) e à circunstância de um dos adjuntos de Lito Vidigal, treinador do
Arouca, ser filho do presidente da comissão de arbitragem é algo que até à data
só estava ao alcance das mentes doentias e pequeninas do Sporting.
Em conclusão: muito vai ter de falar Pinto da Costa durante o
que resta para o termo da época se quiser tentar novamente ser presidente do
Porto no próximo mandato. Todavia, por muito que fale vai ter dificuldade em enganar os
adeptos mais lúcidos do seu clube que há muito já perceberam que a “máquina”
deixou de funcionar e que ele não é mais o timoneiro que outrora já foi.
Os rivais agradecem a sua continuação...
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