O QUE SE PODE ESPERAR
É do conhecimento geral que o Benfica teve e continua a ter
um começo de época atribulado. Contrariamente ao que supunha há um mês, o
Benfica continua com muitos dos seus principais jogadores lesionados,
impossibilitados de dar o seu contributo à equipa nas várias frentes em que
está envolvida.
Estamos a meio de mês de Outubro, ou seja, dois meses depois
de iniciada a época, e ainda se não sabe quando Jonas, Rafa, Jardel, Samaris, Jiménez
e André Horta voltarão à equipa. Se a estes acrescentarmos Júlio César e
Grimaldo, recentemente lesionados e sobre os quais não há notícias seguras, o
Benfica parte muito desfalcado para abordar um período crucial da primeira fase
da época, aquela onde se define o destino da equipa na Liga dos Campeões.
Há, portanto, todas as razões para supor que o Benfica não
poderá contar com o seu plantel completo para os dois próximos jogos com o Dínamo
de Kiev, em que se decidirá o futuro da equipa na Liga dos Campeões.
Se no plano interno, tanto no Campeonato como na Taça de
Portugal, os jogadores disponíveis ainda são suficientes para manter acesa a
chama da vitória, já o mesmo se não poderá esperar de uma competição tão
exigente como a Liga dos Campeões. Seria um feito difícil de igualar se o
Benfica, nas condições em que actualmente se encontra, tivesse capacidade para
manter viva a hipótese de seguir em frente na competição.
No plano interno, como se viu na última sexta-feira, a equipa
poderá também claudicar se os jogos se não iniciarem da melhor forma. Se, pelo
contrário, nas próximas três jornadas, o Benfica não perder pontos, estariam
criadas as condições para que a fase de jogos a iniciar em 4 de Novembro até 11
de Dezembro pudesse ser abordada com outra tranquilidade e com o plantel recomposto, salvo, porventura, o
caso de Jonas que, pelos vistos, é ou tem sido muito mais grave do que se supunha
por não ter verdadeiramente a ver com uma lesão contraída durante o jogo, mas
resultar antes de uma doença contraída por ocasião da lesão.
Tendo em conta a situação de Jonas, que muito provavelmente
só poderá voltar a dar o seu contributo à equipa em 2017, seria da máxima
importância que Rafa, Jardel, Jiménez, Samaris e Horta pudessem estar em
condições de integrar os trabalhos da equipa até ao fim deste mês de Outubro.
Se isso não acontecer, o departamento médico do Benfica vai ter de se explicar perante
os sócios e adeptos para que se possa compreender não apenas o número inusitado
de lesões, mas também as dificuldades que tem havido na recuperação dos
jogadores.
Para obviar a estas dificuldades nem sequer vale a pena
esgrimir com a excelência do plantel do Benfica em número e qualidade, porque a
realidade não é bem essa. É certo que o Benfica está bem servido na defesa, guarda-redes
incluídos, com onze jogadores (Paulo Lopes incluído) capazes de desempenhar o
seu papel sem problemas, mas já o mesmo se não poderá dizer da linha média. Com
efeito, Fejsa não tem nenhum substituto à altura, porque na realidade nem
Samaris, nem Danilo (ainda uma incógnita) desempenham o lugar do mesmo modo e com a mesma eficiência. Como
médio ofensivo o Benfica tem Horta e dai para a frente tudo o que arranjar não
passa de isso mesmo: “arranjos”. Celis, pelo que já fez, pelos erros graves que
cometeu e que muito comprometeram a equipa, não é confiável, nem é crível que
Rui Vitória continue a apostar nele.
Na linha avançada, além dos pontas de lança que são os mesmos
do ano passado, sem referir José Gomes ainda muito “verde”, o Benfica poderia
(ou poderá, logo que as condições o permitam) contar com Rafa para o lugar de
Jonas ou com Gonçalo Guedes, mas tanto um como outro com estilos e desempenhos
completamente diferentes dos do “astro” brasileiro. No lado direito do
ataque, o Benfica com Salvio e Pizzi até está um pouco melhor do que o ano
passado, enquanto do lado esquerdo não há ninguém que até hoje tenha aparecido
em condições de, já não dizemos, fazer esquecer, mas de substituir Gaitan. De
facto, nem Cervi, apesar de todo o entusiasmo que põe nos jogos, nem o abúlico
Carrillo são verdadeiras alternativas para o lado esquerdo. Zivkovic ainda não
teve tempo suficiente para se mostrar. Talvez não fosse pior ir rodando na equipa
B, tal como Carrillo, como forma de se saber se a equipa principal pode esperar
deles alguma coisa, principalmente de Carrillo.
É neste quadro e com este quadro que o Benfica terá de se
haver até Janeiro…
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