quinta-feira, 25 de outubro de 2018

AS LIMITAÇÕES DE RUI VITÓRIA




O BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES
Diapositivo 1 de 7: Imprensa internacional reagiu assim ao desaire do Benfica em Amesterdão

Não sei se os benfiquistas mais novos ou mesmo os treinadores mais jovens compreendem o que significa para um benfiquista mais velho fazer má figura na Liga dos Campeões. Lutar até ao último jogo da fase de grupos por um lugarzinho que garanta o apuramento já seria uma humilhação quando esse apuramento, como tem acontecido nos últimos tempos, se faz com oito ou até com sete pontos. Mas a verdadeira humilhação, aquela que nos enche de tristeza e de vergonha, é ver o Benfica perder nove jogos nos últimos dez disputados ou ver o clube à terceira jornada praticamente eliminado.

Se isso acontecesse numa época em que a equipa, do ponto de vista do plantel, era fraca e sem recursos, como infelizmente aconteceu na década de 90 do século passado ou nos primeiros anos da primeira década deste século, ainda se aceitava como uma inevitabilidade. Mas se isso acontece quando a equipa dispõe de recursos suficientes, como é o caso desde há dez anos, somente a incompetência de quem a dirige pode justificar semelhante descalabro.

O que o Benfica faz ou deve fazer, no plano interno, é o óbvio. Tem o melhor plantel, joga numa liga pouco exigente, logo deve ganhar e não faz mais do que a sua obrigação. Por isso, os êxitos internos nunca podem servir para desculpar ou fazer esquecer os insucessos internacionais.

Jorge Jesus nunca teve êxito na Liga dos Campeões. Somente uma vez passou a fase de grupos, embora tenha tido boas participações na Liga Europa, que é uma competição da segunda divisão europeia, essa a razão por que somente quem a ganha ascende, entre as largas dezenas de clubes que nela participam, à primeira divisão – a Liga dos Campeões.

As equipas de Jesus, salvo porventura no último ano, eram equipas desequilibradas para jogar uma competição do tipo da Liga dos Campeões. Praticavam frequentemente futebol atractivo e os jogadores sabiam que papel desempenhar em campo. Mas os frequentes desequilíbrios no meio campo sempre que a equipa perdia a bola foram-lhe fatais. No Sporting, com jogadores de mais baixa qualidade, apesar de ter melhorado nos três anos em que lá esteve, principalmente nos dois últimos, também nunca conseguiu passar a fase de grupos embora aí tenha a desculpa de sempre ter ficado incluído em grupos muito fortes.

Esta chamada de JJ a este post apenas tem em vista sublinhar que com Rui Vitória tudo se agravou. A equipa não só não ganha – o ano passado até só perdeu – como continua desequilibrada. Só que agora o desequilíbrio é outro. O Benfica quase não tem presença na área e, além disso, os jogadores, quase sem excepção, acusam uma falta de cultura táctica confrangedora. Só mesmo aqueles que não podem deixar de a ter como o volante (ou pivot) Fejsa ou o guarda-redes a mantêm. Os outros dão muitas vezes a sensação de que somente sabem jogar numa parte do campo, ficando o resto da sua participação no jogo de equipa entregue ao acaso e à inspiração do momento. Até aqueles que tinham uma cultura táctica adquirida ao longo de anos dão sinais evidentes de que a perderam.

Ora, isto é culpa do treinador, da sua equipa técnica. Há erros que se repetem jogo após jogo sem nunca serem corrigidos. Há jogadores cujas potencialidades estão subaproveitadas por causa de erros que se não corrigem. O caso de Salvio, que não é único, é o mais evidente e o que mais prejuízo traz à equipa. Se as jogadas em que Salvio participa tivessem outro aproveitamento, muito a equipa beneficiaria.

Desde que Rui Vitória pôs de parte o 4-4-2 nunca mais o Benfica ganhou um título. O 4-3-3 de Rui Vitória, que é muito mais um 4-3-2-1 com o 1 muito desacompanhado na frente, nunca pode servir ao Benfica internamente. E externamente terá de ter outra mobilidade e flexibilidade para poder funcionar com alguma eficácia. E não tem.

É sabido pelos 4 anos que vai levando à frente do Benfica que Rui Vitória “lê” mal o jogo do banco e além disso não tem qualquer espécie de audácia na sua actuação. Actua sempre pelo seguro. Troca Gedson por Gabriel, Pizzi por Alfa Semedo se quer segurar o resultado, Rafa por Cervi ou Cervi por Rafa. Se o resultado é desfavorável mete avançados, mas é incapaz de querer ganhar um jogo que esteja empatado sempre que o empate não corresponda a uma derrota. Nunca tem a flexibilidade suficiente para criar algo de novo relativamente ao modelo que os adversários conhecem. Claro que isto não pode ser improvisado, tem de ser treinado e preparado. Se não for não se vê como possam vir a jogar jogadores de grande categoria como os que o Benfica tem no banco.

Em Amesterdão tudo isto que aqui se refere foi muito evidente. A partir da segunda metade da segunda parte ou até talvez um pouco antes, o Benfica passou a jogar para o empate. A entrada de um jovem como João Félix, para jogar mais próximo do ponta de lança (eventualmente substituído por Jonas), poderia ter virado o resultado. Teria de sair Salvio, alguém teria de encostar à direita, que não Pizzi, que também deveria sair para entrar Alfa Semedo. A equipa refrescava-se com dois jovens cheios de força, seria mais criativa com J. Felix e Jonas e muito mais segura com Alfa Semedo.

Uma reviravolta destas, operada, no mínimo a 30/20 minutos do fim do jogo, confundiria o adversário e daria um novo elan à nossa equipa. Mas, é claro, tudo isto tem de ser treinado e muito.

Rui Vitória que não volte com a conversa do “pontinho” fazendo dos adeptos tontos, porque já é segunda vez em seis meses que perde jogos decisivos por querer segurar o empate!

9 comentários:

GRÃO VASCO disse...

Eh pá!
Sinceramente.
Não sei como depois desta hilariante exposição sobre os aspectos técnico tácticos do Benfica, ninguém ainda tenha convidado o autor desta "sublime" peça para substituir Rui Vitória no comando da equipa do Benfica.

Nem que hoje me possam contar a melhor anedota do mundo, não deixarei de eleger este "douto discurso" como a anedota da década!

O que eu me ri ó "Biana"!

nelse disse...

Qd o jj atacou o rv dizendo que este o estava a imitar, eu disse raios e coristos do jj.... mas vamos ver....1 ano rv 442 campeao.... 2 ano rv 442 campeao...3 ano 433 vice.... 4 ano 433 e somos tao previsiveis que dá dó e se o rv continuar com esta forma de jogar vamos ganhar bola!

Ricardo Viana de Lima disse...

Esta é a linguagem típica do futebol dos dias de hoje. Quem não concorda, não argumenta. Ou insulta - que é o mais frequente; ou diz meia dúzia de coisas sem a menor preocupação de fundamentar o que quer que seja.
E nada mais há dizer quanto ao comentário do Sr. Grão Vasco.

Caros marques disse...

Estou de acordo com a crônica e já começa a ser tempo de melhorar e compreender a sua situação de treinador no Benfica.
Uma outra observação, neste jogos com outro grau de dificuldade a equipa só coloca um ou dois jogadores no máximo dentro da grande área adversária nas jogadas de ataque.parece que os restantes ou não tem autorização para passar por lá ou não tem capacidade física para ir i vir a correr.
O Ajax no lance do golo apenas tinha 6 eu repito 6 jogadores dentro da nossa área e não foi caso único.
Porta para isto.

artnis disse...

Por muita razão que tenhas nessa tua análise e infelizmente é tanta aquela que tens, o submisso 'pau mandado', só vai de vela, como deveria ter ido no final da época passada, quando o 'ventoínhas das Furnas' - o maior de entre os ilusionistas do P3N7A - sentir os calos apertados - (o que não vai ser fácil dado as artimanhas montadas em 2009/2010 que cercearam a Liberdade no Glorioso)...!!!

Não é com este acagaçado 'forcado' que alguma vez pegaremos o toiro de frente...!

Ricardo Viana de Lima disse...

Como hoje se viu, quando a chamada ineficácia bem cedo bate à porta, a equipa do Benfica não sabe o que fazer em campo. Como aqui já disse, o treinador quando está a perder começa a meter avançados como se fosse da presença na equipa de vários avançados que o golo iria surgir. Meter ou ter muitos avançados na equipa não é mesma coisa que ter presença na área e menos ainda é sinónimo de construção de oportunidades. Hoje (Belenenses, Estádio Nacional), a partir dos 2-0, o Benfica jogou como jogaria uma equipa sem treinador, isto é, uma equipa que não tem processos de jogo devidamente interiorizados. Jogou-se o famoso pontapé para frente que nem as equipas do Campeonato Nacional, com bons treinadores, hoje praticam em circunstâncias idênticas.

GRÃO VASCO disse...

Só agora tive oportunidade de ler a "resposta" ao meu comentário.

Perante tanta sapiência de pacotilha, argumentar, não vale a pena. É como gastar cera com ruins defuntos...
Insultar... alto aí.
Quem és tu "viana" para falares de cátedra?
Treinaste algum clube? Algum grande eeuropeu? Foste alguma vez vencedor de que troféu?
Ou estás a candidatar-te para receberes o "galardão" rui santos do tempo extra?

Bitaites sobre futebol até um analfabeto manda.
Percebido?

PS.
"Quem não concorda, não argumenta".
O que é isto?



GRÃO VASCO disse...

Umas "ventoínhas das Furnas" era o que tu precisavas por esses cornos abaixo!
Eu nem quero imaginar os "artnises" desta vida a serem ouvidos por quem de direito no Benfica!
O tempo da bandalheira e das brigadas dos bota-abaixo, quintas-colunas e quejandos já passou.
E para mim, como para a maioria esmagadora dos Benfiquistas, metia todos estes "artnises" na jaula dos símios da Ribeira. Seriam devorados como se trincam passarinhos!
Acabava-se a brincadeira!

Estes reles bastardos não merecem o Benfica!

jamesfo8376 disse...

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