sexta-feira, 7 de outubro de 2022

AS EXIBIÇÕES DO BENFICA NA LIGA DOS CAMPEÕES

 

OS COMENTÁRIOS DE DUARTE GOMES E OUTROS COMENTADORES DE TELEVISÃO

O Benfica continua invicto na Liga dos Campeões de 2022/23, tanto na fase de apuramento como na fase de grupos da competição. Com sete jogos disputados, o Benfica soma seis vitórias e um empate, 17 golo marcados e 4 sofridos. Dentre estes jogos, há dois, jogados contra duas das maiores equipa europeias, em que o Benfica realizou grandes exibições, exibindo e impondo o seu futebol sem preocupações especiais ou específicas relativas aos jogo dos adversários, salvo obviamente aquelas que resultam da imposição do seu próprio jogo e das correspondentes limitações que ele impõe no modo de jogar do adversário.

Pela primeira vez, desde há muitos, muitos anos, uma equipa portuguesa joga contra as melhores equipas sem subordinação a tácticas específicas para aquele jogo, seja em função do modo de jogar da equipa adversária seja por respeito aos craques que a integram, mas antes e só preocupada com a explanação do seu futebol, no modelo que põe em prática crente que ele é o futebol que melhor pode neutralizar as valências adversárias. Nunca mais o Benfica havia jogado assim desde os gloriosos anos 60 que tanto devem a Bela Guttmann e também aos extraordinários jogadores que integravam a equipa.

Acabaram-se os “mestres da táctica” e hoje o Benfica joga o seu futebol que começa a ser admirado e temido na Europa. Com duas exibições extraordinárias, contra a Juventus e contra o PSG, que somente não figurarão na galeria das inesquecíveis porque a eficácia concretizadora ficou muito aquém do futebol produzido, o Benfica prepara-se para ir a Paris jogar olhos no olhos contra o trio atacante mais valioso do mundo – Mbappé, Neymar e Messi – para ganhar. Nada garante que o consiga, mas há a certeza de que “medo” será coisa que o Benfica não terá, apesar de ter como adversários o melhor jogador (Messi) do mundo de todos os tempos depois de Maradona, um jovem portento tão imprevisível como veloz (Mbappé), e um jogador cuja excelência só é comparável à sua permanente queda para a batota (Neymar).

Toda a imprensa francesa é unânime em considerar que somente a grande exibição de Donnarrumma livrou o PSG de uma derrota na Luz, que poderia rer ficado construída na primeira parte, apesar do domínio exercido pelo PSG em certos períodos da segunda parte.

Dito isto, não pode deixar, mais uma vez, de se analisar os comentários de Duarte Gomes sobre a arbitragem. É uma constante nos comentários deste ex-árbitro opinar quase sempre contra o Benfica, quer em decisões de lances que lhe seriam favoráveis, como nas situações opostas. Apenas o não faz naqueles casos em que a decisão sobre o lance já é absolutamente ou previsivelmente indiferente para o resultado da contenda, numa clara manifestação de “esperteza saloia” ou “habilidade bacoca” com dizem os seus amigos do Norte.

Por isso, era óbvio que não valeria a pena esperar pelo seu comentário de hoje em “A Bola” para antecipadamente se saber que ele “expulsaria” Enzo aos 45m da primeira parte. Toda a gente viu que, na disputa de bola dividida com Verratti, Enzo chegou primeiro à bola, tocou depois com o pé na perna esquerda do italiano, com pouco força por ter, após o choque, refreado o ímpeto, e depois caiu por força do choque, tendo, na queda, pisado, sem querer e sem o poder evitar, a perna do dito adversário. O árbitro estava em cima do lance, a um metro se tanto, e viu a jogada melhor do que ninguém.

Pois Duarte Gomes chapa na Bola uma fotografia enganadora que altera e deturpa a natureza do lance e pede, zangado, a expulsão do médio argentino. Pois é este mesmo Duarte Gomes que em 11 de Fevereiro de 2021 analisa exactamente ao contrário um lance semelhante. Basta ler a Bola desse dia ou buscar na internet a capa deste jornal na qual o mesmo ex-árbitro se insurge contra a “inacreditável expulsão” de Luís Diaz no lance dividido com David Carmo que levou à fractura da perna deste jogador. Como toda a gente se recordará – e quem não se recordar pode buscar a jogada no You Tube – Luís Diaz chega primeiro à bola e subsequentemente em consequência do movimento em esforço que tinha feito embate de sola na perna de David Carmo. A generalidade dos comentadores de arbitragem considerou a expulsão errada por o choque ter ocorrido na sequência de um corte bola legal. Duarte Gomes alinhou nessa opinião, apesar da gravidade das consequências do choque. Hoje, contra o Benfica num lance que nem de perto nem de longe teve a mesma intensidade, Duarte Gomes defende exactamente o contrário do que antes defendeu.

Pra terminar: ouvi hoje à noite as primeiras intervenções dos comentadores da “Liga de Ouro” da CMTV – Encarnação do Porto, Malheiros do Benfica, Nuno Saraiva do Sporting e Sérgio Kretinas (creio que ´w assim que se chama), do Record – e não pude deixar de desligar a TV perante tanta imbecilidade. Malheiros está ao nível dos seus congéneres pela incapacidade de resposta e pela pobreza dos argumentos (???) que apresenta. De qualquer modo não era expectável outra coisa vindas as apreciações de quem vem. Apenas lamentar que o comentador do Record, pretensamente independente, não seja capaz de por um minuto abdicar do seu antibenfiquismo mesmo quando tal o leva inevitavelmente à mediocridade das suas análises. Como aconteceu quando afirmou que depois do golo de Messi, o Benfica se esvaziou como um balão furado e não mais foi capaz de fazer frente ao PSG. Semelhante apreciação só pode vir de um comentador medíocre. E mais espantoso ainda é que o pretenso comentador do Benfica deixe passar impune esta "barbaridade". Um tipo que não sabe perceber nem interpretar um jogo de futebol, como pode comentá-lo como jornalista?

Estes tipos ainda não perceberam que Roger Schmidt não prepara a equipa para o jogo X ou Y: Roger Schmidt prepara a equipa para jogar futebol tal como ele o entende, seja qual for a equipa adversária. Claro que o Benfica falhou alguns golos nesta Liga dos Campeões que lhe teriam garantido resultados históricos contra a Juventus em Turim e contra o PSG na Luz. Mas daí não se segue que o Benfica não marque golos – a prova está em que na fase de grupos já marcou 5 e sofreu apenas 2. Com menos golos sofridos apenas quatro equipas: Real Madrid (1), Manchester City (1), Club de Bruges (0) e Bayern de Munique (0). Ou seja, apenas menos um marcado do que o adversário de quarta feira (6), que integra o melhor ataque do planeta e menos um sofrido do que esta brilhante equipa (3) . Na Liga Nacional, o Benfica já marcou 19 Golos, apenas menos 1 do que o FCP e sofreu 3 enquanto o Porto já vai no dobro (6) . Portanto, em matéria de golos marcados o Benfica está a par os melhores, apesar de ter tido casiões para marcr muito mais. E em matéria de golos sofridos está tão bem como os melhores.

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