O BENFICA NA LIGA DOS
CAMPEÕES
Num grupo difícil em que está incluída uma superequipa, sem história, é certo, mas com
muito dinheiro e jogadores de valor incalculável (PSG) e uma outra (Juventus) com
pergaminhos quase equiparados aos do Benfica – historicamente, no plano
interno, o Benfica tem 37 campeonatos e a Juve 36, sendo nove deles
consecutivos conquistados neste século. A Juventus tem ainda 91 participações
no campeonato italiano, menos uma que o total de ligas disputadas, por penalização,
visto ter sido desqualificada (em 2004/2005) e rebaixada à segunda liga (série
B) no ano seguinte. Nas competições internacionais (Taça dos Campeões e Liga
dos Campeões) o Benfica tem 2 vitórias e 5 derrotas na final; a Juventus tem as
mesmas vitórias (2) e mais uma derrota nas finais (6).
Tanto na competição deste ano como na do ano passado, o Benfica esteve
incluído em grupos fortes, tendo nestas duas participações até ao momento
averbado apenas 3 derrotas (2 contra o Bayern de Munique e 1 contra o
Liverpool), 6 empates (Dínamo de Kiev, Barcelona, Ajax, Liverpool e PSG (2) e 5
vitórias (Dínamo de Kiev, Barcelona, Ajax, Maccabi Haifa e Juventus). O ano
passado o Benfica alcançou os quartos de final e este ano está bem posicionado para
passar à fase seguinte. Isto sem contar os oito jogos que teve de realizar para
participar na fase de grupos, nos quais registou 0 derrotas, 2 empates e 6
vitórias)
Quer isto dizer que o Benfica europeu está de regresso. De regresso na
primeira e mais importante competição de clubes do mundo, já que foi nesta que
o Benfica se fez grande e mundialmente conhecido.
O passo seguinte que é preciso dar sem receio é assegurar a presença dos
principais jogadores da equipa quaisquer que sejam as propostas apresentadas,
salvo se for “batida” a cláusula rescisão, facto que nunca ou quase nunca
acontece (o único caso que recordo é o de Figo do Barcelona para o Real Madrid;
o de João Félix foi um simples negócio em que o Benfica esteve envolvido por
vontade própria, algo muito diferente da situação anterior). Se o Benfica
precisar de vender para equilibrar as suas contas, em virtude de uma “folha salarial”
onerosa e de encargos financeiros inevitáveis (obrigações), deverá tanto quanto
possível preservar os mais valiosos e com mais futuro, adiando a sua venda um
ou dois anos e tentar pôr no mercado aqueles que possam, não obstante o seu
valor, ser substituídos mais facilmente. Por outras palavras: jogadores como
António Silva, Enzo Fernandez, Florentino não podem ser negociáveis, salvo
pagamento da cláusula de rescisão sem negociações (se não houver negociações também
não haverá comissões a pagar a ninguém). Importante é também não cair em
loucuras com jogadores em fim de carreira ou em fim de contrato por mais emblemáticos
que eles sejam, nomeadamente se o plantel já dispuser de substitutos à altura,
a menos que as prorrogações sejam por um curto período tempo – um ano no caso
dos mais velhos e dois nos restantes. Fundamental é também manter o treinador,
algo que já depende de outros envolvimentos, mas que certamente será tanto mais
fácil quanto menos “devastadoras” forem as vendas realizadas.
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