quinta-feira, 25 de outubro de 2012

LIGA DOS CAMPEÕES



OS OUTROS JOGOS
 

 

Dentre as equipas portuguesas há a destacar a excelente exibição do Braga na primeira parte em Manchester. Não há equipa em Portugal mais segurança no passe e recepção do que o Braga. Dá gosto ver o modo como o Braga desenvolve uma jogada de contra-ataque, bem como ver girar a bola entre os seus jogadores num futebol objectivo e de grande qualidade. Nenhuma outra equipa tem em Portugal exibe um futebol tão vistoso e atraente.

Foi uma pena que não tivesse segurado a vitória ou, pelo menos, o empate, sendo qualquer um destes resultados amplamente merecidos. As deficiências do Braga deste ano são fundamentalmente de marcação. De posicionamento defensivo. A equipa sofre demasiados golos em situações que não são assim tão difíceis de evitar.

Apesar da derrota em casa contra o Cluj, o Braga mantém intactas as possibilidades de se qualificar. E provavelmente qualificar-se-á.

Já o Porto, com três vitórias nos três primeiros jogos, tem a qualificação praticamente garantida. A vitória desta noite contra o Dínamo de Kiev demonstrou que o Porto tem força na Europa, apesar de o seu futebol estar muito longe de corresponder aos resultados obtidos. Não foi um grande jogo, o Porto não tem uma grande equipa, mas chega para o que se lhe pede. Chega em Portugal, como se verá e vai ser suficiente para na Europa seguir em frente até uma fase honrosa.

Nos demais jogos, sobressai a derrota do Real Madrid em Dortmund, contra o Borússia. O Real Madrid perdeu por 2-1, mas poderia ter perdido por mais se o árbitro não lhe tivesse perdoado duas grandes penalidades evidentes, uma cometida por Pepe, aliás responsável pelo primeiro golo dos alemães, outra por Xabi Alonso. Desta vez Mourinho não vai certamente culpar o árbitro. Ronaldo marcou o golo do Real, mas o mérito todo vai inteirinho para esse extraordinário jogador que é Özil – o tal que Mourinho já pôs de “quarentena” por mais de uma vez. É mesmo preciso não apreciar o futebol como uma arte para censurar publicamente um dos melhores jogadores do plantel e seguramente o mais talentoso.

O outro grande de Espanha, ou melhor da Catalunha, ganhou ontem à tangente ao Celtic, quase nos momentos finais. Por um triz o Celtic teria acabado com as hipóteses de qualificação que os responsáveis benfiquistas ainda tentam fazer crer que têm. Mas não adianta continua a insistir num tema sobre o qual dentro de muito pouco tempo deixará de se poder especular.

No grupo do Real Madrid o Ajax bateu por um confortável 3-1 um Manchester City ainda incapaz de se habituar a estas andanças de alta roda do futebol europeu. O dinheiro não resolve tudo…

Para finalizar, será interessante lançar uma vista de olhos sobre o comentário desportivo português na rádio e na TV em dia de Liga dos Campeões.

Na RDP o responsável pelo desporto exultava com o triunfo portista em termos ditirâmbicos tanto relativamente à equipa como em relação a Jackson. O que diria ele se o Porto tivesse jogado bem. Quem o ouve sem ter visto o jogo teria suposto que o Porto fez uma exibição retumbante. Não está em causa o mérito do Porto nem a justeza da vitória, tal como não estaria o empate. O que está em causa é a ausência de profissionalismo da maior parte dos comentadores da RDP.

Na TV, o facciosismo prende-se mais com os comentários sobre a equipa de Mourinho e de Cristiano Ronaldo. Raramente, para não dizer nunca, eles olham para o adversário do Real Madrid com independência e isenção. Seja relativamente ao jogo por ele praticado, seja relativamente aos jogadores que o põem em prática. Aliás, o mesmo se passa quanto aos jogadores do Real Madrid. Raramente são capazes de enaltecer a extraordinária qualidade da maior parte dos colegas de equipa de Cristiano Ronaldo, a quem ele tanto deve os resultados desportivos que tem obtido. Como facilmente se comprova comparando o seu rendimento no Real Madrid com o alcançado na selecção portuguesa. Todos os demais jogadores do Real Madrid são simplesmente tratados pelos comentadores portugueses como se fossem meros ajudantes ao serviço do português. O mesmo se diga relativamente às arbitragens. Desta vez, porém, os comentadores do programa acabaram por corrigir o comentador de imagens, mas nem essa pequena excepção serviu para Pedro Henriques ver que Pepe não só empurra o jogador do Borússia como também o rasteira. Como é que um ex-árbitro que certamente viu e reviu as imagens não foi capaz de ver que Pepe depois do empurrão ainda toca nas pernas do dianteiro alemão?

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