sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

MESSI E ARTUR


MESSI JOGA SOZINHO?

 

A imprensa espanhola continua a dar o maior realce à putativa lesão de Messi, deixando implícito pelo teor dos artigos que tem publicado que ninguém pode tocar no astro argentino. Certamente que Messi tem de ser protegido, segundo as leis do jogo, exactamente nos mesmos termos em que devem ser defendidos os demais jogadores.

É certo que determinados jogadores pelo protagonismo que adquiriram em campo, mercê da sua classe, podem ser alvo da violência ostensiva ou disfarçada de outros praticantes, quer como único processo eficaz de os travar,  quer como processo intimidatório relativamente a jogadas futuras. E os árbitros devem estar particularmente atentos a essas situações, antes de mais por serem contrárias às leis do jogo, mas também por serem premeditadas e nada terem de casuais. É nesse sentido, e apenas nesse, que vale a ideia de que os “grandes artistas” devem ser protegidos.

Mas nada disso obsta a que contra esses jogadores os adversários joguem como costumam jogar contra qualquer outro. E o futebol, como se sabe, é um desporto de choques permanentes, susceptíveis de ocasionar lesões, sem que daí decorra qualquer punição para qualquer dos contendores ou sequer qualquer responsabilidade, nem mesmo no plano moral.

Quem viu o jogo entre o Benfica e o Barcelona sabe perfeitamente que o choque entre Messi e Artur foi um choque perfeitamente normal entre o jogador que caminha isolado para a baliza e o guarda-redes que pretende evitar o golo de modo completamente legal.
 
Foi o que sucedeu: Messi tentou passar Artur e este conseguiu com uma notável intervenção desviar a bola com a mão impedindo Messi de prosseguir isolado em direcção à baliza. Foi Artur que chocou com Messi? Só por demagogia se poderia afirmar tal coisa. E por que não o contrário? Aliás, num tecnicista da categoria de Messi exigia-se mais naquela jogada. Exigia-se que tivesse sabido contornar Artur. Mas daí a imputar-se a responsabilidade a Messi pelo choque também vai uma grande distância que ninguém de boa-fé pode transpor. O choque não é da responsabilidade de nem de outro jogador. É uma situação perfeitamente normal num jogo de futebol.

Por isso é completamente ridícula, para não dizer outra coisa, a imputação que a imprensa espanhola, mesmo a de Madrid, tem feito a Artur a propósito da jogada com Messi, equiparando-a ou pondo-a no mesmo plano de certas “patadas” que o craque argentino tem sofrido em Espanha. Quando se exagera cai-se com facilidade no ridículo.
Deve ainda ddizer-se que neste plano se progrediu muito no futebol. Que o diga Maradona que foi vítima de entradas brutais  durante a sua carreira, como antes dele tinha sido Eusébio e outros. Hoje, para bem do futebol, isso já não é possível.

 

 

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