JOGO DISPLICENTE NA
MADEIRA
Recapitulando: esta época, em jogos oficiais, o Benfica soma sete
(7) derrotas, dois empates e treze vitórias. Marcou 40 golos e sofreu 20.
Em Dezembro, a 15 de Dezembro, estes são os resultados. Não
são resultados bons, principalmente se considerarmos que duas dessas derrotas tiveram
por consequência, uma, a perda de um trofeu (Supertaça), outra, a eliminação da
Taça de Portugal na quarta eliminatória (duas das quais não jogadas). E se a
isto acrescentarmos que, na décima terceira jornada da Liga, o Benfica já leva
dez pontos perdidos e está em terceiro classificado a sete pontos do líder e a cinco
do segundo então a situação agrava-se ainda mais.
Perdida a Supertaça em Agosto, eliminado da Taça de Portugal
em Novembro ao segundo jogo e com dez pontos perdidos no Campeonato, já a grande
distância dos seus principais rivais, não será ousado afirmar que, nesta última prova, o Benfica já só luta pelo terceiro lugar.
O jogo desta noite na Choupana, contra a União da Madeira –
um jogo decisivo para as já ténues aspirações do Benfica -, foi encarado pelos
jogadores com total displicência sem que durante toda a primeira parte a equipa
técnica tenha feito um único gesto que fosse no sentido de quebrar a apatia que
se apoderou da equipa.
Estando a União publicamente pressionada pelo seu presidente,
que apresentou à sua equipa técnica e aos jogadores um verdadeiro ultimatum,
seria de esperar da parte do Benfica uma entrada muito forte que intranquilizasse
o adversário e lhe permitisse resolver o jogo nos primeiros quinze minutos. Não
foi nada disso o que se viu. O que se viu foi um Benfica apático, a jogar a
passo, para o lado e para trás, sem um único lance criativo e sem um remate à
baliza digno desse nome. À medida que o tempo passava a União ganhava confiança
e ia, tal como os espectadores, acreditando que até poderia ganhar o jogo, como
certamente teria acontecido se tivesse concretizado uma das duas ou três oportunidades
de que desfrutou.
O Benfica, pelo contrário, ia jogando como quem cumpre
calendário, sem nunca ter dado mostras de que estava a jogar uma partida decisiva para
as suas aspirações.
O segundo tempo chegou e com excepção do minuto inicial, manteve-se
a toada lenta e displicente da primeira parte. Somente quando os minutos se iam
implacavelmente somando e se atingia o minuto setenta e cinco é que soaram as campainhas
de alarme, todavia num tempo em que a inteligência e a criatividade – sempre ausentes
– já tinham sido definitivamente substituídas pela ansiedade e pela angústia.
É estranho que a equipa tivesse entrado em campo com o estado
de espírito com que jogou cerca de oitenta minutos e mais estranho é que
ninguém na equipa técnica tivesse preparado algo diferente do que estava a
acontecer, que mais não era do que os ver jogadores entregues à sua escassa,
para não dizer nula, criatividade táctica.
Ter ou não ter treinador vê-se fundamentalmente em jogos como
este. Por outro lado, estre jogo igualmente revela como são ilusórias,
principalmente quando entregues a si próprias, as “apostas” na formação.
Entregar a miúdos da formação a tarefa de resolver um jogo como o de hoje – um jogo
em que se exige muita experiência – é um erro que se paga muito caro.
Dir-se-á que resta ao Benfica a Liga dos Campeões. É bom não
acalentar ilusões. A Liga dos Campeões é uma miragem. O Benfica não tem equipa
nem competência técnico-táctica para ultrapassar os oitavos de final.
1 comentário:
Não é impossível chegar ao primeiro lugar mas com esta derrota o título está cada vez mais longe. O jogo foi péssimo e não fez jus ao estatuto de bicampeão que o Benfica tem.
Enviar um comentário