quinta-feira, 24 de maio de 2018

AS RESCISÕES E A CORRUPÇÃO NO SPORTING

SILÊNCIO SOBRE O QUE NÃO INTERESSA

Resultado de imagem para OS ACONTECIMENTOS DE ALCOCHETE



Chega a se patético (e aqui o adjectivo está usado com toda a propriedade) ouvir os comentadores do Sporting sobre o actual momento do clube. Todos eles, tanto os "independentes" como os dependentes, tanto os engravatados, como os descamisados, eram apoiantes incondicionais de Bruno de Carvalho, alguns um pouco encapotadamente, mas sempre sem deixar dúvidas sobre quem recaía a sua simpatia.
A primeira grande linha estratégica de toda a comunicação do Sporting, desde a do inqualificável Saraiva até às dos comentadores televisivos e radiofónicos, era o antibenfiquismo feroz. Esta linha era tão forte que se tornou no verdadeiro factor identitário do Sporting, a tal ponto que quem, no seio do clube, a não defendesse sem reticências, era imediatamente atacado e marginalizado.
Foi ao abrigo dessa linha que se fez a aliança com o Porto e se caluniou durante toda a época o Benfica com base em factos que ou nada tinham a ver com a competição desportiva ou com o Benfica ou que nada provavam, embora alimentassem toda a espécie de especulação.
O Benfica, apesar de assaltado e roubado, parece nada ter a esconder depois de conhecida a devassa pública, não sabemos quantas dezenas de gigas, de material electrónico, sendo até caso para perguntar que clube, empresa ou pessoa resistiria a uma tão gigantesca violação da sua correspondência privada.
Perante uma estratégia exclusivamente focada no ódio ao adversário, e, por arrastamento, no ódio aos que internamente não a seguem sem vacilar, não seria de esperar um resultado diferente do que realmente aconteceu ao Sporting: o completo colapso desportivo, a completa ausência de valores morais e o afundamento nos mais execráveis esquemas de corrupção desportiva.
A completa ausência de valores morais levou a que adeptos do Sporting, pertencentes a um dos agrupamentos mais  incondicionais de Bruno de Carvalho, tivesse feito o que fez em Alcochete, com as consequências que facilmente se antecipam.
No plano penal, uma averiguação que, não tarda, acabará por encontrar os cabecilhas e o mandante e que no plano desportivo levará à desvinculação com justa causa dos jogadores que o desejem fazer.
Diz-se que nenhum dos agredidos quererá ficar no Sporting se Bruno de Carvalho lá continuar e diz-se também que outros rescindirão em qualquer caso.
Perante este facto incontornável é interessante ouvir os comentadores do Sporting nas televisões, principalmente na CM TV onde em regra só  vão sportinguistas, salvo nos raros casos em que Amaral (Porto) e Calado (Benfica) lá comparecem.
Primeiramente, nenhum destes comentadores do Sporting, face ao que se passou, exigia a saída de Bruno de Carvalho; passado algum tempo, dada a vozearia que por todo lado clamava pela saída do presidente, passaram a achar conveniente que se afastasse; entretanto, como não se afastou e mantém-se a dúvida sobre se sairá ou não, muitos deles já recuaram e começam  a ensaiar argumentos que lhes permita dar o dito por não dito.
Depois vem a questão das rescisões. Inicialmente, nem pensar. Depois, como contra factos não há argumentos, passaram a admiti-las como possíveis embora esperem que nenhum clube se aproveite.
Sobre este ponto vale a pena seguir as posições de José Manuel de Freitas, "brunista" encapotado e sportinguista "doente".  Dizia ele inicialmente: "Temos de ser solidários com os jogadores; não quero acreditar que peçam a rescisão, porque perderiam toda a razão se o fizessem". Parece mentira, mas é verdade. Foi exactamente isto que ele disse. Hoje já foi levado a admitir que os jogadores podem rescindir, mas espera para bem da honra do desporto que os clubes sigam o exemplo de Pinto da Costa! Se houver clubes "gulosos", recairá sobre eles o opróbrio de se terem aproveitado das infelicidades alheias.  Grande moralista, o JM Freitas! Como nós gostaríamos de ler agora o que ele escreveu em A Bola quando o Sporting, com Sousa Cintra ao leme, se aproveitou (e instigou) das rescisões de Paulo Sousa, Pacheco, João Pinto, Rui Costa e até Paneira, na época de 1993/94, para levar dois deles para o Sporting, tendo, in extremis, sido impedida a contratação dos outros três. Neste caso, a jogada de Sousa Cintra foi de génio - um tiro certeiro no grande rival. 
Essa a razão por que só se o Benfica "estiver a dormir" é que, pelo menos, não tenta levar para Luz alguns daqueles que considere necessários ao fortalecimento da equipa.
Finalmente, quanto à corrupção desportiva em que o Sporting está afundado, nem uma palavra. Como é possível que comentadores que levaram o ano inteiro a injuriar o Benfica com base em suposições consigam fazer de conta que nada se está a passar no Sporting, chegando ao ponto de atacar o Benfica sempre que se tenta falar na corrupção do Sporting. Podem, porém, ficar "descansados" - os factos são tão óbvios, o despacho da juiz é tão elucidativo e o processo já está tão instruído que, muito brevemente, teremos o julgamento deste caso. E depois vamos ver o que as federações de Andebol e Futebol irão fazer - se tiram as consequências ou se continuam a fazer de conta, como têm feito, que não se passou nada.


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