UM PROBLEMA QUE SE
REPETE
Rui Vitória no fim do jogo, para justificar o empate
consentido no último minuto, apresentou um rol de desculpas.
Em primeiro lugar, a incerteza sobre se o jogo ia ou não
realizar-se e a necessidade de fazer um duplo aquecimento. Isto que Rui Vitória
refere aconteceu apenas ao Benfica ou aconteceu também ao Desportivo de Chaves?
Mais valia estar calado.
Em segundo lugar, as lesões. Os jogadores do Benfica – Jardel
e Gabriel – lesionaram-se sozinhos, sendo, portanto caso para perguntar se
estamos perante uma desculpa ou de uma culpa da equipa técnica, nomeadamente da
que tem a seu cargo a preparação física, embora, em última instância, a
responsabilidade seja de quem dirige essa equipa. Mais uma razão para estar
calado.
Em terceiro lugar, a expulsão de Conti, exclusivamente
imputada ao árbitro. Em primeiro lugar, não foi o árbitro que fez a entrada. Já
vimos Conti, nos minutos que já jogou, fazer outras entradas perigosas. Ainda ninguém
lhe disse que não estava a jogar na Argentina? E poderá imputar-se a uma expulsão,
a poucos minutos do fim, a responsabilidade pelo golo sofrido pouco depois?
Aparentemente, o árbitro foi rigoroso. Mas só aparentemente, já que para se ter
a certeza seria necessário escrutinar os anteriores jogos apitados por Capela
para se saber como costuma reagir em situações idênticas. Se reage sempre da
mesma forma, nada haverá a apontar, se, pelo contrário, não pune, pune com uma
simples falta ou pune com falta e amarelo, então sim, haverá muito a dizer. Mas
disto não curou Rui Vitória. Achou conveniente responsabilizar desde logo o
árbitro.
Rui Vitória esqueceu-se de referir a exibição do Chaves que
se bateu durante todo o tempo, olhos nos olhos, frente ao Benfica. Sem
antijogo, jogando sempre para ganhar.
Quer isto dizer que não haveria, portanto, hipótese de o
Benfica conseguir um resultado diferente? De forma alguma. Não obstante o
mérito do Chaves, o empate ficou a dever-se a erros do Benfica e a deficiências
técnico-tácticas do treinador. O Benfica pelo volume de jogo que normalmente
põe em prática contra a maior parte das equipas da nossa liga não pode jogar
com um único homem na área e menos ainda se esse avançado for, como é o caso de
Seferovic, excessivamente móvel.
Desde que Rui Vitória pôs de parte o sistema de jogo herdado
do anterior treinador, o que somente aconteceu a partir dos primeiros meses da
época passada, o Benfica não ganhou um único título e também não ganhou nenhum
jogo importante. Ou empatou ou perdeu!
É certo que o sistema herdado de Jesus deixava a descoberto
as fragilidades do meio campo, embora isso possa ser corrigido, como o próprio
Jesus acabou por reconhecer e tentou fazê-lo. O actual sistema não melhorou
significativamente o meio campo, nomeadamente depois da lesão do Krovinovik, e desguarneceu
perigosamente o jogo na área.
Dentro da lógica de Jogo de Rui Vitória também se não percebe
a não inclusão de Gedson nos dois últimos jogos e a insistência em Pizzi, que
falha passes em série, gerando situações perigosas, além de ser brando na
cobertura a meio campo.
Do que já viu até hoje, fica a certeza de que Gedson terá de
jogar e Jonas também, acompanhado na frente de um avançado mais fixo.
Finalmente, o que mais dói nesta equipa do Benfica é ficar-se
com a sensação de que os jogadores não estão verdadeiramente cientes de qual o
seu papel em campo, parecendo antes entregues à inspiração do momento. É também
preocupante a ausência de treino das bolas paradas, das quais o Benfica
raramente tira qualquer proveito, bem como a falta de remates a meia distância.
Assim vai ser difícil. Os dois próximos jogos serão muito
esclarecedores…
2 comentários:
Este confunde constatação de factos com desculpas. Dificuldades de interpretação do português?
Depois, considerações sobre jogadores, sem fazer a mínima ideia de como treinam, como são os treinos, de como estão física e mentalmente, só pode vir de alguém muito exigente, mais cego do que o Camões.
O futebol está por conta dos malcriados. Quando alguém quer apresentar uma opinião discordante, é logo mal tratado.
Eu não entro nessa conversa, nem entro em diálogo com pessoas pouco educadas. Pertenço ao velho Benfica, em que os presidentes consideravam todos os adeptos, fossem ou não seus eleitores e sabiam que o seu lugar dependia do voto dos sócios.
Não me revejo em adeptos cada vez mais parecidos com o FCP!
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