A INSTABILIDADE
EMOCIONAL
Depois do ocorrido há cerca de um mês adivinhava-se que o
comentador do Sporting no “Dia Seguinte” não teria a estabilidade emocional necessária,
nem a educação suficiente, para continuar a comentar.
Depois do que se passou no início de Março, o comentador do
Sporting se fosse a tal pessoa que ele permanentemente apregoa só tinha um
caminho a seguir: abandonar o programa. De facto, depois de ter insultado publicamente
um colega de programa, de ter manifestado uma atitude de desprezo pelo que estava
sendo dito contra a sua opinião e de ter dado provas mais do que suficientes
que não tinha a estabilidade emocional necessária para continuar no programa,
só lhe restava abandoná-lo.
Só que não teve coragem para o fazer. Porquê não se sabe,
sendo de admitir várias hipóteses, como por exemplo, estar convencido que
ninguém saberá defender tão bem como ele os interesses do Sporting; estar
interessado por “vaidade televisiva” na sua continuação no pequeno ecrã; ou,
muito prosaicamente, por precisar do dinheirinho que lá lhe pagam…porque a vida
está difícil para a toda a gente.
Mas era evidente para todos que a sua continuação não tinha futuro.
A sua atitude de desprezo, de pretensa superioridade, de arrogância sobre tudo
o que no programa se dizia, levaria, mais semana menos semana, a atitudes
incontroladas próprias de uma personalidade que perdeu completamente o domínio da
situação.
E foi o que ontem se passou. Numa atitude malcriada,
arrogante e de pretensa superioridade virou ostensivamente as costas ao
programa durante a intervenção de um colega. O moderador, Paulo Garcia,
aguentou a situação enquanto pôde. Mas, ou porque não pôde mais, ou porque recebeu
instruções da régie, pediu ao sr. Dias Ferreira que se comportasse de acordo
com as exigências do programa.
Completamente descontrolado, o comentador do Sporting, depois
de uma troca de palavras com o moderador, abandonou o programa em directo.
O abandono de um programa em directo até poderia ser um acto de
coragem que ficaria nos anais da televisão se não fosse dar-se o caso de no
contexto em que tudo ocorreu ter sido um acto de extrema covardia.
De facto, não tendo tido coragem para afrontar directamente o
comentador que lhe faz perder a estabilidade emocional, que sabe pôr à prova a
sua imensa falta de edução e até a sua impotência argumentativa, virou-se
contra (o que lhe pareceu ser) a parte mais fraca – o moderador, o qual,
diga-se, soube reagir com grande dignidade. A atitude é tanto mais condenável e
tanto mais esclarecedora do comportamento de uma personalidade futebolisticamente
doentia e socialmente reprovável quanto é certo aquele contra o qual ele se
virou, por falta de coragem para atacar o seu verdadeiro alvo, até ser um seu
estimável aliado nas intrigas e insinuações futebolísticas em que o programa é fértil.
Em resumo, foi um espectáculo deplorável, num programa
deplorável que só serve para degradar o futebol e dar livre curso a mentes
psicopatas que se servem do futebol para exprimir todas as suas taras,
fraquezas, falhas de carácter, falta de educação, ausência de princípios,
enfim, do pior que há na televisão portuguesa.
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