quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

BENFICA NAS MEIAS-FINAIS DA TAÇA DE PORTUGAL

BENFICA-PORTO NAS MEIAS FINAIS 


Benfica vence em Penafiel e está na meia-final da Taça de Portugal


Num jogo com alguma dificuldade resultante do posicionamento excessivamente defensivo da equipa adversária, o Benfica venceu hoje ao princípio da noite o Penafiel, no estádio deste, por 1-0, golo de Sulejmani aos 84 minutos.

O Benfica deixou no banco vários titulares habituais para os poupar para o jogo contra o Sporting, embora a persistência do empate a zero tivesse obrigado Jorge Jesus a fazer entrar, sucessivamente, Rodrigo para o lugar de Ivan Cavaleiro, Markovic para substituir Djuricic e Lima por troca com Cardozo. Pouco depois de Lima ter entrado, numa jogada envolvente do ataque do Benfica, o golo apareceu. Depois, foi só aguentar os minutos finais. O Benfica ganhou e está apurado para as meias-finais da Taça de Portugal.

 Enquanto se espera pelo outro semi-finalista da Taça de Portugal (que agora já se sabe ser o Porto, que venceu o Estoril por 2-1), pode seguramente afirmar-se que há uma melhoria de rendimento do Benfica a partir do jogo contra o Porto. Isto apesar de o Benfica não ter ganho em Barcelos para o campeonato, como se impunha.

A época passada serve para demonstrar que um bom nível exibicional não é suficiente para ganhar títulos. Na hora da verdade o Benfica tem de ganhar. O que se passou em Barcelos já serviu para que homens experientes do futebol, como Manuel José, viessem dizer que continua a faltar ao Benfica a força do verdadeiro campeão. Aquela força que se impõe nos momentos decisivos. Do mesmo modo que o ano passado o Benfica perdeu contra o Estoril a possibilidade de ser campeão, também este ano perdeu em Barcelos a possibilidade de se distanciar consolidadamente do Porto e do Sporting.

Todavia, no que respeita à Taça de Portugal e à Taça da Liga o trabalho está feito: a equipa está nas meias-finais. Agora só resta saber se jogará as duas contra o Porto (como, em princípio, deveria acontecer) ou se jogará uma contra o Porto e outra contra o Sporting.

No que toca ao campeonato, o próximo jogo contra o Sporting será muito mais decisivo do que se pensa. Se o Benfica ganhar, a probabilidade de ser campeão aumenta consideravelmente. Se perder ou empatar, o Benfica insuflará uma alma nova aos seus principais adversários que interpretarão a derrota ou empate do Benfica como uma prova de fraqueza e passarão redobradamente a acreditar nas suas capacidades.

No jogo contra o Sporting, o Benfica terá dois adversários de vulto para os quais deverá estar devidamente preparado: o primeiro é a extraordinária pressão que o Sporting tem exercido sobre os árbitros; o segundo é o clima de confiança que reina na imprensa relativamente à (evidente) superioridade do Benfica.

A pressão do Sporting sobre os árbitros é brutal e ela estende-se não apenas aos comentadores do Sporting, alguns deles completamente paranóicos e desprovidos de qualquer cultura ética, mas também aos falsos comentadores independentes que, com o andar do campeonato e com o Sporting nos lugares cimeiros, já perderam o verniz com que apareceram no princípio da época. Referimo-nos, por exemplo, ao programa “Contra-Golpe” onde um dos comentadores do Sporting já perdeu qualquer espécie de pudor profissional e interpela os restantes colegas de painel sobre os famigerados “casos de arbitragem” do Sporting quase em termos idênticos aos da agressividade demencial de Eduardo Barroso. Neste clima, qualquer árbitro, seja ele quem for, irá na dúvida apitar contra o Benfica. Portanto, o treinador e os jogadores têm de estar preparados para uma arbitragem tendencialmente parcial.

Depois, o outro perigo vem de um certo clima existente nos media sobre a superioridade do Benfica. Este clima que tanto pode existir por excesso de optimismo como por cinismo também será prejudicial se a equipa não se precaver a tempo e horas contra ele. Se o Benfica subconscientemente aceitar a ideia de que é superior, se não estiver seriamente empenhado dentro do campo na vitória, as hipóteses de a alcançar serão reduzidas.

Finalmente, parece evidente que o Benfica rende mais com Lima e Rodrigo na frente, dada a extrema mobilidade de ambos e o papel por ambos desempenhado na primeira linha defensiva da equipa, do que com Cardozo, quer Cardozo jogue na frente sozinho ou tenha a companhia de Lima ou Rodrigo.  E isto independentemente da forma física de Cardozo ou, pressupondo mesmo, que ele está no apogeu da sua condição física, o que não é manifestamente o caso.

Ainda sobre Cardozo, Jesus deveria saber – é para isso que servem os dados históricos – que Cardozo, além de falhar quase um quarto dos penalties que marca tem uma natural propensão para falhar penalties decisivos. Pode dizer-se o que se quiser, mas o que este facto demonstra é que o jogador não tem, nos momentos decisivos, a estabilidade emocional necessária para converter em golos os penalties de que a equipa beneficia. 

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