quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

TANGO ARGENTINO NA LUZ



SPORTING COM SORTE ESCAPOU A GOLEADA


Benfica vs Sporting (LUSA) 



O Sporting - entenda-se: os seus dirigentes e os seus intragáveis comentadores - tinha todas as razões para temer o jogo da Luz.

Antes do jogo pressionaram a arbitragem diariamente numa campanha organizada entre dirigentes e comentadores de modo a condicionarem o árbitro que viesse a ser escolhido. Posteriormente encontraram na tempestade que assolou o país mais um motivo infantil para levantar dificuldades à realização da partida sem sequer se terem dado conta que todas essas manobras indiciavam um verdadeiro pavor pelo jogo que, quisessem ou não, teriam de fazer.

O medo dos dirigentes e dos comentadores transmitiu-se aos próprios jogadores, na maioria jovens, que são os menos responsáveis pela triste figura que o Sporting ontem fez no estádio da Luz.

Entendamo-nos: o Sporting não tem equipa para o Benfica. Mas isso acontece relativamente a todas as demais que disputam o campeonato e as outras provas nacionais. Todavia, nenhuma delas deixa de dar ao Benfica a devida réplica, embora sabendo que não jogam com os meus argumentos.

É por isso muito injusto culpar os jovens jogadores do Sporting pelo banho de futebol que ontem levaram na Luz. É certo que em condições normais o Sporting perderia sempre, mas o estado de espírito com que a equipa entrou em campo, assustada e temerosa, é da exclusiva responsabilidade dos dirigentes e dos comentadores do Sporting que, pelas intervenções que fizeram antes do jogo e pelas múltiplas tentativas que ensaiaram para que o jogo se não realizasse, na esperança estúpida de que o pudessem ganhar na secretaria, transmitiram aos jogadores o pavor de que eles próprios estavam possuídos por terem de defrontar o Benfica.

Dito isto, o jogo de ontem foi uma das grandes partidas de futebol realizadas no Estádio da Luz. O Benfica dominou o jogo completamente, embora tivesse abrandado um pouco o ritmo de jogo durante uma dezena e meia de minutos no início da segunda parte, mas sem que o Sporting alguma vez desse mostras de que poderia inverter o sentido do jogo.

A única vez que o Sporting chegou à baliza do Benfica, por Heldon, na segunda parte, deveu-se, sem pôr em causa o mérito do ex-maritimista, ao único erro que o Benfica cometeu em todo o jogo. Os dois jogadores pelos quais Heldon passou na esquerda do ataque do Sporting estavam a par, quando deviam estar um atrás do outro. Aparte este pormenor, aquilo a que se assistiu foi a uma grande exibição do Benfica acompanhada de um desperdício de oportunidades que a terem sido aproveitadas a cinquenta por cento teriam suficientes para golear o Sporting.

Dos jogadores do Benfica o que se pode dizer é que não houve um que tivesse jogado mal. Todos realizaram grandes exibições com destaque para Enzo Pérez que, além de ter enchido o campo com o seu talento, marcou um golo fantástico. Um daqueles golos que deixam o adversário estático e sem reacção. Foi o que aconteceu ao defesa central do Sporting e a Rui Patrício.

Jorge Jesus também esteve bem. Não cedeu à tentação de alterar o ataque, que jogou magnificamente, embora tivesse desperdiçado golos, fez entra Ruben Amorim quando a vitória já estava assegurada e mais tarde Cardozo …para as palmas a Enzo Pérez.

Não há dúvida que o Benfica com Lima e com Rodrigo na frente, ambos muito móveis, é outra equipa. Cardozo foi muito útil à equipa no princípio da época quando ela ainda estava a “lamber as feridas” do ano passado, marcando golos que asseguraram vitórias apesar de as exibições serem más ou muito fracas. Agora, com o Benfica a jogar como está, tanto Cardozo como Salvio vão ter dificuldade em entrar na equipa e não será difícil antecipar, se Jesus tiver juízo, que só entrarão quando o resultado já estiver feito …ou quando, pelos imponderáveis do jogo, ele estiver por resolver.

No meio campo o substituto de Matic, Fejsa, esteve seguríssimo a defender e ligou muito bem com Enzo no início da construção do ataque.

Em conclusão: uma grande exibição com dois grandes golos de Gaitan e de Enzo e uma sensação de goleada perdida.

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