terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

MÁRIO ESTEVES COLUNA

UMA GLÓRIA DO BENFICA
 
Mário Esteves Coluna é juntamente com Eusébio a maior glória do futebol benfiquista e um dos nomes incontornáveis da história do futebol português. Chegado a Portugal nos longínquos anos de 1954, vindo do Desportivo de Lourenço Marques, Coluna logo se impôs na equipa do Benfica, treinada pelo célebre Otto Glória – o homem que tirou o futebol português da época da “pedra lascada” e protagonizou a sua primeira grande modernização; a segunda haveria de caber a um outro treinador, também do Benfica, Steven Goran Erickson.

Coluna iniciou a sua carreira no Benfica no mesmo ano em que Otto Glória havia chegado ao clube. Otto Glória renovou a equipa – a primeira grande renovação do pós guerra - apostando fortemente em jogadores oriundos das ex-colónias, modernizou os métodos de treino, introduziu o famoso 4-2-4 e o profissionalismo no futebol português. Juntamente com Coluna, sob a direcção de Otto Glória, entraram para a equipa do Benfica nesse ano Costa Pereira e Naldo, vindos ambos de Lourenço Marques, e depois Pegado, Garrido e Chipenda, para se juntarem àqueles que eram então as grandes vedetas do Benfica – José Águas, Caiado, Ângelo, Arsénio, Artur, Palmeiro, entre outros.

Estreou-se  oficialmente no Estádio Nacional contra o Setúbal em 12 de Setembro com uma vitória por 5-0, tendo marcado dois golos.

Logo no ano da chegada a Portugal Coluna ganhou o Campeonato e a Taça de Portugal. Foi o ano em que se inaugurou o Estádio da Luz – 1 de Dezembro de 1954 – a que sempre terá de ficar associado o nome desse grande benfiquista, verdadeiro símbolo da matriz popular e democrática do clube – Joaquim Bogalho. Foi também nesse ano que o Benfica fez uma célebre digressão ao Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, na qual Coluna e Costa Pereira foram muito elogiados pela exigente imprensa brasileira, pelas grandes exibições que realizaram no Maracanã e em S. Paulo.

Depois, a partir de 1959/60 e durante três épocas é o "reinado" do grande Bela Guttman e da equipa maravilha do Benfica, na qual Coluna assumiu o papel indisputado de "grande patrão" - o mostro sagrado do futebol português. Dois campeonatos, duas Taças dos Campeões europeus e uma Taça de Portugal é o palmarés de Bela Guttman na sua primeira passagem pelo Benfica e, obviamente, dos jogadores que compunham a equipa.

De 1954 a 1970 – foram dezasseis épocas ao serviço do Benfica. Uma carreira recheada de títulos – 10 campeonatos, 7 taças de Portugal, 2 Taças dos Campeões Europeus – e 57 internacionalizações pela selecção portuguesa onde rubricou exibições memoráveis, nomeadamente no Mundial de Inglaterra de 1966.

Ficou famosa a agressão de que foi alvo na final da Taça dos Campeões Europeus, em Wembley, 1963, contra o Milan, num jogo que o Benfica perdeu por 2-1. Na altura não havia substituições e Coluna esteve mais de vinte minutos ausente do jogo a receber assistência nos balneários. Reentrou em campo inferiorizado e assim se manteve até final da partida. O Benfica marcou primeiro, por Eusébio, tendo ficado à frente do marcador durante uma hora, mas a lesão de Coluna, propositadamente provocada pelos italianos, durante décadas erradamente atribuída a Trapattoni, deitou tudo a perder. Dois anos mais tarde, em 1965, em San Siro, contra o Inter, o Benfica voltaria a perder a final com dez homens em campo, desta vez por lesão do guarda-redes, Costa Pereira, que Germano – o grande Germano, o homem que jogava em todas as posições – teve de substituir desde os 57 minutos, naquela que foi porventura uma das melhores épocas de sempre do Benfica na Taça dos Campeões, com uma vitória em Lisboa sobre o grande Real Madrid por 5-1!

Coluna realizou no Benfica 525 jogos, foi internacional 57 vezes, marcou o último golo em 25 de Outubro de 1969 contra o Boavista na Luz e fez o último jogo oficial pelo Benfica, no Estádio Nacional, em 8 de Fevereiro de 1970, contra a CUF do Barreiro.

Mário Coluna foi condecorado pelo governo português depois do 25 de Abril. O Benfica deve uma parte assinalável da sua grandeza a este grande moçambicano, que durante dezasseis épocas envergou a camisola do Glorioso. Merecia uma estátua, no mínimo, como a de Eusébio!

 

1 comentário:

Anónimo disse...

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