A MANIPULAÇÃO DA
INFORMAÇÃO
O Sporting não domina no campo, onde regista 4 vitórias, 5
empates e uma derrota, e está em sétimo lugar da classificação com risco de
hoje descer para oitavo, mas o mesmo se não passa nos órgãos de comunicação social, onde a maior
parte dos comentadores de imagens e redactores de notícias manipulam a
informação descaradamente com a intenção de fazer passar uma imagem diferente da realidade.
O Sporting e o seu presidente têm excelente imprensa.
Ninguém, directa ou indirectamente, ligado às hostes de Alvalade admite por um
momento que o lugar em que o Sporting se encontra seja o resultado do valor da equipa,
mas antes a consequência de uma conjura internacional (e não apenas nacional) que
tem em vista arredar o clube dos títulos que honestamente merece.
O mesmo se diga relativamente às intervenções do presidente. Por mais absurdas, malcriadas ou contraproducentes que elas sejam,
e acabem por prejudicar muito mais do que beneficiar a própria equipa, elas são sempre tidas como a expressão sincera e justa de uma revolta e de uma indignação justificadas.
O que se passou este fim-de-semana é elucidativo. O Sporting
defrontou o Paços de Ferreira, que está à sua frente na classificação geral e
que em Alvalade lhe foi manifestamente superior. Foi superior na primeira parte e
somente nos últimos quinze minutos do jogo, com o Paços em inferioridade
numérica, é que o Sporting exibiu alguma supremacia. Mas no cômputo geral o Sporting foi inferior.
O resultado final, empate a um golo, é um resultado que se pode considerar bom , para o que o Sporting
fez em campo.
Pois bem, mal o jogo terminou, desde o treinador (que, coitado
tem de fazer pela vida…) até aos comentadores com nome, passando pelos
famigerados comentadores anónimos, todos inventaram a lenda de que o Sporting
foi mais uma vez prejudicado e espoliado de dois pontos pela equipa de
arbitragem, ao serviço (isto é dito nas entrelinhas) de uma outra equipa…
E, todavia, o que se passou em campo foi algo bem diferente. No
primeiro tempo o árbitro não assinalou uma grande penalidade contra o Sporting
por falta de Cedric (empurrão) sobre um jogador do Paços, depois houve uma
expulsão de um jogador do Paços de Ferreira por faltas (acumulação de amarelos)
que na UEFA nunca levariam à amostragem de cartão amarelo e por fim um golo
invalidado ao Sporting por fora de jogo de Selimani.
Queixam-se os sportinguistas de que o golo foi injustamente
invalidado porque Montero, o seu autor, estava em jogo, sendo o off side de Selemani meramente
posicional, portanto, irrelevante.
Ora bem, esta não é uma questão de opinião. É uma legal, de
aplicação da lei. E o que a lei diz é que o off
side posicional é irrelevante, porém se o jogador que está em fora de jogo
se envolver na jogada (se se fizer à bola, independentemente de lhe tocar) o
fora de jogo será assinalado. Como toda a gente viu, Selimani fez à bola,
envolveu-se na jogada até ao remate de Montero, por isso o fora de jogo está
correctamente assinalado.
O Sporting tem sido o clube mais beneficiado pelas
arbitragens nos últimos anos. O que acontece é que sempre que uma decisão errada
do árbitro o prejudica ergue-se um coro de protestos enquanto um manto de
silêncio se abate sobre todas as decisões erradas que o beneficiam. Ainda nos
dois últimos jogos da Liga dos Campeões contra o Schalke 04 isso se passou. Na Alemanha
o Sporting foi prejudicado…e foi o que se viu e ouviu, em Lisboa foi
beneficiado (penalty não assinalado
num momento crucial do jogo) e ninguém falou.
Na última época o Sporting foi o clube do mundo que mais beneficiou de grandes
penalidades, que menos grandes penalidades sofreu e que mais golos dos seus
adversários viu anulados.
Esta época têm sido inúmeras as decisões erradas dos árbitros
que beneficiam o Sporting e nenhum comentador anónimo ou com nome fala delas. A
própria forma como nas televisões é feito o comentário das imagens é manifestamente manipuladora. Nas jogadas em que o
Sporting é prejudicado, o comentador anónimo qualifica expressamente o erro do árbitro,
dizendo, por exemplo, “o árbitro não assinalou tal ou tal falta favorável ao
Sporting”. Quando não assinala erradamente uma falta contra o Sporting, o
comentador ou não diz nada, ou então diz displicentemente: “houve protestos da
equipa X que pediu isto ou aquilo”.
Em contrapartida, os lances das outras equipas são analisados
e comentados ao milímetro, às vezes com deturpação da própria imagem. Por
exemplo, no jogo de ontem Nacional-Benfica não há nenhuma imagem que permita
afirmar que o segundo golo do Benfica (Jonas) foi marcado em fora de jogo. O
mais que se pode dizer é que o jogador estava em linha. Aliás, é estranho que
Sport TV não tenha outras imagens…Na última jornada os comentadores do Sporting
crucificaram o árbitro assistente do Benfica-Rio Ave por ter acertado uma
decisão, com o argumento de que estava três metros atrás da linha da bola. Pois
bem, esses mesmos comentadores com base numa imagem tirada a cerca de 20 metros
atrás da linha da bola (e portanto oblíqua) afirmam hoje peremptoriamente que Jonas estava em fora
de jogo, a começar por esse paladino da “verdade desportiva” que se dá pelo
nome de Rui Santos. Como este nome é sinónimo de descrédito e de deturpação da
verdade não é preciso dizer mais nada relativamente ao dito lance nem à verdade desportiva que
ele advoga.
É, porém, verdade que houve no Nacional-Benfica um lance mal
anulado que deixava o jogador do Nacional obliquamente isolado frente a Júlio
César. Mas ninguém pode afirmar que o guarda-redes do Benfica não defenderia
essa bola se o lance não tivesse sido anulado ou que o Benfica não teria ganho o
jogo se essa jogada tivesse terminado em golo. Ninguém!
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