A POBREZA DO COMENTÁRIO
DE ADEPTO
O comentário de adepto é, pela própria natureza das coisas
(paixão, facciosismo, desconhecimento do outro), um comentário pobre e quase
sempre prejudicial ao futebol quando se expressa através dos grandes meios de
comunicação social.
Daí as críticas que este blogue tem feito a todos os
programas de adepto (trio de ataque, dia seguinte e prolongamento) que as televisões nos proporcionam. A questão não
está em saber qual é o melhor, porque são todos maus, mas qual é o pior. E
depois qual o pior de todos os comentadores com base em critérios de avaliação
das qualidades pessoais dos respectivos intervenientes.
Para quem, mesmo esporadicamente, assista a esses programas
dificilmente poderá deixar de concluir que o comentador mais nefasto, qualquer
que seja o ângulo por que é apreciado, é sem qualquer dúvida Eduardo Barroso.
É certo que há outros comentadores tão facciosos quanto ele.
Também incapazes de um pequeno gesto de imparcialidade. Mas todos eles marcam
uma diferença de vulto relativamente a Barroso: uns são propositadamente
irónicos e, por mais brutais ou cáusticos que sejam os seus comentários, o que
verdadeiramente os diverte é o efeito que causam no oponente. Outros são
“arranjistas”. A televisão serve os seus propósitos de promoção pessoal, desde
a política até à profissão a que se dedicam. Outros são “manhosos”: pretendem dar
a ideia de que estão a exercitar um juízo imparcial quando na realidade o que
fazem é defender o ponto de vista que outros lhe encomendaram.
Com Barroso tudo é diferente. Barroso assenta o seu
comentário no mais puro sectarismo, de estilo jihadista – um comentário em que as
pessoas, sejam elas os árbitros ou os adversários, são sempre tidos como seres
inferiores relativamente a si próprio e aos que ele defende.
Mas não se fica por aí: além disso, ele viola frequentemente
os mais elementares padrões éticos que devem guiar o comportamento de uma
pessoa. Perante duas situações exactamente iguais, ele encontra sempre uma
resposta diferente para o “seu Sporting” não apenas por simples facciosismo, o
que seria desculpável, mas pela baixíssima consideração que os seus oponentes
lhe merecem.
A defesa que ele faz dos inúmeros lances em que o “seu
Sporting” é beneficiado são prova disso mesmo. Na sua arrogância insolente até
chega a dizer: “Sim, mas nós merecemos”.
Aliás, a sua personalidade fica completamente evidenciada na
defesa convicta que ele faz das alarvidades do presidente do Sporting, uma das
piores coisas que chegou ao futebol nestas últimas décadas – o que não deixa de
ser significativo tendo em conta aquilo que o futebol tem tido no dirigismo
desportivo.
Por último, a sua insolência, a sua arrogância e a sua insuportável
“superioridade moral” não lhe permitem suportar críticas seja de quem for.
“Atrasados mentais”, “catedráticos” (diz ele depreciativamente; ele que sobre
essas matérias até deveria estar calado…) e outros epítetos ainda mais
depreciativos é a receita que ele prescreve para quem o critica.
Campanha negra contra Barroso? Não. Apenas o retrato de uma
personalidade que se não recomenda como exemplo!
Barroso e Bruno de Carvalho têm feito pelo Sporting o que nem
em sonhos o mais fanático dos adversários dos “leões” julgaria possível. Que se
conservem lá por muito tempo, apesar do triste espectáculo e do péssimo exemplo
que vão dando a quem, mesmo sem querer, os escuta!
2 comentários:
Certo!!!!
luis borges
Se um dia vires um cágado em cima de uma árvore, como é o caso, não julgues que ganhou asas, alguém o pôs lá...!
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