sábado, 4 de agosto de 2018

O BENFICA SEM JONAS




A OPACIDADE NO FUTEBOL
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A quase certa saída de Jonas para o Al-Nassr, da Arábia Saudita, confirma tudo o que aqui dissemos no último post sobre a opacidade vigente no futebol português.

A história posta a circular, com a cumplicidade de uma imprensa hipócrita e domesticada, diz-nos que Jonas pediu para sair por já não se encontrar em condições físicas de render ao mesmo nível dos últimos quatro anos. Pedido a que Vieira, solícito, acedeu tendo em conta o passado do jogador no clube, o alto ordenado que vencia e a proposta irrecusável apresentada pelo clube saudita.

Ora bem, quando Jonas chegou a Portugal no começo desta época, disse aos jornalistas que se encontrava fisicamente numa condição excelente, preparado para fazer uma grande época, acrescentando que tinha passado parte das suas férias a trabalhar nos ginásios do Corinthians.

Simultaneamente, no Benfica, depois de asseguradas as contratações dos avançados de Castillo e Ferreyra, este último contratado a peso de ouro, com o melhor salário do plantel, ia-se passando para a comunicação social a tese de que Jonas estava com limitações físicas, já evidenciadas no fim da última época, de modo não apenas a justificar as duas contratações acima referidas, mas também a preparar o terreno para a saída de Jonas.

Por seu turno, Jonas, logo que chegou e tomou conhecimento, por via de mais uma fuga ou de um “assalto” à documentação do Benfica, do salário que o clube iria pagar a Ferreyra, exigiu receber o mesmo ou mais, deixando pelos jornais indícios seguros da sua mais que evidente insatisfação.

Como nada disto é explicado pela Direcção do Benfica, que, covardemente se esconde atrás das notícias que vai passando para os jornais, a conclusão que se pode tirar dos factos acima referidos é a de que Jonas terá ficado magoado por o plantel passar a integrar um jogador que iria ganhar muito mais do que ele, sem ter dado nenhumas provas no clube e de as provas prestadas noutros clubes serem incomparavelmente inferiores às que Jonas presou no Benfica, passando a admitir a hipótese de sair – hipótese que anos após ano tinha até hoje recusado apesar de as propostas que lhe chegavam das “arábias” e da China serem tão boas ou melhores do que aquela que agora lhe terá sido apresentada. O Benfica, pelo seu lado, que parecia já estar a empurrar Jonas para fora da equipa, aproveitou a situação criada para concretizar o objectivo que tinha em vista.

Rui Vitória, que é um pau-mandado de Vieira e que actua sem nenhuma autonomia, mesmo no plano técnico, foi pondo Jonas na “prateleira” nos jogos que disputou, tentando preparar por essa via canhestra os sócios para a saída do jogador.

E assim temos concretizado mais um desinvestimento importantíssimo no plantel do Benfica (Jonas faz mais falta ao Benfica do que Ronaldo ao Real Madrid), a que outros (Ruben Dias, se houver quem o quiser) se seguirão, sem que os sócios e adeptos sejam ouvidos ou chamados.

O futebol dos nossos dias serve-se dessa comunicação social que temos para ir passando as mensagens que lhe convém – mensagens que essa comunicação social reproduz acriticamente sem nunca as submeter ao crivo da análise crítica – e com elas ir fazendo a cabeça dos adeptos.

Vieira abusa dos benfiquistas, comporta-se como um patrão, que não tem que dar satisfações a ninguém, quando ele não passa de um patrão com dívidas, muitas dívidas, rodeado por um conjunto de acólitos que lhe obedecem cegamente por terem no Benfica o seu sustento e único molde de vida.
O Benfica vai pagar caro a saída de Jonas. Vieira vai, mais uma vez, empurrar as culpas. O treinador, que não manda nada, sairá...mas vieira continuará a dispor do Benfica como sua propriedade privada. 
Basta!

Esta opacidade, esta ausência de democracia no futebol tem de acabar.

2 comentários:

Ricardo Viana de Lima disse...

Se dúvidas houvesse sobre as mentiras e meias palavras que envolvem a "novela Jonas", bastaria ouvir hoje as tristes declarações de Rui Vitória para as dissipar. É muito triste um treinador prestar-se ao papel que Rui Vitória desempenha. Será que ele não percebe que perde todo o respeito dos jogadores, dos adeptos, de todos os que ligam ao futebol?
Igualmente lamentável o artigo de A Bola de hoje sobre Jonas, uma caixa de ressonância das posições da direcção do Benfica. Jornalismo de miséria. Miséria de jornalismo!

Ricardo Viana de Lima disse...

E se o Jonas for para o Porto? Se não serve para o Benfica, porque não ir para o Porto?