sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

O HACKER DO PORTO, O ADVOGADO DO PORTO E O MAIS QUE ADIANTE SE VERÁ





O QUE PARA JÁ É EVIDENTE
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Evidente para já é a prisão em Budapeste do “hacker” Rui Pinto, natural do grande Porto, ao abrigo de um mandato de detenção europeia, emitido pelas autoridades judiciárias portuguesas, que, em princípio, terá como consequência a sua entrega às autoridades portuguesas para prestar declarações no (ou nos) processo(s) em que é arguido, vendo-se depois se ficará sujeito a alguma medida de coacção bem como a natureza da mesma, no caso, mais que provável, de a elas ficar sujeito.

Evidente é também que Rui Pinto, apesar de jovem, é um velho conhecido da polícia portuguesa por força da actividade a que se tem dedicado desde que atingiu a idade adulta ou porventura ainda antes. Foi no quadro desta sua actividade que contou com o patrocínio do advogado portuense, Aníbal Pinto, também comentador de futebol afecto ao Futebol Clube do Porto.

Até ontem era do conhecimento público, por via de notícias publicadas pela comunicação social com fonte na Polícia Judiciária, que Rui Pinto levantara indevidamente de uma conta de terceiros, sediada num banco das Ilhas Caiman, duzentos e setenta mil euros e que tentara extorquir do fundo Doyen uma verba de muitas centenas de milhares de euros como “compra” do seu silêncio, ou seja, não publicação da correspondência electrónica de que ilicitamente se tinha apoderado.

A partir de ontem, pela voz do seu então advogado, Aníbal Pinto, ficamos a saber mais duas coisas muito interessantes:

A primeira é que a Doyen tentou “comprar” a Aníbal Pinto a identidade do seu cliente; e a segunda, não menos interessante, de que Aníbal Pinto foi encarregado pelo seu cliente (hacker Rui Pinto) de negociar com a Doyen um contrato trabalho, com uma cláusula de confidencialidade, mediante a entrega de uma determinada prestação, tendo tal contrato acabado por não se concluir por, segundo Aníbal Pinto, no decurso da sua negociação se ter apercebido que tal negócio poderia configurar um crime, tendo em consequência aconselhado o seu cliente a desistir da sua pretensão, mesmo sob a forma de doação (sic).

Estas informações foram prestadas sob a forma de esclarecimento por Aníbal Pinto no programa da noite da CMTV, do dia 16 de Janeiro de 2019. A gente ouve ou lê isto que acaba de ser escrito e tem dificuldade em acreditar que tais informações tenham sido prestadas e mais dificuldade tem ainda em compreender que ninguém, entre os presentes no programa, a começar pelo seu ”pivot”, tenha interrogado o depoente sobre o óbvio.

Primeiro, como poderia Aníbal Pinto negociar um “contrato de trabalho” para o seu cliente sem o identificar? Por que razão pretendia a Doyen pagar para identificar uma pessoa com a qual iria celebrar um contrato?

Nada disto faz o menor sentido e só mesmo alguém muito perturbado pode apresentar tal discurso em sua defesa.

A história é outra e muito simples de contar, seguindo aliás as explicações que a PJ tornou públicas, via Correio da Manhã. E ela conta-se assim: Rui Pinto assaltou a correspondência informática da Doyen, tendo tentado extorquir desta entidade uma determinada quantia em dinheiro, bem avultada, segundo se diz. A Doyen não pagou, mas terá entrado, ao que também se diz, numa operação montada pela polícia, para apanhar o assaltante, aceitando negociar com alguém em seu nome um pretenso “contrato” (de trabalho, de doação? para o caso pouco importa) com o objectivo de identificar o assaltante ou, caso não o conseguisse, justificar uma prisão em flagrante delito do seu representante naquele negócio.

O facto de o negócio estar a ser negociado numa área de serviço da A1 e de os seus contornos o terem tornado suspeito levou o representante de Rui Pinto a abortar a negociação e a aconselhar por escrito ao seu representado a desistência do mesmo.

E a pergunta que qualquer pessoa minimamente capaz de raciocinar fará será certamente esta: o representante do hacker apresentou-se ao encontro convencido de que iria negociar um contrato de trabalho? A resposta fica ao cuidado dos leitores.

Se a defesa do primitivo advogado de Rui Pinto foi esta, a dos advogados agora constituídos depois da sua prisão em Budapeste não terá sido muito melhor, como em novo post se demonstrará.

2 comentários:

Anónimo disse...

Bem

acidente camião disse...

Os advogados sempre defendem o seu cliente, mas que estejam implicados em fraude, isso não é bom