segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

O FUTURO DO BENFICA

 

O QUE TEM DE SER FEITO (Algumas despretensiosas notas)

Vou começar com uma nota que de optimismo nada tem: não sei se há nos órgãos dirigentes do clube e da SAD alguém com competência para planear o futuro do Benfica em consonância com a sua grandeza desportiva, a grandeza que já teve, que perdeu e que precisa de recuperar, interna e externamente, na base de um projecto explicado aos sócios e aos adeptos e a que estes adiram pela excelência do que lhes é proposto e não pelas belas palavras que o possam emoldurar nem pelo benfiquismo de quem o apresenta.

Vamos falar de futebol, deixando as demais modalidades para depois, uma vez devidamente estruturado o que se pretende fazer com o futebol, a principal (ou exclusiva) fonte de receita de clube.

Primeira questão. O Benfica deve continuar a ser um clube de formação – formação de excelência - recrutando os profissionais competentes nas diversas áreas em que a formação se compõe, sem nunca esquecer que a componente cidadã deve integrar essa formação. O Benfica não deve formar apenas jogadores, por melhores que eles sejam, deve também formar cidadãos que integrem na formação da sua personalidade grandes valores do desporto de acordo com as melhores práticas. E deve também, como não poderia deixar de ser, inserir animicamente os formandos nos grandes valores da “mística” e da história do Benfica, alicerçados na grandeza do clube espelhados nas inúmeras vitórias que integram a sua história. A formação não poderá ser um simples albergue de futuros profissionais de futebol que passam pelo Benfica em busca de um sonhado futuro melhor, mas de formandos empenhados na representação do Benfica, como primeiro objectivo, independentemente do que possa acontecer depois.

Em segundo lugar, a formação dos jogadores de futebol deve orientar-se e assentar no modelo de jogo que se pretende que o Benfica pratique, em estreita consonância com a prática seguida pela equipa principal. Um modelo do clube e não mais um modelo do treinador.

Terceira questão, será da responsabilidade da direcção, da sua estrutura directiva para o futebol, a escolha dos jogadores e do treinador. O treinador terá de ser encarado como um empregado do clube, com autonomia técnica, porém subordinada a uma ideia de jogo que faz parte da natureza do clube, também ela alicerçada na sua história. O respeito por este pressuposto exige que haja doravante a maior cautela nessa contratação. O Benfica jamais poderá acolher nas suas fileiras um treinador que domine a estrutura técnica do futebol, imponha o seu modelo de jogo qualquer que ele seja, nem ter a palavra definitiva sobre a contratação de jogadores e muito menos admitir-se a contratação de um treinador que actue de acordo com os seus subjectivos e irracionais “estados de alma” quer eles se caracterizem pela “embirração” com certos jogadores quer pelo seus “amores” relativamente a outros. A sua actuação terá de ser estritamente profissional e indiferente a esses estados de alma.

Quarta questão, terá de ser altamente competente do ponto de vista técnico a estrutura dirigente do futebol profissional integrada pelo presidente do clube e pelo director desportivo, um profissional de reconhecidos méritos, identificado com os objectivos do clube. Não basta o “benfiquismo” nem a sua paixão clubística – é preciso muito mais. Da estrutura directiva do clube fará parte um técnico-adjunto, escolhido pelo Benfica, que integrará a equipa técnica do treinador.

Creio que terá de ser dentro desta e doutras linhas que se deverá começar a organizar o novo Benfica, sem ambiguidades oportunistas no seu percurso. Se o passado serve para alguma coisa, essa “alguma coisa” terá de consistir na erradicação de erros recorrentes e na “impossibilidade” da sua repetição. De qualquer modo, depois de tudo o que se tem passado nestes últimos anos, seria inadmissível que os órgãos dirigentes do Benfica se não inspirassem nos grandes clubes europeus como modelo a seguir em todos os domínios, e esquecer de vez que não será à custa de capitais alheios, sejam eles árabes, asiáticos ou americanos, que Benfica recuperará a sua grandeza.

Como o caminho se faz caminhando, a direcção do Benfica deverá imediatamente demitir o treinador principal e os membros da sua equipa técnica que não se integrem nas futuras linhas programáticas, sendo o treinador principal advertido de que o despedimento será feito com base em “justa causa” (assunto a tratar à parte, noutro post).

A substituição do actual treinador há-de ser inspirada no novo modelo a criar no clube sem prejuízo, nesta emergência, da natureza temporária (até ao fim da época) e experimental do que agora for escolhido. Se é verdade que uma contratação com estas características corre alguns riscos, não é menos verdade que uma contratação por mais tempo, feita um pouco à pressa, corre riscos muito maiores. Tem de ser contratado um treinador moderno, que compreenda a dinâmica do futebol moderno, capaz de a explicar à direcção de forma convincente e não mais uma contratação que se apresente com o simples projecto de vencer, “arrasando” ou não os adversários. Isso é conversa de ignorante na qual o Benfica não pode mais embarcar. Quando se fala em futebol moderno quer-se dizer o futebol praticado pelas melhores equipas europeias, que embora tenham pontos comuns entre elas, têm diferenças assinaláveis, cujas matrizes se poderiam agrupar nos seguintes exemplos : a) Liverpool e Bayern; b) Manchester City e c) Chelsea, sendo que, de acordo com a história do Benfica, o que parece melhor ajustar-se à paixão dos seus adeptos e ao modelo de jogo que melhor a serve e os serve é o do Liverpool/Bayern de Munique.

 

1 comentário:

aaminahtackett disse...

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