quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O BENFICA EM QUEBRA



RESISTIRÁ O BENFICA AO INVERNO?
Aimar entre Leonel Olímpio e Paulo Sérgio (foto AP)



Depois da derrota em S. Petersburgo, contra o Zénite, em condições que logo levantaram dúvidas quanto à real capacidade da equipa no presente momento da época, o Benfica voltou a claudicar, desta vez no Campeonato Nacional, perdendo em Guimarães por 1-0.

Já não a primeira vez que a equipa comandada por Jorge Jesus soçobra no momento crucial da época. Sucedeu assim o ano passado: depois de um começo para esquecer, o Benfica reequilibrou-se, mas voltou a cair na parte decisiva da época. E mesmo no ano em que foi campeão com Jesus ninguém poderá esquecer o desastre de Anfield Road, ocorrido num período em que o Liverpool já tinha mergulhado na crise em que ainda se encontra.

Mas se no ano passado ainda poderia haver uma pequena justificação para o que sucedeu, dada a exiguidade do plantel e a ausência de grandes nomes no banco, coisa que este ano não poderá servir de desculpa já que o Benfica reuniu na sua equipa um dos melhores planteis da sua história centenária.

Há quem fale na ausência de Javi Garcia para justificar as derrotas e até diga que as três derrotas oficiais do Benfica aconteceram em jogos em que o espanhol não jogou. Por maiores que sejam os méritos de Javi, e certamente são pelo extraordinário equilíbrio que assegura à equipa, nenhum conjunto poderá ficar prisioneiro da ausência de um jogador.

O problema tem mais a ver com a situação em que a equipa se encontra: a incapacidade demonstrada nos dois últimos jogos de criar verdadeiras oportunidades de golo e a fragilidade defensiva. Na Rússia os golos marcados foram mais demérito do adversário, nomeadamente do guarda-redes, do que mérito do Benfica. E os golos sofridos, com excepção de um, foram nos dois jogos resultantes de erros defensivos.

Nos próximos três jogos se decidirá o futuro do Benfica este ano nas provas em que ainda está e que  verdadeiramente interessam: o campeonato e a Liga dos Campeões. Os jogos de Coimbra e contra o Porto na Luz serão decisivos. Um Benfica normal, sem quebras, tinha todas as condições para levar de vencida os dois encontros. A Académica há muito entrou em crise e o Porto, não obstante o ambiente dos grandes jogos, continua muito longe da equipa que foi o ano passado, como nestes últimos oito dias se viu nos jogos contra o City e contra o Setúbal.

Na Liga dos Campeões, se é certo que ninguém poderá exigir ao Benfica que vença todos os encontros, também não é aceitável que seja eliminado pelo Zénite de S. Petersburgo, cuja equipa é inferior. Mas vai ser muito difícil ao Benfica superar na Luz a desvantagem contra a equipa treinada por Spalletti.

Depois da derrota do Benfica, Porto e Braga ficaram mais perto. E o Sporting mais feliz, já que o grau de felicidade de uma grande parte os seus adeptos não se mede pelas vitórias da sua equipa, mas pelas derrotas do Benfica (ver, por exemplo, a efusiva alegria do inconfundível E. Barroso).

A propósito: o Sporting continua apostado em fazer da arbitragem o bode expiatório dos seus inúmeros desaires. Depois do que se tem passado este ano, depois inclusive da forma como a equipa assegurou a presença na final da Taça de Portugal, não deixa de ser caricato e totalmente desprovido de pudor o longo protesto enviado à comissão de arbitragem após o jogo contra o Paços de Ferreira.

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