CARDOZO DECISIVO
Até agora o Benfica tem estado à altura das suas
responsabilidades em todas as frentes em que está empenhado. Com excepção da
Taça da Liga, onde houve o “acidente” dos penalties,
além de um penalty sobre Gaitan não
assinalado, tudo tem corrido bem, apesar de muitas terem sido as vozes que
antecipavam o colapso da equipa em Fevereiro.
No jogo de hoje, em Bordéus, jogado em condições muito
difíceis, o Benfica demonstrou personalidade e ganhou com todo o merecimento.
Jogar uma eliminatória europeia, dos oitavos de final, sem dois titularíssimos
no centro da defesa, e mesmo assim ganhar não é feito que esteja à altura de
qualquer um.
Os que hoje desvalorizam o triunfo do Benfica (Rui Santos, Ribeiro
Cristóvão, entre outros) são os mesmos que na quinta feira passada criticavam a
equipa por não ter além do um a zero e são curiosamente os mesmos que enalteciam
o triunfo do Porto sobre o Málaga (a 27 pontos do Barcelona!) e anteviam uma
passagem relativamente fácil da equipa portista à fase seguinte, não obviamente
por demérito da equipa adversária, mas pela grande classe da equipa portuguesa.
E, todavia, o que se viu foi exactamente o contrário.
Esta noite, Jardel foi muito importante na marcação do primeiro golo,
depois de o Bordéus ter ameaçado seriamente a baliza de Artur, que acabou,
nesse período, saindo ilesa mercê da grande actuação do guarda-redes
brasileiro. É certo quer o Benfica levou algum tempo a acertar as marcações no
centro da defesa, mas depois, com Matic mais perto dos centrais, a equipa não
voltou a oscilar durante cerca de uma hora.
Na parte final do encontro, Jardel cortou mal uma bola
lançada para as costas da defesa, acabando por fazer uma assistência para
Diabaté, que de outro modo se encontraria em off side. Diabaté, recebendo a bola isolado, não teve dificuuldade em fazer o golo do empate. Mas logo no minuto seguinte, Cardozo, acabado de entrar,
demonstrou toda a sua classe como homem de área: simulou o remate, sentou o
defesa e o guarda-redes, e com o pé esquerdo fez o golo. Um grande golo!
No primeiro minuto do prolongamento Jardel voltou a ser
infeliz e fez auto-golo, permitindo, assim, ao Bordéus chegar ao empate. Mas logo no
minuto seguinte, Cardozo ganhou na frente uma disputa de bola com Poko e fez o
terceiro do Benfica com grande classe. Um golo à Romário.
Embora nunca tivesse estado em causa a eliminatória, a verdade
é que Cardozo foi decisivo, marcando por duas vezes. Na equipa do Benfica, além
de Cardozo, que acabou sendo o homem do jogo, apesar de somente ter entrado ao
67.º minuto, rendendo Rodrigo, há a destacar a segurança de Artur, a boa
exibição de Gaitan e de Enzo Pérez e a consistência de Matic (que apenas
deveria ser incentivado a largar a bola um bocadinho mais cedo…). Rodrigo muito
sozinho na frente cumpriu o que se lhe pedia.
O Bordéus foi uma equipa muito semelhante à que jogou na Luz.
Privilegiou os lançamentos longos para as costas da defesa do Benfica e dispôs
de várias oportunidades que não concretizou. O Benfica ganhou os dois jogos,
porque é superior.
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