SE NÃO GANHAR, NÃO
CHEGA
Depois da deplorável prestação da
selecção na última sexta-feira, em Israel, é natural que os portugueses se
interroguem sobre o jogo de amanhã, em Baku, contra o Arzarbeijão. Paulo Bento
tem-se escudado nos resultados do último Europeu para justificar uma atitude
arrogante, a raiar a insolência, que vai mantendo relativamente a todas as
críticas que lhe fazem.
O último jogo da selecção demostrou
que as escolhas de Paulo Bento não são as melhores ou são mesmo más, não sendo
indissociável desta realidade os resultados das cinco últimas partidas
disputadas pela selecção nas quais não há uma única vitória.
É certo que a ausência de
formação em grande escala começa a reflectir-se na selecção principal.
Verdadeiramente ninguém aposta a sério na formação, nem a selecção, nem os clubes.
No Sporting fala-se muito de formação quando não há dinheiro para pagar os
ordenados ou em tempo de eleições, mas se olhar para o passado próximo não há
nenhum grande jogador que de lá tenha saído. Portanto, mais tarde ou mais cedo,
a selecção iria sofrer as consequências. E já as está a ter agravadas pela
teimosia (mais do que teimosia, burrice) de Paulo Bento que se recusa dentre as
escassas possibilidades existentes a escolher aqueles que mais garantias lhe
poderiam trazer.
De facto, Paulo Bento prefere
manter um conjunto habitual de jogadores, qualquer que seja a forma em que se
encontrem e qualquer que seja a frequência com que jogam, a inovar,
escolhendo outros em melhor forma, que joguem regularmente nos seus clubes. Isso é desde logo
notório na defesa como se viu no último jogo. Todos ,sem excepção, fizeram grossa
asneira: Rui Patrício, João Pereira, Bruno Alves, Pepe e Coentrão. Se relativamente
a alguns deles ainda se compreende a insistência, quanto a outros, como João
Pereira e Bruno Alves, ela é verdadeiramente insustentável. O mesmo se diga na
linha média, onde nem Veloso, nem Meireles, estão em forma, não jogando, aliás,
nenhum dos dois, posto que por razões diferentes, com regularidade nos seus
respectivos clubes. No ataque, Postiga é uma verdadeira negação. Só por milagre
uma equipa que tenha Postiga como ponta de lança poderá aspirar à qualificação
para o Mundial. Infelizmente, também Varela está jogando muito mal. A verdade é
que por essa Europa fora há portugueses que jogam nesses lugares e que poderiam
fazer melhor, para não falar de João Tomás, com o qual Paulo Bento
casmurramente nunca contou. Se o selecionador alemão fosse como Paulo Bento,
Klose já tinha deixado a selecção há mais de quatro anos…
Também não se compreende que,
precisando a Federação, como pão para a boca, que a selecção vá ao Mundial,
Paulo Bento se recuse a convocar um dos muitos excelentes jogadores com dupla
nacionalidade, a jogar em Portugal, que já se disponibilizaram publicamente para
jogar pela selecção.
Paulo Bento depois do resultado
de sexta-feira e, principalmente, depois da polémica que vem mantendo com Pinto
da Costa em termos impróprios, está a um passo de não passar a Páscoa como
seleccionador. Basta que não ganhe amanhã.
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