terça-feira, 26 de março de 2013

PAULO BENTO CHEGARÁ À PÁSCOA?



SE NÃO GANHAR, NÃO CHEGA

Depois da deplorável prestação da selecção na última sexta-feira, em Israel, é natural que os portugueses se interroguem sobre o jogo de amanhã, em Baku, contra o Arzarbeijão. Paulo Bento tem-se escudado nos resultados do último Europeu para justificar uma atitude arrogante, a raiar a insolência, que vai mantendo relativamente a todas as críticas que lhe fazem.

O último jogo da selecção demostrou que as escolhas de Paulo Bento não são as melhores ou são mesmo más, não sendo indissociável desta realidade os resultados das cinco últimas partidas disputadas pela selecção nas quais não há uma única vitória.

É certo que a ausência de formação em grande escala começa a reflectir-se na selecção principal. Verdadeiramente ninguém aposta a sério na formação, nem a selecção, nem os clubes. No Sporting fala-se muito de formação quando não há dinheiro para pagar os ordenados ou em tempo de eleições, mas se olhar para o passado próximo não há nenhum grande jogador que de lá tenha saído. Portanto, mais tarde ou mais cedo, a selecção iria sofrer as consequências. E já as está a ter agravadas pela teimosia (mais do que teimosia, burrice) de Paulo Bento que se recusa dentre as escassas possibilidades existentes a escolher aqueles que mais garantias lhe poderiam trazer.

De facto, Paulo Bento prefere manter um conjunto habitual de jogadores, qualquer que seja a forma em que se encontrem e qualquer que seja a frequência com que jogam, a inovar, escolhendo outros em melhor forma, que joguem regularmente nos seus clubes. Isso é desde logo notório na defesa como se viu no último jogo. Todos ,sem excepção, fizeram grossa asneira: Rui Patrício, João Pereira, Bruno Alves, Pepe e Coentrão. Se relativamente a alguns deles ainda se compreende a insistência, quanto a outros, como João Pereira e Bruno Alves, ela é verdadeiramente insustentável. O mesmo se diga na linha média, onde nem Veloso, nem Meireles, estão em forma, não jogando, aliás, nenhum dos dois, posto que por razões diferentes, com regularidade nos seus respectivos clubes. No ataque, Postiga é uma verdadeira negação. Só por milagre uma equipa que tenha Postiga como ponta de lança poderá aspirar à qualificação para o Mundial. Infelizmente, também Varela está jogando muito mal. A verdade é que por essa Europa fora há portugueses que jogam nesses lugares e que poderiam fazer melhor, para não falar de João Tomás, com o qual Paulo Bento casmurramente nunca contou. Se o selecionador alemão fosse como Paulo Bento, Klose já tinha deixado a selecção há mais de quatro anos…

Também não se compreende que, precisando a Federação, como pão para a boca, que a selecção vá ao Mundial, Paulo Bento se recuse a convocar um dos muitos excelentes jogadores com dupla nacionalidade, a jogar em Portugal, que já se disponibilizaram publicamente para jogar pela selecção.

Paulo Bento depois do resultado de sexta-feira e, principalmente, depois da polémica que vem mantendo com Pinto da Costa em termos impróprios, está a um passo de não passar a Páscoa como seleccionador. Basta que não ganhe amanhã.

 

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