ESTORIL IMPÕE EMPATE NA
LUZ
Desde o primeiro minuto se percebeu que este não era o jogo
do Benfica. Lima que, durante o campeonato, tantas vezes foi decisivo,
dificilmente voltará a repetir uma exibição tão má como a que esta noite fez na
Luz. Acontece um jogador estar em dia não, embora isso aconteça com pouquíssima
frequência aos grandes jogadores e nos grandes jogos. Aos vinte minutos de jogo
ou, quando muito, no fim da primeira parte, percebia-se que Lima estava a mais
naquele jogo. Que não acertava uma! Não se trata de arranjar um bode expiatório
para uma noite que correu mal a muitos. Trata-se de criticar as opções
técnicas, baseadas em fezadas ou superstições, que se recusam a olhar a
realidade tal como ela é. Se Lima estava num dos dias mais desastrados da sua
carreira, deveria ter sido substituído.
Mas não foi só Lima que esteve mal. A equipa entrou ansiosa e
sem capacidade para responder à velocidade que o Estoril soube impor a partir
dos vinte minutos de jogo. O Benfica teve esse tempo inicial para ganhar o jogo e
desconjuntar o Estoril. Não o fez e depois foi dominado quase sempre. Foi uma
sorte, uma grande sorte, não ter perdido.
Para a história icará o empate a um golo, ambos marcados no segundo tempo. O primeiro por Jefferson e o segundo por Maxi Pereira.
Artur deixou entrar um golo incrível. Daqueles que tira
pontos, embora depois tenha feito uma ou duas defesas de média dificuldade. Mas
antes disso já havia pisado Luís Leal podendo ter dado origem a uma grande
penalidade. É certo que no golo sofrido havia um jogador do Estoril em fora de
jogo que lhe estorvou a visão do lance. Mas que árbitro iria apitar essa falta?
Carlos Martins que entrou a substituir Enzo Pérez, lesionado,
nada fez de relevante, salvo a expulsão que aconteceu por culpa exclusiva sua. Inadmissível.
Os restantes também jogaram abaixo das suas possibilidades,
embora sem erros individuais gritantes, mas tudo isso teria sido esquecido se o
ataque tivesse cumprido o seu dever: marcar nas inúmeras oportunidades de que
desfrutou.
O que mais incomodou na equipa do Benfica não foi tanto a fraca
exibição mas a incontrolada ansiedade que se foi acentuando com a passagem do
tempo. E não há campeões ansiosos. Os campeões são serenos e confiantes.
É isso que se exige ao Benfica nos dois jogos que restam do campeonato. Ambos igualmente
importantes. Nenhum dos dois é mais difícil que o outro. São ambos difíceis e
só podem ser ganhos com serenidade e concentração.
No Porto, o Benfica vai encontrar um ambiente de grande
hostilidade que pode, inclusive, ultrapassar as fronteiras do adversário. O Benfica
tem de estar preparado para tudo isso e não ter medo. Não ter medo, nem perder
a cabeça. Não conceder pretextos a quem quer que seja. Sabe-se, por experiência
própria, que se vai jogar num ambiente onde tudo valerá para alcançar a
vitória. Tudo…menos a classe da equipa do Benfica. E essa chegará para fazer
frente a todas as ameaças…
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