terça-feira, 7 de maio de 2013

O QUE CORREU MAL AO BENFICA



CONSEQUÊNCIAS DE ERROS DE CÁLCULO

 

Há cinquenta e um anos, pouco tempo antes de vencer de vencer a segunda Taça dos Campeões Europeus, Bela Gutman disse a um jornalista do jornal A Bola que o entrevistava que o “Benfica não tinha cu para se sentar em duas cadeiras”, afastando assim a hipótese de uma dupla vitória na competição europeia e no campeonato nacional.

E hoje, terá? Jorge Jesus admitiu que sim, apesar de muitas vezes ter dito que o campeonato nacional era a primeira prioridade da equipa. A verdade é que não há nenhuma equipa com pretensões na Europa que despreze a possibilidade de chegar a uma final, mesmo que para a alcançar possa pôr em causa outro objectivo que teoricamente se afigurava mais fácil.

Percebeu-se, depois de assegurada a final na Liga Europa, que Jorge Jesus pretendia resolver o mais rapidamente possível a questão do campeonato, certamente para deixar os jogadores mais soltos tanto mentalmente como fisicamente para o jogo da final em Amesterdão. Se tivesse seguido à risca o plano que até ontem seguira, o mais natural teria sido que parte da equipa que jogou contra o Fenerbahçe não tivesse jogado contra o Estoril.

É que há vitórias que emocionalmente são tão devastadoras como as derrotas. E a vitória de uma equipa que alcança a final com dificuldade é um desses casos. A maior parte dos jogadores que participaram nesse jogo precisa, em regra, de descanso. Precisa de digerir bem a vitória, principalmente quando ganhar sempre e há vários anos não faz parte do quotidiano da equipa.

Este foi o primeiro erro do Benfica. Deveria ter havido rotação no jogo contra o Estoril. Assim corre-se o risco de levar para o Porto uma equipa sob grande tensão emocional que não existiria, mesmo que o Benfica tivesse perdido ou empatado, se os principais titulares não tivessem jogado ontem. A obrigação de pontuar no Porto a seguir a um desaire pelos próprios que participaram nesse desaire é psicologicamente muito desgastante.

Depois, em termos de comunicação, foi um erro, um grande erro, vir dizendo desde há algum tempo que o jogo das Antas não seria decisivo. O que qualquer pessoa minimamente avisada deveria ter dito é que na altura do jogo se saberia se ele seria ou não decisivo. Acrescentando que decisivo era o Benfica ir ganhando os jogos que tinha até lá.

Dizer agora que o Benfica depende apenas de si próprio é uma afirmação que escamoteia parte da realidade. Desde há muito que neste campeonato o Benfica depende apenas de si próprio. O pior é que a partir de ontem o Porto passou também a estar na mesma situação – a depender apenas de si próprio, facto que desde há várias jornadas não acontecia. Houve portanto uma verdadeira alteração qualitativa a partir do jogo de ontem. Uma alteração que fragiliza o Benfica.

Por último, o principal problema do Benfica consiste no facto de as equipas de Jesus “perderem gás” na ponta final do campeonato. Os jogadores, o treinador, os adeptos em geral e os adversários têm isso presente, pesando esse conhecimento muito diferentemente em cada um dos lados. Além de que Jesus tem um registo muito negativo nos jogos contra o Porto, independentemente de serem ou não determinantes. Nem sequer no primeiro ano impediu uma pesada derrota (3-1) quando a equipa estava à porta de se tornar campeã.

Concluindo, o Benfica não tem a vida nada facilitada e menos ficará ainda se o Paços de Ferreira resolver a questão do acesso à Liga dos Campeões no próximo sábado…

 

1 comentário:

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