PARABÉNS TAMBÉM PELA
CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DESTA NOITE
Muitos benfiquistas estão sinceramente desiludidos com a
prestação do Benfica esta época nas quatro provas em que participou. Desilusão
e tristeza pela perda das provas em que participou não são sinónimos.
A desilusão é descrença, é perda da ilusão de ganhar.
Tristeza é um sentimento diferente que tem a ver com a sensação de perda, de
prejuízo, mas não descrença nem falta de ilusão.
O Benfica progrediu muito nestes últimos quatro anos.
Progrediu no plano desportivo, no plano competitivo e encurtou
consideravelmente as distâncias relativamente ao Porto que, nos últimos vinte
anos, têm ganho no plano interno com relativa facilidade as várias provas em
que participa, independentemente do juízo sobre como muitas dessas vitórias
foram alcançadas.
O Benfica subiu a nível interno e a nível internacional. É
certo que nos dois últimos anos perdeu dois campeonatos nas últimas jornadas
quando os liderava, respectivamente, com cinco e quatro pontos de avanço. Mas
isso também significa que esteve lá, no topo, fazendo estas dolorosas derrotas
parte de um processo de crescimento que nunca é linear até verdadeiramente se
consolidar.
No plano internacional, o Benfica atingiu nestes últimos quatro
anos os quartos-de-final da Liga dos Campeões, com excelentes prestações,
inclusive nos jogos em que foi eliminado e
chegou igualmente aos quartos-de-final, às meias-finais e à final da Liga
Europa.
Para uma equipa que salvo uma ou outra excepção soçobrava na
primeira fase da prova em que participava pode e deve considerar-se um
excelente resultado.
Os benfiquistas certamente queriam mais. A verdade, porém, é
que antes tinham menos. Muito menos e desde há muito tempo.
Por tudo isto e também porque a equipa tem apresentado um
futebol agradável e vistoso apesar de em todas as épocas ter perdido jogadores
nucleares que vão sendo substituídos por jogadores que chegam de novo, que é preciso
formar e integrar na equipa, sendo assim necessário em cada época começar parcialmente
de novo, bem pode dizer-se que a prestação do Benfica tem sido boa e às vezes
mesmo muito boa.
Parece ter sido isto o que Jorge Jesus hoje quis dizer, ou
disse, na conferência de imprensa – uma das melhores desde que é treinador do
Benfica.
De facto, Jesus sublinhou muito bem o facto de este ano a
equipa ter estado em todas as grandes decisões. Perdeu-as ou perdeu três, mas
só o Benfica, em Portugal, poderia ganhar as três. Ou seja, só pode ganhar quem
disputa as finais e não quem fica pelo caminho.
Sobre dar os parabéns ao Porto, Jesus disse que não mudava de
discurso em função da conjuntura – ou seja, criticou, como devia, aqueles que transformam
um campeonato sujo num campeonato excepcional apenas por o terem ganho – e disse ainda que
se o Porto ganhou foi porque fez mais pontos e quem faz mais pontos é quem
merece ganhar.
Esta e outras respostas que deu na conferência de imprensa
desta noite foram respostas de grande categoria.
Sobre painel da SIC Notícias que tanto criticou Jorge Jesus e
a sua última conferência de imprensa pouco há dizer. De facto um painel composto
pelo ressabiado Ribeiro Cristóvão – um saudoso do salazarismo – que ainda não
percebeu que o seu clube não “conta para o totobola”, pelo David Borges que faz,
como comentador desportivo, da crítica desonesta profissão e de Marques Lopes
que aplaude Pinto da Costa e diz criticar os ladrões do BPN, ou seja, um tipo
para quem a corrupção é má se for praticada na política e boa se favorecer o
seu clube, pouco ou nada há a dizer para além do que foi dito. Não têm um pingo
de credibilidade.
Para concluir falta ainda dizer que, neste último terço do
campeonato, todas as equipas que defrontaram o Benfica fizeram desse jogo o
jogo das suas vidas. Foi assim com o Beira-Mar de Costinha, que nunca mais fez
um jogo como aquele, sendo, por isso, remetido muito
justamente para a 2.ª divisão; a Académica que em nenhum outro jogo voltou a
jogar como jogou contra o Benfica na Luz; o Marítimo que terá feito contra o
Benfica o seu melhor jogo do campeonato; o Olhanense, que até levantou, com “dinheiro
caído do céu”, uma greve para poder jogar contra o Benfica e o Estoril, um dos
mais assanhado, para falar apenas de alguns.
O Benfica não jogou contra nenhum Nacional dócil e admirador
das virtudes alheias nem nas provas internacionais lhe calhou jogar contra uma equipa
que está a 40 (!!!) pontos da liderança …e muito menos ser eliminado por ela. Nem nunca disputou, como noutra ocasião já se disse, uma final europeia contra uma equipa da segunda divisão nem contra uma equipa que nunca ganhou um campeonato na sua terra!
Por tudo isto, parabéns Jorge Jesus!
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