E A QUATRO DO SPORTING
Já se tinha percebido, pelo jogo da Luz, contra o Benfica,
que, depois da saída de Lopetegui, se entra com demasiada facilidade na área
portista. Na Luz, como se sabe, só na primeira parte, além do golo, o Benfica
poderia ter marcado mais três dentro da área.
Hoje, em Braga, viu-se na segunda parte uma equipa com grande
capacidade de organização em todo o campo – e essa equipa foi o Sporting de
Braga. Do Porto o que viu? Viu-se uma equipa acossada durante cerca de 50
minutos. Uma equipa sem ideias. Sem capacidade. Sem criatividade. Com dois
centrais que, com todo o respeito, não teriam lugar numa boa equipa da segunda
divisão. Com um guarda-redes emocionalmente perdido. Enfim, uma equipa que
somente por acaso poderia empatar. E acaso deu-se por minutos. Numa incrível
desatenção da defensiva bracarense, que apostou num fora de jogo inexistente, o
Porto empatou numa recarga de Maxi Pereira. Mas depressa se percebeu que o
Braga, que minutos antes estivera a centímetros do dois zero, poderia
rapidamente reverter o resultado e desfazer o empate. E isso aconteceu com toda
a naturalidade, mais uma vez por mérito do Braga e em virtude de um grande
desequilíbrio defensivo do Porto. O terceiro golo é o resultado do tal
desequilíbrio emocional do FC Porto, que nestes momentos perde a cabeça como
uma vulgar equipa sem pergaminhos.
Tentar desculpar a derrota do Porto com Carlos Xistra é de
uma enorme desonestidade intelectual. Carlos Xistra não teve a menor influência
no resultado nem no modo como as equipas jogaram. Se os comentadores do Porto,
como Miguel Guedes, continuarem a imputar as derrotas do Porto aos árbitros, os
adversários apenas têm que agradecer. Agradecer esta incapacidade de perceber o
que se passa com o Porto apenas pode ter como consequência manter o Porto tal
qual está. Que Miguel Guedes e seus pares continuem a crucificar Vítor Pereira,
o conselho de arbitragem e os árbitros que apitam as derrotas do Porto, óptimo
para os adversários do Porto. O que se passa com o Porto é muito mais grave e
nada tem a ver com as arbitragens.
Além de que – e nunca é exagerado lembrá-lo – ouvir os
comentadores portistas falar de arbitragem como se houvesse uma cabala montada
contra o seu clube só é possível por quem supõe que pode existir na actual arbitragem
portuguesa algo de semelhante ao que durante décadas o Porto montou desde os famosos
“Quinhentinhos” até ao mais recente “Apito Dourado”. Isso acabou e não voltará
por muito que ainda haja quem sonhe com o regresso desses tempos. Hoje ganha-se
ou perde-se no campo. Com erros, de vez em quanto, evidentemente, mas nunca
erros tão grosseiros como os que às vezes os jogadores cometem. Como hoje
Marcano e ontem Bryan Ruiz.
Depois do jogo desta noite, em Braga, o Porto fica a seis
pontos do Benfica e a quatro do Sporting.
Daqui até ao fim o Benfica tem um calendário aparentemente
mais fácil, mas tem, além dos jogos do campeonato, pelo menos mais um jogo na
Liga dos Campeões e outro na Taça da Liga. Se na Taça da Liga fazer apenas mais
um jogo pouca influência terá no ânimo dos jogadores, qualquer que venha a ser
o resultado desse jogo, já o mesmo se não poderá dizer da Liga dos Campeões. Se
o Benfica for eliminado em Sampetersburgo, essa derrota pesará imenso no ânimo
dos jogadores. Se passar, a confiança cresce, mas o cansaço e a possibilidade
de novas lesões também. Deste ponto de vista o Benfica está em pior situação do
que o Sporting ou o Porto, ambos afastados das competições europeias e apenas,
um deles, o Porto, como mais um jogo para realizar (final da Taça de Portugal)
quando o campeonato já tiver acabado.
Portanto, nada está decidido. Para o Benfica cada jogo é uma
final. A próxima é com o Zénite e a seguinte com o Tondela!
Para concluir: no Trio de Ataque desta noite, Oliveira e Costa,
embora de certo modo conformado com o que aconteceu ao Sporting, um pouco n linha
de quem já estava à espera que “essas desgraças” pudessem acontecer a Jesus,
não se esqueceu de inventar (com pouca convicção) dois ou três penalties a favor
do Sporting no jogo de ontem. Por aqui já poderemos ficar com a ideia do que os
psicopatas do Sporting vão dizer da arbitragem nos próximos dias. Se é que
hoje, noutros programas, os tristes e dependentes assalariados já não disseram
isso e muito mais.
Tem que se reconhecer que, no Prolongamento, Pina foi relativamente comedido. Enfim, os adeptos "normais" sabem perfeitamente compreender e distinguir entre as incidências do jogo e as incidências que "alguém leva" para o jogo. Serrão também sabe fazer esta distinção. E sabe que o problema do Porto não é Carlos Xistra. Mas há quem não saiba...
Tem que se reconhecer que, no Prolongamento, Pina foi relativamente comedido. Enfim, os adeptos "normais" sabem perfeitamente compreender e distinguir entre as incidências do jogo e as incidências que "alguém leva" para o jogo. Serrão também sabe fazer esta distinção. E sabe que o problema do Porto não é Carlos Xistra. Mas há quem não saiba...
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