DIRECTOR DESPORTIVO DO FUTEBOL PROFISSIONAL SUSPEITO
Tal como aconteceu no “Apito Dourado”, as provas vindas a público são
inequívocas. Um empresário actuando por conta do Sporting e um intermediário da
confiança deste compravam árbitros de andebol, quer para o Sporting ganhar os
seus confrontos, quer para os adversários do Sporting noutros confrontos
perderem, mediante a compra do resultado a favor da equipa contra a qual estes
jogassem, fosse ela qual fosse, mesmo que fosse o Benfica.
E como o esquema nem sempre funcionava conforme o pretendido, como se
comprova pelas escutas a André Geraldes, ao tempo director desportivo das
modalidades, admitia-se também a hipótese da compra de um ou dois jogadores da
equipa adversária.
Nada pode ilustrar melhor um esquema de corrupção do que este que o Sporting
pôs em prática: árbitros, para actuarem de acordo com a solicitação, e
jogadores adversários subornados, se necessário fosse.
Tal como já tinha acontecido num outro caso inequívoco de corrupção, em
que um vice-presidente do Sporting, actuando nessa qualidade e com dinheiro do
clube, ordenava a um amigo o depósito de determinadas quantias na conta
bancária de um fiscal de linha, para falsamente o incriminar, procurando por
essa via ganhar o que antevia vir a perder no campo, também agora o esquema posto a nu pelo Correio da Manhã e confirmado pelo Ministério Pública assenta
na estrutura directiva do clube, que tem como responsável máximo Bruno de
Carvalho.
O director das modalidades, indiciado como mandante das práticas de
corrupção, André Geraldes, é hoje o braço direito de Bruno de Carvalho no
futebol, depois de este ter substituído Octávio Machado, que por seu turno
substituiu Augusto Inácio, certamente por tanto um como outro não terem desempenhado
com a eficiência exigida por Bruno de Carvalho as funções do lugar que
ocupavam.
Perante factos tão evidentes espera-se que as autoridades desportivas
actuem de imediato, aplicando as sanções que se impõem e exige-se que o
Ministério Público averigúe com a maior minúcia se as práticas dos esquemas em
uso nas modalidades não foram importadas para o departamento de futebol, visto
o indiciado como mandante daquelas práticas ser agora o responsável por este departamento.
1 comentário:
O Sporting nega o óbvio. Pior, negar a ligação ao intermediário, pondo-o a actuar por conta própria, é truque velho, muito velho, usado por quem se dedica a este tipo de actividades organizadamente.
E os desmentidos proferidos por Marta Soares, ah, ah, ah...
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