BENFICA COMEÇA MAL
Não se pode dizer que tenha constituído uma grande surpresa o
empate do Benfica frente ao Braga no primeiro jogo do campeonato. Primeiro,
porque o Benfica não ganha o primeiro jogo há muitos, muitos anos; depois,
porque o plantel tem fragilidades inaceitáveis e incompreensíveis tendo em conta os
milhões gastos em aquisições.
De facto, foram essas fragilidades, bem patentes desde a
venda de Fábio Coentrão, que ontem ditaram o empate do Benfica – um empate com
sabor a derrota. A responsabilidade por estas fragilidades é, sem dúvida, de Jorge
Jesus. Se o treinador não conseguiu contratar o jogador que pretendia para o
lugar de defesa esquerdo só tinha que manter na equipa quem sabe jogar nesse
lugar. E mais: se não havia dinheiro para comprar o jogador pretendido, deveria
ter-se prescindido de outras aquisições para lugares onde há jogadores em
excesso, como é o caso dos extremos.
Inaceitável, absolutamente inaceitável, é que a estúpida
teimosia do treinador decida colocar no lugar de defesa esquerdo um jovem cheio
de potencialidades que foi contratado para jogar a extremo. Inaceitável,
incompreensivelmente inaceitável, é que Jorge Jesus num jogo de grande
responsabilidade – de responsabilidade máxima – resolva adaptar uma jovem promessa
a um lugar onde já tinha dada provas mais do quer suficientes de que não tinha
capacidade para lá jogar.
Os golos do Braga não são, portanto, da responsabilidade de
Melgarejo, mas de Jorge Jesus. Uma responsabilidade dupla: a responsabilidade
de fragilizar a equipa e a responsabilidade de “queimar” um excelente jogador.
Como já aqui dissemos muitas vezes, Jesus está longe, muito
longe, de ser um treinador inteligente. As suas limitações nessa matéria são
correspondentes às limitações que espelha quando tenta explicar ou descrever o
que quer que seja. O Benfica precisa, portanto, de alguém com prestígio e autoridade
ao lado de Jesus para colmatar as suas muitas lacunas.
Luisão, mais uma vez, deu provas da sua insegurança em vários
lances. Luisão é outro problema que o Benfica vai ter de resolver com urgência,
sob pena de vir a sofrer muitos dissabores.
O jogo foi dividido, o empate ajusta-se ao que as equipas
fizeram e não parece, pelo que se viu, que o Benfica esteja melhor do que na
época passada. Pelo contrário… Já o Braga pareceu igual ao que tem sido nas
últimas épocas.
Finalmente, a arbitragem não esteve isenta de erros. Soares
Dias expulsou Douglão perto do fim do jogo por mão de Custódio dentro da área.
O penalty foi bem assinalado, mas a
expulsão não. E como é hábito em Portugal uma onda inacabável de especulações terá
agora lugar sobre o que o Braga teria feito se tivesse jogado com onze. Além disso
há um terceiro golo do Benfica marcado no 88.º minuto que foi anulado por
alegada falta de Cardozo sobre o guarda-redes. Visto e revisto o lance, não
parece que o avançado benfiquista tenha sequer tocado no guarda-redes do Braga.
Aparentemente foi um golo legal que o árbitro invalidou.
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