O SPORTING AFIRMA-SE
Depois da qualificação para o Euro 2012 assistiu-se a mais uma demonstração da falta de maturidade de Paulo Bento ou talvez a uma indesmentível falta de classe.
Paulo Bento andou mal quando antes do jogo se referiu a Bosingwa nos termos em que o fez. Levou a resposta do jogador. Paulo Bento voltou à carga, desmentindo factos que pela sua autenticidade formal não podem ser desmentidos. E depois foi arrogante na hora da vitória.
Não aprendeu nada com os erros de Queiroz nem tão-pouco com a maturidade de Scolari. Entrou numa “conversa de comadres” da qual se saiu mal.
A exuberância de sentimentos que exibiu por eliminar a Bósnia no play off só se compreende pela imensa pressão e intranquilidade a que estava submetido. Lá mais para o Verão vai perceber que não haverá motivos para festejos tão exuberantes se não resolver os problemas da defesa portuguesa. E seguramente não os vai resolver com os jogadores que tem jogado.
Entretanto, virou-se a página da selecção e voltou-se às competições domésticas. Para que a transição não fosse muito brusca, começou-se pela Taça de Portugal, prosseguir-se-á pelas competições europeias e só depois se regressará ao campeonato.
O primeiro a entrar em cena, numa verdadeira “batalha naval”, foi o Benfica na Figueira da Foz. Foi um jogo disputado em condições climatéricas impróprias para o futebol. Alguém já viu disputar um jogo naquelas condições na Inglaterra? Ninguém, qualquer que seja a divisão. Aqui o jogo tem sempre que se fazer, porque o futebol cá da terra exige vários dias de intervalo entre os jogos. E como não há dias…tem de se jogar.
O Benfica ganhou com mais um golo de Rodrigo, acabado de entrar, quando faltavam poucos minutos para terminar. Ganhou como poderia ter perdido. Não porque a Naval tivesse jogado mais, mas porque, se tivesse marcado, como esteve perto de acontecer, ia ser muito difícil recuperar.
Outra coisa que também ninguém compreende, mas esta diz exclusivamente respeito ao Benfica, é saber por que razão Jesus pôs Aimar a jogar naquelas condições climatéricas.
No dia seguinte, sábado, o Porto exibiu o lado mais evidente da crise que desde o princípio da época o acompanha. Hoje o Porto é uma equipa desfeita. Tão desfeita como noutras épocas se tem visto o Benfica e o Sporting. Houve lances sobre os quais não vale a pena insistir que são elucidativos desse clima de desagregação que percorre a equipa. Não se sabe se é a competência técnica, puramente futebolística, do treinador que está em défice; o que se sabe é que com aquele treinador os jogadores só podem regredir ainda mais.
Também não adianta saber onde estão os culpados. O estado de espírito de uma equipa é uma questão muito complexa na qual intervêm múltiplos factores. E pode muito bem até acontecer que o principal não tenha nada a ver com o treinador, mas antes com uma espécie de síndrome de sucesso alcançado que os jogadores podem sentir por saberem que, para alguns deles, o Porto é uma equipa de passagem. Ou seja, já fizeram o que tinham de fazer. Este ano já estão a mais…
Inutilmente se argumentará que este estado de espírito acabará por os prejudicar a eles tanto ou mais do que ao clube. Argumentação racional inútil para um problema do foro puramente emocional.
Mas o que se está a passar com o Porto é também um teste à competência de Pinto da Costa. Será que Pinto da Costa já interiorizou todas as consequências de não ter uma equipa fundamentalmente constituída por jogadores recrutados entre Caxinas e a Madalena?
No domingo, o Sporting eliminou o Braga num jogo interessante em que o Braga não foi feliz. Mais do que discutir o eventual off side de Capel ou as entradas de Polga, o que importa sublinhar é a sorte que costuma acompanhar as equipas vencedoras, sorte da qual o Sporting, esta época, tem sido muitas vezes protagonista.
Sem comentários:
Enviar um comentário