domingo, 27 de novembro de 2011

VANDALISMO DOS ADEPTOS DO SPORTING NA LUZ

DERROTADOS, VINGAM-SE NO ESTÁDIO

Fogo foi extinto pelos bombeiros


Depois de um grande espectáculo de futebol, apenas ensombrado por uma arbitragem desprovida de senso comum, os adeptos leoninos deixaram na Luz um rasto de violência incendiária a que não pode considerar-se alheio o clima que desde há muito vem sendo criado nas televisões pelos comentadores leoninos.

Primeiro, foi a campanha desabrida contra a arbitragem, tanto mais inadmissível quanto é certo ser o Sporting um clube altamente beneficiado; depois, a sistemática campanha de anti-benfiquismo primário que esses mesmos comentadores em doses apreciáveis de ódio e despeito vão semeando todas as semanas.

Acresce a tudo isto uma direcção leonina que sempre que intervém é para, em voz alta, semear a desordem entre os desportistas, como a semana que ontem findou exemplarmente demonstrou.

O Sporting deveria ser severamente castigado pelo vandalismo dos seus adeptos, pelo clima de incitação à violência criado em redor do jogo, sob pena de incidentes deste género abrirem a porta a retaliações igualmente condenáveis e tão bárbaras quanto as cometidas pelos sportinguistas.

Além da indemnização pelos danos causados, que o Benfica deverá exigir até ao último cêntimo, pouco mais acontecerá ao Sporting, infelizmente. O Regulamento da Liga, por culpa de todos os clubes – ou, pelo menos, da maioria dos clubes, é extremamente benevolente em casos deste género.

No que respeita ao jogo, a conversa já tem de ser diferente. O Sporting apresentou-se na Luz como equipa disposta a bater-se com o Benfica de igual para igual. Pela primeira vez esta época, o Sporting jogou contra uma grande equipa e demonstrou estar à altura das exigências de um candidato ao título.

Foi do Sporting o primeiro grande remate com algum perigo às redes do Benfica, a que a equipa da Luz logo respondeu com um remate extraordinário, ao poste, de Gaitan. Durante toda a primeira parte o Benfica foi sempre a equipa mais perigosa, sem que isso signifique que estivesse a dominar a equipa adversária, não sendo, portanto, de estranhar que perto do intervalo tivesse marcado, na sequência de um canto, por Javi Garcia.

Na segunda parte, o jogo continuou no mesmo tom, com o Benfica ligeiramente por cima. Cardozo, a passe de Aimar, numa série de fintas sobre a linha da grande área sportinguista, proporcionou a Rui Patrício a defesa da noite.

Logo a seguir, numa jogada dividida entre Cardozo e o defesa central do Sporting, Cardozo caiu desamparado e protestou indignado por o árbitro nada ter assinalado, quando antes em circunstâncias semelhantes tinha sempre apitado falta contra o Benfica. E mais do que semelhantes: na primeira parte exibiu um cartão amarelo a Aimar por simulação de Insua. Pois bem: o árbitro não esteve para contemplações e mostrou a Cardozo o segundo cartão amarelo, por protestos. Em nenhum outro jogo desta importância, fosse na Inglaterra, na Espanha ou na Itália, se veria semelhante coisa. Foi manifestamente um cartão para prejudicar o Benfica. Se o árbitro o fez por imprudência ou por outra razão, somente ele o poderá dizer.

Com o Benfica reduzido a dez unidades a partir dos quinze minutos da segunda parte, o Sporting atacou mais e o Benfica teve de defender-se durante mais tempo do que aquilo que seria normal noutras circunstâncias. Atacar mais nem sempre significa estar mais perto de marcar. E foi isso o que aconteceu: o Benfica não se desuniu, Rodrigo entrou para o lugar de Aimar – mais uma grande exibição -, mais tarde Ruben Amorim substituiu Gaitan, extenuado, e o Sporting só por duas vezes criou real perigo. Da primeira vez numa cabeçada a centro de João Pereira a que Artur correspondeu com uma grande defesa. E da outra vez numa displicência desse mesmo Artur (em regra, tão seguro) que, podendo ter apanhado calmamente uma bola que seguia na direcção da linha de fundo, deixou que um avançado do Sporting a dominasse e rematasse de pronto. Artur defendeu, mas a recarga, em posição frontal, só não foi golo por sorte.

Gaitan nos últimos minutos que esteve em jogo ainda voltou a rematar à trave na marcação de um canto e Rodrigo, já no fim do jogo, a passe de Nolito, que entretanto entrara em substituição de Bruno César, isolou-se, mas mais uma vez perdeu no um para um contra o guarda-redes. Rodrigo é forte na área e na movimentação atacante, mas não se sente à vontade quando tem pela frente apenas o guarda-redes. Tem de treinar mais esse lance.

E não há muito mais a dizer sobre o jogo. Foi uma vitória sofrida, mas justa. Mas o Sporting está aí para a luta. Se os da frente facilitarem, o Sporting chegará lá.
 

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