PRIMEIRA DERROTA DA ÉPOCA
No fim-de-semana passado, o Benfica foi eliminado da Taça de Portugal, na Madeira, pelo Marítimo. Perdeu por 2-1. Não há muito a dizer sobre esta eliminação. As equipas não são invencíveis e podem perder para qualquer um, mais ainda se esse “um” se chama Marítimo, a fazer uma grande época.
O Benfica até nem começou mal, marcou um golo no primeiro tempo, ao que parece resultante de uma grande penalidade irregularmente assinalada, e na segunda parte poderia ter voltado a marcar.
Não marcou e fê-lo o Marítimo. Primeiro com um grande golo de Roberto de Souza e logo a seguir um outro com grandes responsabilidades da defesa do Benfica. Até ao fim o Benfica, não obstante as substituições, tentou mas não logrou empatar o jogo.
Rodrigo mais uma vez deixou evidente as suas fragilidades no frente a frente com os guarda-redes. Um bom avançado não é apenas o que marca golos. É também o que não falha golos ou falha poucos golos, mesmo quando desempenha um papel importante na criação das respectivas oportunidades. Rodrigo é ainda muito novo, tem muito tempo para aprender. Não deve ser ostracizado quando falha, nem endeusado quando marca.
Não parece razoável criticar Jesus por não ter alinhado com os habituais titulares. A equipa que o Benfica pôs em campo é uma boa equipa. Todos os jogadores tem categoria para jogar no primeiro team e, mais do que isso, têm de estar preparados para o fazer.
Com excepção do guarda-redes, que pode ser o que mais se ressente de não jogar regularmente, todos os demais têm alinhado com relativa regularidade.
Há, porém, duas questões que não podem ser escamoteadas. O Benfica não tem ninguém à altura de substituir Maxi Pereira e do outro lado da defesa as coisas também não estão bem. Jesus preteriu Capedevila, a quem praticamente não deu qualquer chance, e Emerson é um jogador “certinho”, sem grandes rasgos que às vezes dá a sensação de poder comprometer.
A outra questão respeita à pouca ou nula utilização de Nelson Oliveira. A um jovem como ele ou se dá tempo suficiente para alinhar e mostrar as suas potencialidades ou se dispensa, pondo-o a jogar noutro clube. O que não pode é conceder-se-lhe uns breves minutos quase no fim dos jogos e esperar que ele faça alguma coisa. Objectivamente essa gestão do jogador só o prejudica e pode mesmo perder-se uma grande esperança do futebol português.
Com o Benfica eliminado, o caminho na Taça de Portugal fica a partir de agora aparentemente mais fácil para o Sporting. Mas só aparentemente, o Sporting ainda não passou esta fase e, se passar, há mais equipas em prova, algumas delas a jogar bom futebol.
Amanhã, o Benfica tem a possibilidade de se redimir, ganhando, na Luz, o último jogo da fase de grupos da Champions e garantindo assim o primeiro lugar. Tal como as coisas estão, o primeiro lugar não significa jogar nos oitavos contra uma equipa menos valiosa. Há grandes equipas que vão ficar ou podem ficar em segundo lugar. Mas é antes uma questão de prestígio assegurar a liderança num grupo que conta com o Manchester United.
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