MOURINHO VOLTA A PERDER
Mais uma vez Mourinho transformou o grande Real Madrid numa equipa vulgar, de segunda ordem, que entra em campo apenas para não perder, tentando, num golpe de sorte, ganhar. Falhou, mais uma vez.
Com uma equipa altamente defensiva, com Altintop na direita, Coentrão na esquerda, e com Ricardo Carvalho e Sérgio Ramos no meio, jogando imediatamente atrás de um poderoso trivote, Lass, Pepe e Xabi Alonso, deixando a frente do jogo praticamente entregue a Ronaldo, na esquerda, às vezes com o apoio de Benzema, e Higuain na direita, em funções mais defensivas do que atacantes, Mourinho supôs que assim estancaria o jogo atacante do Barça pelo centro do terreno, com três homens a “cair” simultânea ou sucessivamente sobre Messi, neutralizaria as incursões atacantes de Daniel Alves e dificultaria a manobra de Iniesta.
E de facto aconteceu que o Barcelona, na primeira parte, não conseguiu penetrar tão facilmente pelo centro, como noutros jogos tem feito, mas nem por isso, a partir do primeiro quarto de hora de jogo, deixou de dominar completamente o Real, com mais ou menos perigo.
Esta estratégia, que é uma estratégia para não perder, tentando marcar com base um jogo muito vertical, até pareceu resultar, quando Ronaldo, recebendo aos 10 minutos, uma bola que conduziu até à entrada a área sem oposição e iludindo a marcação de Piqué e de Alves, rematou forte com o pé esquerdo quando ambos contavam que ele flectisse para a direita e fez golo.
Foi uma jogada inteligentemente concluída por Ronaldo, mas facilitada por Pinto, que deixou a bola passar muito perto da sua perna direita.
A partir daí Mourinho já só pensava em repetir a dose. Mas a verdade é que nunca mais voltou a ter uma oportunidade.
Com o trivote do meio campo exclusivamente dedicado a funções defensivas, com Benzema e Ronaldo exaustos de tanto marcarem os defesas do Barça, com Higuain na primeira marcação a Iniesta, embora quase sempre ineficaz, só restava ao Madrid ver o Barcelona jogar e esperar que a numerosa aglomeração de jogadores à entrada e dentro da sua área impedisse o adversário de marcar.
No primeiro tempo ainda conseguiu evitar o empate, apesar de o Barcelona ter enviado duas bolas à trave, embora a percentagem de posse de bola - 69%/31% - não deixasse antever nada de muito positivo para a segunda parte.
Logo após o recomeço, na marcação de um canto, Puyol fez o empate de cabeça e mais tarde, correspondendo a um passe genial de Messi, Abidal fez o segundo.
Estava consumada a derrota e com ela o fracasso da estratégia de Mourinho que, abdicando de jogar à bola e abdicando de grandes jogadores, condena as “estrelas” do Real a uma vulgaridade própria das equipas sem ambição.
Coentrão, que se notabilizou pelos seus raids no corredor esquerdo, nunca ultrapassou a linha do meio campo e poucas vezes sequer lá chegou. Higuain não existiu como avançado. A pouco mais de vinte minutos do fim foi substituído por Callejón que entrou para as mesmas funções. Ronaldo, esgotado em missões defensivas e de pressão sobre os defesas do Barça, cedo deixou de ter condições para mudar a sorte do jogo, dando até a sensação de que estava fisicamente diminuído.
Mourinho ainda fez entrar Özil para o lugar de Lass, mas também não se deu por ele exactamente por lhe caber fazer o mesmo papel do jogador que substituiu. Ou seja, Özil não entrou para jogar com a criatividade que se lhe reconhece e admira, mas para jogar como Lass vinha antes fazendo. E depois, perto do fim, tirou Pepe e meteu Granero sem que da substituição resultasse algo de diferente.
Mourinho ainda fez entrar Özil para o lugar de Lass, mas também não se deu por ele exactamente por lhe caber fazer o mesmo papel do jogador que substituiu. Ou seja, Özil não entrou para jogar com a criatividade que se lhe reconhece e admira, mas para jogar como Lass vinha antes fazendo. E depois, perto do fim, tirou Pepe e meteu Granero sem que da substituição resultasse algo de diferente.
O Barça nem sequer precisou de ser um grande Barça para jogar em Madrid como se estivesse em La Masia. A ponto de se poder afirmar que hoje não há campo em Espanha onde o Barça jogue tão à vontade como no Santiago de Bernabéu.
Lamentável, mais uma vez, a actuação de Pepe. Primeiro um “pisão” violento e desnecessário a Busquets, depois uma vergonhosa simulação num lance com Fabregas e por fim uma agressão covarde a Messi, pisando-lhe propositadamente a mão quando o argentino estava por terra. Deplorável também o comportamento de Coentrão que, simulando, num lance dividido, uma entreajuda a Messi, aproveitou para lhe dar uma forte “tapa” na cabeça. Inqualificável…
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