No primeiro grande jogo da jornada, jogado na Feira, o Benfica ganhou por 2-1 ao Feirense. Foi um verdadeiro jogo de campeonato, jogado com muita garra pela equipa da casa e com grande espírito de sacrifício pelo Benfica.
Na primeira parte o jogo terminou empatado e logo se percebeu que iria ser um jogo muito disputado, apesar do ascendente que a equipa da Luz já demonstrava. Na segunda parte, na sequência de um canto, o Feirense marcou de cabeça por Varela, que saltou mais alto e melhor que os defensores benfiquistas. Logo a seguir o Benfica empatou, também de canto, por intermédio do mesmo Varela, que cabeceou para a própria baliza um desvio de cabeça de Cardozo.
A partir do empate o Benfica foi pressionando sempre mais – Gaitan falhou inexplicavelmente um golo de cabeça – mas nunca pôde descansar, já que a todo o momento, em passes longos, o Feirense tentava colocar a bola nas costas dos defesas benfiquistas. Rodrigo rematou com perigo, perto da baliza, uma bola que o Guarda-redes do Feirense defendeu com o pé e logo a seguir, o mesmo Rodrigo, numa das suas típicas explosões em direcção à baliza adversária, foi derrubado por Varela. Penalty que Cardozo converteu com um remate fortíssimo ao centro da baliza. O Feirense ainda teve oportunidade de empatar, mas Emerson, muito perto da linha de baliza, interceptou um remate que tinha todas as condições para ter êxito.
Muito perto do fim, na compensação de 5 minutos concedida pelo árbitro, Rodrigo voltou a isolar-se, poderia ter feito o terceiro golo, mas voltou a perder o duelo com o guarda-redes. Mais uma vez Rodrigo falhou no frente a frente. Sendo hoje porventura o mais espectacular e explosivo jogador do Benfica, Rodrigo tem manifesta dificuldade neste tipo de lances. Raramente os converte, se e que já converteu algum. Um assunto, portanto, a que os responsáveis técnicos do Benfica deveriam dar a melhor atenção, já que se trata de um jogador jovem, de extraordinário talento, que poderia ter à sua conta quase tantos golos como Cardozo…se não falhasse com tanta frequência os remates aparentemente mais fáceis.
Alguns benfiquistas queixaram-se das medidas do campo e do facto de o jogo se ter realizado na Feira e não no Estádio Municipal de Aveiro. Protesto e queixa que se não compreendem. O campo do Feirense tem as medidas regulamentares e o Feirense só lá não joga se e quando não quiser.
A arbitragem cometeu alguns erros, mas não se pode dizer que tenha tido influência no resultado. Marcou um fora de jogo ao Feirense em vez de ter marcado uma falta por jogo perigoso, no contexto de uma jogada da qual resultou um golo anulado ao Feirense. Mas mesmo que o golo tivesse sido assinalado, ninguém poderá afirmar o que se teria passado a seguir. O jogo como realidade física teria sido obviamente outro e não aquele que depois se jogou. Quem pode garantir que teria havido o canto do qual resultou o golo do Feirense ou o canto que possibilitou o empate do Benfica? Obviamente, ninguém. Uma coisa é uma equipa estar a ganhar e, por virtude de um erro, não ter sido validado um golo que aumentaria a vantagem, outra muito diferente é as equipas estarem empatadas quando ocorre um golo hipoteticamente mal anulado. Neste caso, ninguém poderá dizer que o golo que essa mesma equipa marca logo a seguir teria sido marcado. É que o jogo já não seria fisicamente o mesmo, seria outro. Cada lance, em cada jogo, condiciona o sentido do jogo.
E também não terá sido por o árbitro não ter expulsado Tiago que o Benfica ganhou apenas pela diferença mínima.
Os benfiquistas festejaram exuberante e efusivamente o fim do jogo, por terem percebido que se tratava de um jogo importantíssimo na caminhada para o título.
O grande destaque da jornada veio, porém, de Barcelos, onde o Gil Vicente infligiu a primeira derrota do campeonato ao Porto, quebrando uma longa invencibilidade da equipa portista.
O Porto esteve irreconhecível. Perdeu por 3-1 por culpa própria e também por muito mérito do Gil Vicente. É certo que o árbitro também não esteve bem, mas não foi por causa dele que o Porto perdeu. O segundo golo do Gil é precedido de um milimétrico fora de jogo – um erro comum no futebol, embora muito doloroso para a equipa que lhe sofre as consequências. Houve também um choque não intencional entre o guarda-redes do Gil e Kleber, na disputa de uma bola que, quando o choque ocorreu, já não estava ao alcance do jogador portista. E houve ainda uma mão, dentro da área, de um jogador do Porto, que não mereceu do árbitro qualquer sanção.
Apesar de estes erros, dificilmente se poderá dizer que o Porto perdeu por causa deles. Neste caso, o mais que se poderá dizer é que o Gil Vicente, se o segundo golo não tivesse sido validado, teria ido para o intervalo a ganhar apenas por 1-0. E que a sua validação não influenciou fisicamente o jogo da segunda parte, que é um jogo que recomeça sem influência física das jogadas da primeira parte. Se influência houve, ela só poderia ter sido anímica. Mas não é nada provável que um grande campeão como o Porto se deixe abater por esse tipo de coisas. Enfim, o Porto perdeu porque jogou menos e mal.
Finalmente, em Alvalade, o Sporting venceu pela primeira vez este ano com dois golos de cabeça do gigante norte-americano. O Beira-Mar mandou duas bolas à trave e foi tudo o que fez.
Amanhã, o Marítimo- Braga, um jogo muito importante para os lugares cimeiros da classificação.
Na parte de baixo da tabela, de realçar a segunda vitória consecutiva do Paços de Ferreira e mais uma derrota do Setúbal, agora nos lugares de despromoção juntamente com o Leiria. O Guimarães, continuando assim, tende a ficar isolado entre os cinco primeiros e os restantes dez.
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