SPORTING EM QUARTO A ONZE PONTOS
Terminou ontem a primeira volta com o Benfica na frente, sem derrotas, e apenas seis pontos perdidos, correspondentes a três empates fora: Gil Vicente, Porto e Braga.
O Porto mantém-se no segundo lugar, também sem derrotas, apenas a dois pontos do Benfica.
O Braga ascendeu ao terceiro lugar, depois da vitória de ontem sobre o Sporting, do qual está distanciado três pontos. A oito pontos do Benfica e a seis do Porto, o Braga poderá não ser um candidato ao título, mas será certamente uma das grandes equipas da segunda metade da prova, não sendo ousado antecipar que acabará por ter, quanto mais não seja indirectamente, um papel relevante na disputa do título.
O Sporting continua a curva descendente, internamente iniciada depois do jogo contra o Benfica, e está agora em quarto lugar apenas com dois pontos de vantagem sobre o Marítimo, que é quinto.
A euforia sportinguista decorrente de um conjunto ininterrupto de vitórias na fase intermédia da primeira volta não tinha razão de ser, como aqui foi explicado antes que os “azares” tivessem começado a acontecer. Os “azares” começaram no exacto momento em que o Sporting passou a defrontar equipas fortes: primeiro foi a Lazio, depois o Benfica, o Porto e, por último, o Braga. Até então, com excepção do jogo da primeira mão contra a Lazio, em Alvalade, o Sporting apenas defrontara equipas fracas. Natural, portanto, que lhes ganhasse. Quando as dificuldades apertaram, viu-se que o Sporting não estava ao nível do Porto nem do Benfica, sequer do Braga, como também não estava das equipas médias das grandes ligas europeias, contra as quais não jogou, salvo a Lazio (uma vitória e uma derrota).
Ainda ontem, em Braga, estiveram patentes as grandes limitações sportinguistas, principalmente na defesa, não sendo, portanto, de esperar, com os meios de que dispõe, melhorias significativas na segunda volta. Por outras palavras, o Sporting deste ano está praticamente igual ao do ano passado. Igualmente a onze pontos, com a diferença de este ano estar em quarto e o ano passado em terceiro.
O Porto mantém intactas as possibilidades de ser campeão. Não deslumbra, mas ganha. E tem em James Rodriguez a grande estrela da equipa, uma estrela que em eficácia se equipara a Hulk, e a quem não será difícil vaticinar um grande futuro europeu.
O Benfica, depois de uma breve oscilação antes do Natal, mais exibicional do que de resultados, porventura provocada por cansaço e excesso de jogos, retomou o grande nível do seu futebol, porventura menos espectacular do que há dois anos, mas muito mais consistente. Tanto assim que tem, no fim da primeira volta, mais três pontos do que na época em que foi campeão.
É hoje, sem dúvida, a equipa mais fiável do futebol português. Ser campeão ou não vai depender do modo como a equipa souber lidar com as duas grandes provas em que está inserida: o campeonato e a Liga dos Campeões.
No Benfica há mais do que uma grande revelação. E há também jogadores que se revalorizaram e outros que se adaptaram em tempo recorde, tendo em conta a realidade futebolística donde provinham.
Artur, Garay, Witsel, Nolito, Bruno César e Rodrigo (e até Malic) parece que já jogam na equipa há vários anos. Javi está ao seu melhor nível, Maxi voltou a ser o que era (depois do descanso), Luizão e Aimar rejuvenesceram, Gaitan, quando fisicamente disponível, irradia classe, e Cardozo marca golos como só ele sabe marcar. Esta, sem dúvida, a melhor equipa do Benfica desde há muitos anos.
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