A SEGUNDA PARTE DA PRIMEIRA JORNADA
No segundo dia da primeira jornada da Liga dos Campeões, o Benfica
empatou na Escócia contra o Celtic de Glasgow a zero. Pela primeira vez em
quatro jogos contra o Celtic, na Escócia, o Benfica não perdeu, mas também ainda
não foi desta que ganhou. E todavia nunca o Benfica havia defrontado um Celtic
tão fraco como o de ontem à noite.
Sobre a equipa do Benfica pairava a enorme expectativa de
saber como é que ela se comportava depois das saídas de Javi Garcia, Witsel e
Saviola (que, em princípio, já não voltam mais) e com as ausências forçadas de Maxi e de
Luisão, ambos por castigo. Foi evidente para toda a gente que a equipa se
ressentiu, e muito, das ausências de Javi e de Witsel, com as quais tem de passar
a conviver, mas também com as de Maxi e Luisão, porventura mais com a do
primeiro do que com a do segundo. No que toca a Saviola, verdadeiramente só jogou com
regularidade no Benfica no seu primeiro ano. E o resultado viu-se: Saviola foi
o segundo melhor marcados da equipa e o Benfica foi campeão. Coincidência ou
não, depois de Saviola ter perdido a titularidade nunca mais o Benfica competiu,
a sério, pela conquista do título. Saviola parece estar a querer repetir no
Málaga a sua primeira época no Benfica.
Diz a crítica que o Benfica, ontem, jogou bem na defesa e
falhou no ataque. Não se pode dizer que tenha jogado bem na defesa contra uma
equipa que, apesar de muito voluntariosa, nunca criou problemas. E também não se
pode dizer que se não sentiu a falta do labor atacante de Maxi, porque sentiu, e
muito, por acertadamente que o jovem André tenha estado. No meio da defesa,
Jardel não comprometeu, mas não dá a mesmo segurança de Luisão. Enfim, a defesa fez o que lhe
competia a defender – não deixou marcar golos – mas ficou muito aquém do que
poderia fazer na ajuda ao ataque. E, no meio campo, Matic não é Javi nem Enzo Perez
é Witsel. Mas este é assunto sobre o qual não adianta tecer grandes
considerações porque o Benfica vai ter de jogar com os jogadores que lá tem e
não com os que vendeu.
Na frente a decepção não poderia ser maior. Nem Salvio
esteve á altura do que já fez nos três jogos do campeonato, nem Rodrigo, muito
desamparado, deixou a ideia de que possa jogar tão desacompanhado. Aimar jogou
muito longe da frente e Gaitan perdeu-se em individualismos e na hora de
rematar, na única oportunidade de que dispôs, atirou contra as pernas do
adversário.
Cardozo, Bruno, César e Nolito que entraram no decorrer do
jogo para a substituição, respectivamente, de Aimar, Rodrigo e Gaitan também
não acrescentaram nada, embora Bruno César seja um jogador com que o Benfica
tem de contar em todos os jogos.
E foi assim num jogo muito enfadonho, sem emoção, pobre e
triste que o Benfica evitou pela primeira vez a derrota na Escócia, o qual por
essas mesmas razões também impediu que o Benfica de lá tivesse saído vitorioso
pela primeira vez.
No outro jogo do grupo, o Barcelona teve de recorrer ao
melhor Messi para levar de vencida um jogo em que esteve a perder por 2-1. A reviravolta
no resultado (3-2) aconteceu, mais uma vez, por obra de Messi. Parece que este
Barcelona de Tito Villanova tem de recorrer muito mais que o anterior ao
talento individual de Messi para resolver problemas que o colectivo não
soluciona.
O Spartak de Moscovo, pelo menos no jogo de ontem, demonstrou
ser uma equipa difícil, daí que o empate do Benfica em Glasgow não seja, ao contrário
do que diz Jorge Jesus, um bom resultado.
Nos demais jogos, o Chelsea empatou a dois com a Juventus,
apesar da excelente exibição de Óscar; o Shakhtar Donetz ganhou naturalmente ao
Nordsjaelland por 2-0; o Bate Borisov ganhou em Lille por
3-1; o Bayern ganhou em Munique, como lhe competia, ao Valencia por 2-1; e, finalmente,
no grupo H, o Cluj derrotou surpreendentemente o Braga na Pedreira por 2-0; e o Manchester United ganhou em casa ao
Galatasaray por 1-0.
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