A PRIMEIRA PARTE DA
PRIMEIRA JORNADA
Depois de quase vinte dias sem futebol de clubes, o futebol
regressou na passada terça-feira com o começo da primeira jornada da Liga dos
Campeões.
O Porto estreou-se a ganhar contra uma equipa fraca – Dínamo
de Zagreb – num jogo onde não se sentiu a falta de Hulk tal foi o domínio exercido
sobre a equipa croata. Na Liga dos Campeões, não obstante o nome, há sempre equipas
fracas, às vezes em vários grupos e não apenas num, consistindo o mérito de
quem participa na prova em ganhar a essas equipas tanto fora como em casa. Foi o
que o Porto fez. Portanto, a sua prestação foi irrepreensível.
Na terça-feira o jogo mais emotivo foi sem dúvida o que em
Santiago de Bernabéu pôs frente aa frente o Real Madrid, campeão de Espanha, e o
Manchester City, campeão de Inglaterra. A primeira parte foi quase toda do Real
Madrid que até conseguiu, desta vez, superar as tradicionais dificuldades
atacantes quando joga contra equipas que tendem a ter os dez jogadores atrás da
linha da bola. Não que durante esse período tenha marcado qualquer golo, mas
porque conseguiu, contra o que é habitual, rematar com perigo por várias vezes às
redes de Hart – um excelente guarda-redes – quase sempre de fora da área. Se na
primeira parte o domínio do jogo pertenceu indiscutivelmente ao Real não é
menos verdade que, na segunda parte, as coisas mudaram e poderiam mesmo ter
terminado em catástrofe para Mourinho se os deuses da fortuna não tivessem
estado mais uma vez pelo seu lado. Depois de ter rondado a baliza madrilista com
perigo, quase sempre mediante iniciativas desse extraordinário Yaya Touré, o
City acabou por marcar por Dzeko fazendo jus ao domínio que a equipa vinha
exercendo.
Só que o Real Madrid também tem nas suas fileiras dos
melhores jogadores do mundo. E um deles é Marcelo, esse fantástico lateral esquerdo,
a cuja técnica e grande classe de execução se deve o empate. Quando o jogo se
aproximava do seu fim, com o City sempre mais perigoso, a equipa inglesa desempatou de livre eximiamente
marcado por Kolariov aparentemente com culpas para a defesa adversária, embora
ao mais alto nível haja cada vez mais golos como o de Kolarov. Um golo que se
supunha ter decidido a partida. Faltavam cinco minutos para o fim do jogo. Com o
Real por baixo e a perder antevia-se um tempo muito difícil para Mourinho,
tanto dentro da equipa, como fora. Mas os deuses têm um pacto com o homem de Setúbal.
Dois minutos depois Benzema rodou sobre si próprio e sobre os adversários que o
marcavam e conseguiu à entrada da área descortinar um espaço por onde a bola
iria passar em direcção ao golo. Com as duas equipas a querer ganhar o jogo,
apesar de se estar a jogar já o tempo de compensação, foi o Real Madrid a
equipa mais feliz. Ronaldo do lado esquerdo do seu ataque flectiu ligeiramente
para dentro e da esquina da área rematou com força e quase à figura do guarda-redes.
Acontece que o defesa do City (Kompany) que estava entre ele e o seu
guarda-redes por receio ou para deixar passar a bola na direcção de Hart
encolheu-se (agachou-se) e a bola, passando sobre a sua cabeça, a meia-altura, acabou
por enganar o guarda-redes. Foi o delírio em Chamartin. Mourinho suspirou de
alívio e extravasou a sua ansiedade festejando o golo como se tivesse sido
ele a marcá-lo. Com esta vitória ninguém mais se lembrou nem quis saber dos motivos
por que Sérgio Ramos não jogou. O ambiente mantém-se tenso, mas para já
Mourinho conseguiu adiar ou mesmo eliminar (adiante se verá) o que se estava a
antever…
Nos demais jogos o que há de mais saliente é a vitória do
Málaga por 3-0 sobre o Zénite, que alinhou com Hulk e com Bruno Alves, mas sem
Witsel. Saviola, em grande forma, voltou a marcar. Quanto ao resto – vitória do
PSG sobre o Dínamo de Kiev (4-1); do Borússia Dortmund sobre o Ajax (1-0); do Arsenal
em Montpellier (1-2); do Schalke 04 em Atenas sobre o Olympiacos (1-2) - quase tudo
normal, salvo o empate em casa do Milan com o Anderlecht (0-0).
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