quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O FUTEBOL NACIONAL E AS TRANSFERÊNCIAS


HULK E WITSEL NA RÚSSIA


Enquanto o Benfica e o Porto com mais ou menos dificuldade vão assumindo a liderança da Liga, com duas vitórias e um empate, distanciando-se do Braga e do Sporting, este com um jogo em atraso, os adeptos das duas equipas vão ficando seriamente apreensivos com a consistência dos respectivos plantéis, principalmente no que toca à sua competitividade na prova máxima do futebol europeu.
 
O Benfica partiu para esta época com um plantel invejável, recheado de grandes jogadores em quase todos os sectores, salvo porventura no lado esquerdo da defesa, o que, em seu tempo, levou o presidente a afirmar que o Benfica iniciaria a época com um dos mais talentosos plantéis da sua história, capaz de causar inveja a qualquer grande europeu.
 
De então para cá, o Benfica, referindo apenas as grandes vedetas, perdeu Saviola para o Málaga, Javi para o Manchester City e Witsel para o Zénite. Ou seja, de um momento para o outro ficou sem os dois mais consistentes jogadores do meio campo, agora reduzido a Matic, Carlos Martins e Aimar. Pouco, muto pouco para uma época em várias frentes. Mas não só. Na defesa, para além de Maxi, Luisão, Garay e o adaptado Melgarejo, o Benfica pouco mais tem. Ou melhor: não tem rigorosamente ninguém capaz de se assemelhar a qualquer um dos quatro titulares. Em contrapartida, na frente, principalmente nas alas, tem extremos que davam para duas equipas. No centro, incluindo o segundo ponta de lança, tem Cardozo, Lima e Rodrigo. Portanto, um plantel muito desequilibrado com poucas hipóteses na Europa, onde acima de tudo conta, como se sabe, a consistência e a solidez sectorial e com as hipóteses em Portugal condicionadas à competitividade do Porto, do Braga e do Sporting, bem como à real valia das demais equipas, o que é ainda cedo para se avaliar.
 
O Porto apenas perdeu Hulk, o que é muito, mas bem menos do que poderia ter perdido. A falta de Hulk, tão como a de Falcao no ano passado, é insuprível no quadro das disponibilidades do respectivo plantel. Por mais falta que Hulk venha a fazer – e vai certamente fazer muita falta – o Porto fica mesmo assim mais equilibrado do que o Benfica. Fica com uma baixa de vulto na frente internacional e talvez com uma baixa menos notada na frente interna.
 
Hulk acabou por ser vendido por um preço (40 milhões) bem inferior ao que Pinto da Costa apregoava como indispensável para começo de conversa. Mesmo assim foi bem vendido. Nenhum clube na Europa ocidental daria esse dinheiro por ele.
 
No que toca ao Benfica, Javi terá sido transferido pelo preço justo (20milhões) enquanto Witsel foi vendido por um preço (40 milhões) somente ao alcance de quem não dá qualquer valor ao dinheiro…por não ter tido qualquer trabalho em “ganhá-lo”. De facto, somente os oligarcas russos que se apoderaram dos bens do povo na famigerada gestão Yeltsin ou a camarilha árabe do petróleo podem pagar as verbas por que estão sendo comprados os jogadores este ano transferidos para os clubes de que são proprietários.
 
Do ponto de vista dos clubes portugueses não havia como declinar tais propostas por mais nocivas que elas venham a revelar-se no plano desportivo.

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