CAUSAS DESTA EXIBIÇÃO
O jogo desta noite contra o Setúbal talvez tenha sido a pior
exibição da época do Benfica. O jogo não poderia ter começado pior. Aos 14
segundos já o Vitória ganhava por 1-0. Dois ressaltos no contexto de uma jogada
bem conseguida na bola de saída puseram justamente o Vitória a vencer.
Depois deste golo o Benfica reagiu muito bem, com muita
convicção, encostou o adversário à sua área e dispôs de vários lances de
perigo. Até que, num lançamento oblíquo, tenso, como somente Eliseu sabe fazer, Jonas
apareceu à frente da baliza, antecipando-se aos adversários e fez o golo do
empate. O Benfica manteve a pressão e uns minutos mais tarde Jardel num canto
empatou de cabeça. É certo que já antes o guarda-redes, Ricardo, tinha feito
duas ou três defesas bem conseguidas.
A partir do 2-1 o Benfica desapareceu do jogo. Desacelerou e
percebeu-se que passou a esperar que o terceiro golo caísse do “céu”. Não caiu.
Quem caiu na vulgaridade foi a equipa do Benfica na qual
apenas quatro jogadores sobressaíram. Ederson, como de costume, brilhante nas
saídas contra avançados isolados. Pode dizer-se que foi ele quem no último
minuto de jogo garantiu a liderança do Benfica; Jardel, indiscutivelmente o
melhor jogador de campo, marcou um golo, salvou outros e foi sempre o homem pronto-socorro
que acudiu a todas as demais situações; Lindelöf, embora abaixo do que tem feito,
manteve a segurança defensiva; Fedja, bem no meio campo durante uma hora.
Exibições a zero: Pizzi,
pouco inteligente, enfim, exibição péssima, incrível não ter sido substituído;
mais uma vez falhou m golo por não ser um jogador inteligente; a bola em que esteve
isolado perante Ricardo, na primeira parte, nunca poderia ter sido rematada da
maneira que foi; já não é a primeira vez que falha em lances idênticos a este; tem dificuldade em perceber como se tem de executar aquele tipo de bolas; Nelson Semedo, a anos –luz de André Almeida, foi um jogador a
menos; a jogar assim não tem categoria para jogar no Benfica.
Quase a zero, Jonas,
apesar do golo, desapareceu do jogo depois do segundo golo; inexplicável
o que se passou; Mitroglou, quase
não existiu, a não ser para incorrer em fora de jogo por cinco vezes; uma
pálida imagem do que tem feito; Gaitan,
lento, sem criatividade, sem influência no jogo, também desapareceu a partir do
segundo golo. Nenhum destes três jogou contra o Bayern na quarta-feira.
Acima do zero, Eliseu,
não comprometeu, não brilhou a não ser no passe do primeiro golo; Renato Sanches, a quarenta por cento do
que costuma estar; Samaris, pouca bola, entrou no pior período do Benfica.
Carcela e Jiménez não tiveram bola; que fazer quando não há bola?
Contrariamente ao que se poderia supor, o Vitória fez um jogo
honesto. Marcou, defendeu, perdeu a vantagem, entrou em desvantagem e
superiorizou-se ao Benfica na segunda parte.
Em todo o caso tem de se dizer que mais do que o mérito do
Vitória, que existiu, houve um enorme demérito do Benfica. Exibição a não
repetir.
Aparentemente, as causas desta exibição têm a sua origem na
eliminatória jogada contra o Bayern, uma eliminatória muito intensa de grande exigência em
que o Benfica exprimiu o máximo da sua capacidade contra uma das melhores
equipas do mundo. Disputar palmo a palmo uma eliminatória tão difícil tem
necessariamente de deixar marcas. Oxalá, esta tenha sido a causa da exibição desta noite.
De positivo, apenas a reacção do Benfica ao golo sofrido aos
14 segundos. Mas era admissível esperar outra coisa do leader da prova?
Em tempo: atribuir a Jonas o prémio de homem do jogo só por brincadeira...que dirão Jardel, Ederson?
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